Até algumas décadas atrás, os armazéns eram o núcleo comercial de um bairro. Eram tempos diferentes dos de hoje, onde as necessidades de consumo eram menores e praticamente tudo o que você precisava para o seu dia a dia era encontrado no “armazém do bairro”. E os armazéns eram sempre símbolos de uma região, todo bairro tinha um e até hoje é possível encontrar estes empórios pela cidade.
Porém, o tempo foi passando e a onda dos supermercados e logo depois, dos hipermercados, foi chegando. Com isso, aos poucos, os armazéns de bairro foram ficando para trás e muito deles foram fechando as portas. É difícil concorrer com grandes redes mercadistas, que por negociar volumes muito grandes conseguem descontos e preços melhores.
Hoje muitos destes armazéns, empórios e mercearias fecharam as portas deixando para trás a saudade de tempos mais simples e mais humanos.
Localizado no número 680 da rua Rio do Peixe, entre a Vila Lúcia e a Vila Zelina, esse armazém antigo parece vir já de tempos imemoriais. Fechado há vários anos e com placas de “vende-se” pela sua fachada, este imóvel é um típico exemplo que nos faz lembrar das “vendinhas de bairro” que foram tão presentes em nosso cotidiano até não muito tempo atrás.
Este armazém já teve, pelo visto, diversas funções em sua vida útil, basta observar a grande diversidade de cores que a fachada apresenta. É normal que cada dono coloque em seu negócio o seu “toque particular”, com uma pintura personalizada. Porém, após tantos anos e cores depois o imóvel parece uma “colcha de retalhos”com tantas tonalidades de tinta se misturando.
Parece ser um típico imóvel de mercearia antigo, daqueles que se trabalha na frente e se mora nos fundos. E o fundo é acessível por um portão antigo de ferro na lateral direita do armazém. Apesar da antiguidade, o portão parece bastante preservado.
Que histórias, comércios e pessoas já passaram por estas portas comerciais ? São relíquias de nosso passado que felizmente ainda sobrevivem no presente!
Lembro-me do tempo em que meu pai mesmo tinha uma venda num imóvel como este, na Vila Matilde, e por lá vendíamos doces, pão, leite, enlatados, frios, cereais e também coisas hoje muito raras de ser ver por aí, como óleo a granel e café moído na hora. Lembro que a máquina do Café Moka da venda do meu pai tinha dois botões redondos, um para 500 gramas e outra para 250 gramas (o famoso 1/4). São doces lembranças que jamais sairão de minha mente.
E você tem alguma lembrança de alguma “vendinha do bairro” ? Conhece alguma ainda funcionando por ai ? Deixe seu comentário!
Veja abaixo mais duas fotografias deste imóvel:
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