Casa Demolida – Rua Mazzini s/n

A região do Cambuci é cheia de curiosidades. Desde o Largo Nossa Senhora da Conceição até a Lavapés são inúmeras casas antigas, casarões como magnífico encontrado na rua Scuvero e até vilas esquecidas como a Vila Clorinda.

E foi pesquisando a rua Mazzini que encontrei esta bela casa antiga já bastante deteriorada e parcialmente demolida, que olhando pela vista da rua parece uma pequena casa térrea, mas que na verdade é muito maior que parece ser.

A casa fica na esquina da Mazzini com a Tenente Azevedo e essa esquina, em “U” chama atenção para uma espécie de vale de onde é possível avistar muito mais abaixo a Rua Muniz de Sousa já na parte baixa do Cambuci.

Ao lado da casa, além da vista do vale, hoje um lugar bastante deteriorado já que pessoas descartam lixo e muito entulho, é possível ver uma grande área verde desocupada. E ali corria um córrego que nascia um pouco mais acima na Aclimação, e que ou foi extinto ou canalizado. No mapa da região, de 1924, ainda é possível ver o córrego que prossegue até o rio Tamanduatei.

Agora volte no tempo e imagine décadas atrás como seria a vista desta bela casa. É possível imaginar o quanto era agradável morar nela e o quanto nós estamos perdendo em qualidade de vida nos dias de hoje com o crescimento desenfreado de nossa cidade.

Confira mais fotos desta casa (clique para ampliar):

Atualização – 10/12/2019:

O que temíamos há quase uma década realmente aconteceu, o imóvel foi demolido alguns anos depois desta reportagem, especificamente em 2014. Desde então nada foi construído até o momento, exceto pela cerca que protege o terreno. O solo acidentado talvez seja o dificultador de algo novo ser construído por ali. Seguimos acompanhando.

A área já com a residência demolida
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Gelemaq

Localizada no número 46 da rua Professor Ferreira Paulino, na Vila Augusta, este imóvel onde outrora funcionou a empresa Gelemaq encontra-se abandonado.

Leia mais »

12 respostas

  1. Quando olhamos estes mapas antigos sentimos com força a mudança da cidade. A casa realmente parecia ser muito agradável e com uma vista legal, mas hoje ela se encontra esquecida e rodeada de prédios enormes.

  2. Como é que alguem que tem uma casa deixa chegar a esse ponto? Invasoes, etc, depredamento, desfiguração… não seria mais facil ter vendido e levantar algum dinheiro? Por que a Prefeitura não fiscaliza o local, pelo menos em termos higienicos? Do governo nao espere nada, mesmo. É por isso que tem tantas demolições feitas por aí de forma ilega. Os vizinhos se cansam de tanto descaso, fedor, condições higiene, vandalismo, drogados…

    1. Ralph,
      Em geral, são os problemas de sucessão e herança que faz com que preciosidades como a deste post sejam perdidas para sempre.
      O interesse não é do poder público, pois, se nem com as pessoas eles se preocupam, imagine com as pessoas.

      1. E aliado a isso, como as tratativas de herança costumam durar anos e anos, o bem acaba abandonado durante este tempo todo (Sendo as vezes até invadido e depredado). E após o final do processo, os herdeiros tem em mãos um imóvel sem qualquer condição de ficar em pé. Aqui na minha cidade, uma casa em tratativa de inventário ficou fechada até 2015 mais ou menos, e na garagem havia um Fusca (Provavelmente do falecido dono) que ainda ostentava placa amarela. Ao fim do processo, o Fusca sumiu e a casa veio abaixo, pois estava caindo aos pedaços.

  3. Se eu tivesse uma máquina do tempo eu não teria dúvidas: iria para o passado – do jeito que a qualidade de vida do paulistano cai com o tempo, prefiro nem saber como será no futuro. O avanços da tecnologia só fazem anestesiar a alma dos desatentos.

  4. Olá, esta casa atualmente é um problema pois virou ponto de encontro de ladroes e bandidos… O terreno já foi vendido e será um grande empreendimento imobiliario…
    Esse ponto, até 30 anos atrás ainda passava o Corrego Aclimação e era problema dos moradores com a prefeitura constantemente.
    Gostaria de saber como conseguiram esse mapa?
    Obrigado

  5. Geralmente o dono está fora do Brasil (e bem morto), como alguns industriais e “empresários” (em algumas regiões, grupos mafiosos italianos!) quem vinham para São Paulo nessa época. A maioria desses imóveis vão pra leilão e quem compra não pode ficar com a construção, só o terreno.

  6. Já morei praticamente do lado desse imóvel, hoje demolido, interessante que ao lado existe uma escadaria reformada que era coberta de entulho que um senhor carroceiro de uns 60, 70 anos construiu seu barraco, também lembro de explorar bastante uns 10, 15 anos atrás esses terrenos e as fábricas quando mais jovem, era muito legal.

    Alí já foram quadras e uma escolinha de futebol e hoje o único terreno restante pertence a Igreja Nossa Senhora dos Remédios atrás desta.

    1. Andei bastante nesse lugar na decada de 60. Descendo uma trilha na época chegava-se em uma fabrica de vidros e embaixo da fabrica havia um corrego. A fabrica de vidro despejava bolinhas de vidro tipo restos/pingos e nós crianças pegávamos para brincar.

    2. boa noite, SavianoMarcio. Eu conhecia a familia Saviano que era proprietaria de varios predios na aclimacao. ORBAN. Nao sei se vc e parente dessa familia.

  7. Muito interessantes os comentários e depoimentos acima. Desenvolvo um projeto cultural que intitulei “Para Amar é preciso sonhecer – Memória Social do Cambuci e Região”, dentro do qual estou escrevendo um livro sobre o território que abrange desde o Glicério até a Rua Vergueiro. Além disso faço parte da Rede Social do Cambuci e região REDESC, que tem o SENAC Aclimação como parceiro. Vou procurar o livro indicado sobre mapas e literatura.

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