Palacete da Rua Capitão Cavalcanti

A preservação em São Paulo é algo bem incipiente, principalmente quando os proprietários são os encarregados da tarefa. Há um série de razões que impõem dificuldades aos donos de imóveis históricos ou simplesmente antigos, que vão desde a falta de condições financeiras dos donos destes referidos imóveis até a total falta de apoio e incentivo por parte das autoridades.

Mesmo assim, há casos de construções que não são tombadas mas que são absolutamente preservadas e enchem os paulistanos de orgulho e de esperança, como este imóvel a seguir:

Localizado no número 300 da Rua Capitão Cavalcanti, em Vila Mariana, este belíssimo palacete é para mim um dos mais belos exemplares antigos não só deste bairro, mas de toda a cidade.

Construído na primeira metade do século 20, o imóvel possui uma arquitetura bem diferente dos tradicionais casarões paulistanos, com uma entrada monumental ladeada por duas grandes colunas. Passando por elas tem se acesso a porta principal da residência e pode se observar uma charmosa sacada.

clique na foto para ampliar
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Os detalhes que constituem a fachada são de um bom gosto ímpar. Tudo é muito harmonioso e até mesmo itens de segurança da residência, como as grades, são feitas de modo a ornar com o imóvel.

O muro baixo, feito em pedra, é completado com um belo e discreto gradil, cujo padrão se repete nas grades da sala e na porta de entrada. No chão do jardim e do quintal, o tradicional piso de caquinhos que tanto nos acostumamos a ver nos lares paulistanos, não importando se são residências humildes ou nobres.

Detalhe da entrada (clique para ampliar).
Detalhe da entrada (clique para ampliar).

Casas como esta são de uma preciosidade rara e estar bem preservada é um motivo de orgulho não só para seus proprietários como para todos os paulistanos. Honestamente não consigo imaginar a Vila Mariana um dia sem este palacete. Na época em que o imóvel foi construído pertenceu a família Travaglia.

Crédito: Douglas Nascimento / São Paulo Antiga

Seu bairro tem algum imóvel bacana que ainda não está aqui no São Paulo Antiga ? Deixe o local nos comentários e iremos visitar.

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56 respostas

  1. Ja passei em frente e sempre me encantei com ela e nesta rua tb a várias casas antiga e fico ali imaginando suas histórias…..

    1. Na verdade gostaria de dizer q. morei na Rua Capitão Cavalcanti em 1955,e tb. q. existe um casarão na Rua Cunha entre a Rua Mairinque e Domingos de Morais.Parece q. está abandona ,tem muito lixo.Se puder entre em contato com o Douglas Nascimento,obrigada. d. Yolanda. 13-01-18

    1. No andar de baixo ela tinha 1 sala de jantar, um amplo living cuja entrada é pela porta-balcão da varanda e um salão de inverno lateral, com aquela janela lateral frontal.
      No andar de cima, o quarto de minhas irmãs é aquele que tem uma sacada-balcão, o meu o do lado direito com uma pequena sacada.
      Um longo corredor e à esquerda o quarto de meus pais, com um belo terraço anexo e ao final desse corredor, apenas um banheiro para a área dos quartos.
      Em baixo, uma bela copa, um lavabo, uma amplíssima cozinha, bem ao estilo das casas de fazenda do interior, dando acesso a um quintal muito gostoso, com 2 jabuticabeiras frondosas que carregavam todo o ano e traziam muitos sabiás e bem ao final do terreno um gramado aonde eu jogava bola e um galinheiro, aonde minha mãe sempre tinha ovos frescos e seus franguinhos para os almoços de domingo.
      Tinha quarto de banheiro de serviço e uma pequena área para tanque e máquina de lavar.
      Uma garagem para um carro grande.
      Morávamos em 5 nessa casa: meus pais, eu e minhas e irmãs.
      ela foi construída em 1945 pelo meu avô, como presente de casamento para a minha mãe.
      Ficamos lá até 1962.
      Abs,
      Geraldo

      1. Parabéns ….amo muito casas antigas me senti como voltando no tempo com vc mesmo sem sequer conhece -lo. Maravilhosa narrativa….me emocionou…..

      2. você morou lá? Faço arquitetura e amo casas antigas, ainda tem algum conhecido que more lá? Gostaria de visitar, será que é possível?

      3. essa casa nos anos 70 era de um amigo meu o Chuí, um chinês – jogávamos bola nessa lateral onde fica a garagem.

      4. Morei nesta casa, com a família Abussamra. Acredito que fora comprada da sua família e depois vendida a uma família chinesa. Sua descrição me fez relembrar.

  2. esse palacete é maravilhoso! (Há uma casa antiga, estilo inglês, no Alto da Lapa….rua Duarte da Costa, em frente a um hospital (não lembro o nome e nem se ainda existe),Pertence a alguém da família Meirelles).

    1. Dulce,fui criada no Alto da Lapa e ruas como Tome de Souza, Duarte da Costa, aquele fantasmagorico hospital que ainda esta cai nao cai, temos que admirar aqueles palacetes os quais sendo de familia menos afortunada ficava imaginando como era por dentro. Hoje muitas viraram consultorios medicos,advocaticios etc.Realmente gostaria muito em ver historias e residencias de nossa epoca, as quais nao voltam mais.

  3. Boa tarde…casa maravilhosaaaaaaaaaaaaaaaa…Trabalho em um escritório onde a casa tb é bem charmosa e antiga,mas infelizmente já foi vendida a uma construtora, e será demolida em breve,por favor se puderem façam uma visita aqui na frente e fotografem,vale a pena,mas se puderem se apressar,pois estamos de mudança no carnaval,e a casa será entregue no msm dia…Rua Gandavo,99,estou muito triste por ver mais uma arquitetura tão bela virar ruínas.abç,

  4. Temos uma casa na mesma rua, no número 95, que é tão bonita e interessante quanto esta. A nossa foi construída pelo meu avô engenheiro, inaugurada em 1931 e está tão conservada quanto esta!

      1. Conversando com minha tia fiquei sabendo que está casa da foto foi inspirada na casa de fazenda do filme “O Vento Levou”!

    1. Que legal Roberto Kerr!! Essa casa também sempre me chamou a atenção! Costumo passas por ela e há alguns anos ouvia alguém tocando piano 🙂

      1. É verdade, Jéssica. Minha mãe, falecida em 2011, era pianista. Então muitas pessoas que passavam em frente à casa dela (número 95) a ouviam tocar!

        1. Era muito agradável passar e ouvir o piano!! Sempre me perguntava: “Quem será que mora aí? Quem está tocando piano?”

  5. Meu,gostaria de entender o desleixo das pessoas para com as casas nos dias de hoje!
    É simplesmente incrível o cuidado,o capricho com que as casas de antigamente eram erguidas.Definitivamente,nasci em época errada.Só lamento…

  6. Tem uma casa aqui na Rua Isidoro Dias Lopes que eu gostaria que vocês fotografassem, na verdade são duas casas bem antigas e na placa esta escrito Vila Antonina ou é Antonieta algo assim as casas estão na esquina da Isidoro com a Avenida Parada Pinto e em frente delas estão construindo um prédio.

  7. Beleza, beleza, beleza, sem dúvida nenhuma. O primeiro proprietário, provavelmente aquele quem mandou edificar esta belíssima casa, com certeza era um 33 da Maçonaria e muito devoto à Ciência e à Arte da sagrada Ordem. Salve Jachim, salve Boas! Parabéns por mais esta preciosidade, querido amigo e irmão Douglas. Abração. Shalom Aleihem! Paz Profunda!

    L. Lafam.

    1. O primeiro proprietário não era maçon não, era meu avô, Edgard Nogueira Guedes, que contratou o arquiteto Luiz Muzi para construir essa casa como presente de casamento para minha mãe em 1945. Português, católico e devoto de N.Sra. de Fátima.
      Abs,
      Geraldo Travaglia Filho

  8. Esperemos que esse casarão permaneça em pé para sempre. Belíssimo, tenho vontade de conhecer, esse e muitos outros que existem nessa cidade, são um dos principais motivos que me fazem ter vontade de conhecer São Paulo. Torço para que outros proprietários sigam esse exemplo.

  9. Cresci na vila mariana na década de 80 e fico abismado de como tantos imóveis iguais a este foram demolidos para dar espaço a tantos edifícios…

  10. Parabéns pela matéria, realmente ela merece estar no site!

    Ainda existem centenas de belíssimas residencias antigas escondidas no interior dos bairros paulistanos longe dos grandes corredores de trafego, nas minhas andanças e pedaladas por aí sempre encontro gratas surpresas!

    Tem 5 que me vem na memória nesse momento, 2 no Jabaquara onde trabalho e 3 perto de casa que sempre quis saber a história.

    Uma fica na Rua das Perobas, 410 (http://goo.gl/maps/UsReg) e lembra uma pequena chácara com uma casa térrea nos fundos e um belo e frondoso bosque na frente, tudo muito bem cuidado e conservado. Confesso que é uma das casas do meus sonhos, queria ter uma igual!

    Outra fica na Rua dos Cambuís, 239 (http://goo.gl/maps/AiU9A) perto da primeira e como a 1° tem um belo jardim e está em ótimo estado de conservação. Ela está ou estava a venda, só espero que não seja demolida para erguerem um blocão feioso e árido.

    Uma fica na Rua Castro Alves altura do n°300 (http://goo.gl/maps/1RvLu), uma pequena casa térrea que me chamou a atenção pela bela arquitetura apesar de mal cuidada se comparada com a casa vizinha, imagino que daria um belo restaurante ou comércio se restaurada.

    As duas últimas, uma ao lado da outra ficam na Rua Pirapitingui, altura do n°150 (http://goo.gl/maps/FxqZB), não sei se alguma delas já foi citada mas são um ótimo exemplo de boa prática na conservação e uso de imóveis antigos, ambas usadas por empresas, uma delas por uma editora em excelente estado merecem uma visita.

    Existem outras também em muito bom estado de conservação nas própria rua.

    Abraços!

  11. Tenho saudade das casas da Rua Fabricio Vampre, perto do metro Ana Rosa. Tinha uma casa linda de esquina que guardo na memória. Alguém teria uma foto dela para recordarmos?

  12. Eu nasci nessa casa.
    Foi construída pelo meu avô como presente de casamento para minha mãe em 1945.
    Eu e minhas 2 irmãs temos lindas recordações de uma infância muito feliz nessa bela casa.
    Meus pais a venderam em 1962.
    O proprietário seguinte não teve cuidado com ela, mas estranha e surpreendentemente o 3o. proprietário a restaurou completamente e posso assegurar, está praticamente igual ao seu estado original.
    Meu pai, ainda vivo e muito lúcido com seus 93 anos, ficou muito emocionado em ver esta matéria.
    Agradeço, em nome de toda a família Travaglia, as gentis referências à residência que nos abrigou nos anos mais felizes de nossas vidas.
    Por um capricho delicioso do destino, as roseiras que minha mãe plantou ainda estão lá, garbosas e floridas, após 60 anos!!!
    Geraldo Travaglia Filho

    1. Olá Geraldo,

      A casa foi total mente restaurada pelos meus pais, Luiz Sgarbi e Anna Yolanda Sgarbi. Assim como você, eu passei minha infância e adolescência nessa casa e guardo ótimas recordações desse tempo. Minha mãe vive lá até hoje e ficou muito feliz com a matéria e com o seu comentário.

      Sergio Sgarbi

  13. Morei na R: Duarte da Costa, em frente a Praça Senador Jose Roberto, este Hospital era do médico de nossa famiíia, Dr. Esterling, não sei se assim que se escreve, lá meu avô foi operado e eu levei 3 pontos na testa depois de um queda, até hoje me lembro como foi. Morei no numero 1942.

  14. Douglas, fiquei feliz ao ver as fotos. Essa casa pertence à minha família desde 1976.
    Eu morei lá dos 7 aos 24 anos e minha mãe vive na casa até hoje… A “charmosa sacada” ficava no meu quarto.

    Sergio Sgarbi

    1. Meu pai e minha mãe eram amigos do seu pai e da sua mãe. Minha mãe comentou que visitou seus pais logo depois que eles compraram a casa e achou grande, bonita. Gostou muito de ver a matéria e ficou contente em saber que sua mãe ainda estava lá quando você fez este comentário.
      Lembro que seu pai foi no crematório quando meu pai morreu.

  15. O hospital Iguatemi da rua Duarte da Costa foi vendido e demolido logo em seguida, só restando uma terreno vazio que esta a venda. Nas ruas da City Lapa tem casas antigas fantásticas, vale e pena dar uma olhada.
    Miriam

  16. Parabéns Douglas pela matéria publicada, eu estudo próximo a essa rua e me encanto em ver essas casas preservadas, mesmo que não estejam tombadas por esses órgãos incompetentes. Em uma rua próxima, a Humberto I do 1021 até o 981 aproximadamente, tem algumas casas na qual eu não conheço a história, mas parece que infelizmente estas serão demolidas para dar lugar a algum edifício em forma de “palito”……. mto triste mesmo….

  17. Douglas, como posso falar com vc???? é sobre uma propriedade histórica belíssima do séc XIX, que os leitores vão amar ver aqui…

  18. Eu adoro essa casa!!! Moro perto e sempre que passo em frente fico encantada com a beleza e conservação que apresenta. Ah… Se todos os donos de casas preciosas como essa fossem assim, ainda teríamos muitos tesouros por aí…

  19. Douglas, ontem 02/12/2018; estive em frente a esse palacete e ia te enviar a foto. Fiquei encantada com ele!

  20. Douglas, conheço algumas dessas casas , vc já viu o casarão da rua General Gurjão, 201 ? Próximo a Lins de Vasconcelos . Cleide

  21. Uma obra de arte, serve de exemplo para outros patrimônios abandonados, espero que um dia o poder público valorize o nosso passado, para que muitos sejam recuperados e nossa história preservada.

  22. Visite a rua promotor Gabriel Netuzzi Peres , Santo Amaro! Tem uma casinha térrea antiga que é um sonho! Fica quase chegando na rua Barão de Duprat ! Ainda tem moradores pq é muito bem cuidada!

  23. Esse casarão pertenceu, entre as décadas de 60 a 70, à meu padrinho Manoel Sanchez. Maravilhoso, por fora e por dentro! Essas fotos me proporcionaram uma viagem no tempo…! Me vi caminhando em seu interior, pelas amplas salas, ricamente decoradas, com móveis em estilo provençal; a escada em mármore branco, com passadeira de veludo vermelho, corrimão dourado, que dava acesso ao andar superior onde ficavam os quartos.
    Gratidão por tão nobre e linda lembrança.

  24. Que linda! Uma casa assim hoje vale milhões de reais! Espero que a família que é dona não a venda e que a mantenha assim conservada. Uma das mais bonitas que eu já vi em São Paulo. Será que tem quintal? rsrsrs

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