Imóveis Demolidos – Avenida Duque de Caxias 813 a 889

Com o objetivo de criar uma quase utópica “Nova Luz” vários imóveis, desde pequenas casas, casarões antigos e até uma antiga rodoviária, foram abaixo. Como foi o caso destes dois imóveis, um pequeno prédio e um comércio, localizados nos números 813 e 889 da Avenida Duque de Caxias.

São histórias de comerciantes, proprietários e moradores que viraram pó em prol de um projeto mal concebido e que não ouve aqueles que mais deveriam ser ouvidos: as pessoas do bairro.

E por ser mal concebido, a “Nova Luz” não consegue sair do lugar, patinando nas trocas de governos que ocorrem a cada 4 anos na Cidade de São Paulo e na rivalidade de partidos políticos que não aceitam firmar um pacto profundo e duradouro para a recuperação do bairro, para não dar “o gostinho” do bairro se recuperar na gestão do rival.

Enquanto isso o bairro agoniza, os moradores sofrem e as ricas construtoras ficam “salivando” aguardando a oportunidade de lucrar em uma região que há anos ninguém lucra. E, ao contrário do que muitos paulistanos pensam, o projeto megalomaníaco da “Nova Luz” é uma ideia bem mais antiga do que muitos imaginam.

Comerciantes que são apenas vítimas de um futuro que não consegue virar presente (clique para ampliar).

A discussão e tentativa de destruir um bairro histórico como a Luz para entregar a construtoras e incorporadoras surgiu na segunda metade da década de 1980, durante a gestão do então Prefeito Jânio Quadros.

Naquela época sua ideia era derrubar construções antigas bem ou mal conservadas (casarões, palacetes, etc) e fazer uma espécie de “reloteamento” do bairro. E ele quase conseguiu dar início ao projeto, sendo interrompido nos minutos finais por uma ação do Governo do Estado de São Paulo, que através do Condephaat agiu rapidamente tombando uma série de imóveis antigos da região, impedindo que eles viessem abaixo.

A iniciativa do governo estadual à época foi mais política (Jânio era rival) do que visando a preservação do patrimônio histórico. Entretanto, tenha sido uma decisão política ou cultural acabou sendo uma medida muito acertada, embora mesmo assim alguns casarões foram abaixo.

Localizado na Alameda Ribeiro da Silva, este palacete sucumbiu (clique para ampliar).

Desde a gestão de Jânio Quadros até o presente momento já passaram pelo gabinete municipal 6 prefeitos sendo dois do PP (Paulo Maluf e Celso Pitta), dois petistas (Luíza Erundina e Marta Suplicy) e dois da aliança PSDB-DEM (José Serra e Gilberto Kassab).

Nenhum, veja bem, nenhum, foi capaz de resolver o problema da região da Luz e Campos Elíseos, cujos problemas só aumentam. E com isso, cerca de 25 anos se passaram desde que os primeiros rumores de “Nova Luz” começaram a surgir.

É tempo demais para resultados de menos, e é notável que a culpa não é deste ou daquele partido mas de toda a classe política paulistana.

O primeiro passo para uma nova vida para o bairro da Luz não passa pelos casarões históricos, imóveis antigos, estações de trem ou pela Sala São Paulo. Passa pelos moradores e comerciantes do bairro, são eles que há décadas enfrentam todo o tipo de problemas e continuam por lá, enquanto os políticos só passam por ali de carreata.

É hora de começar a ouvir quem precisa ser ouvido e finalmente começar a trabalhar pela Luz.

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4 respostas

    1. O caarão foi demolido tem mais de 20 anos.
      O telhado redondão também não existe mais, foi demolido e pertencia a antiga rodoviária (hoje teremos um texto que mostra o local já arrasado).

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