Casarão do Gatinho – Avenida Rebouças

A contínua transformação urbana de São Paulo está sempre trazendo alguma notícia triste envolvendo imóveis antigos. Desta vez foi a demolição de um elegante casarão que ficava em Pinheiros:

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Localizado no número 2620 da Avenida Rebouças, tratava-se de um dos mais belos imóveis desta via e também um dos mais conservados. A exceção de uma porta de vidro que substituiu a original de madeira na entrada da residência, tudo mais estava preservado.

Muitos moradores da região conheciam este imóvel como a ˝Casa do Gatinho˝, não pelo fato de ter um felino de verdade ali, mas sim um delicado gracejo de madeira no telhado, que era um gato perseguindo uma pomba, como mostra a foto a seguir:

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Infelizmente nada disso existe mais, tanto este casarão como dois vizinhos seus à direita – sendo que um deles até já foi mostrado aqui no blog – foram abaixo no final de 2016 para dar lugar a um novo empreendimento imobiliário. Não restou nada, sequer uma árvore foi preservada no terreno.  Será que alguém teve o cuidado de guardar o gato de madeira ?

Na foto, os vizinhos que foram demolidos (Fonte: Google Street View)

Não foi possível levantar os donos originais do imóvel ainda (dicas, mandem para cá). Entretanto na década de 1960 neste imóvel residia uma mulher com o nome Maria L.A.B, cujo telefone era 8-5531. Foi o máximo de informação que conseguimos até o momento.

Sem dúvida uma grande perda para a cidade e, principalmente, para a Avenida Rebouças, cada vez mais descaracterizada.

Veja mais fotos do imóvel antes de ser demolido (clique para ampliar):

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Casarão – Rua Dr. Zuquim, 1413

Conheça este belo casarão localizado no número 1413 da rua Dr. Zuquim em Santana. Ele está com placas de venda e locação, mas permanece preservado e absolutamente conservado.

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19 respostas

  1. Era nossa paixão de infância. Quando foi alugado ao Bradesco, nos anos 70/80, já começou sua destruição – foi “remodelado” por dentro para ser “adaptado” e teve seu lindo telhado irreversivelmente pintado de cinza prata. E, por fim, acabou destruído, como acaba mais cedo ou mais tarde acontecendo com tudo que é belo nessa cidade.

    1. Cara Vania. Acho que passei centenas ou talvez milhares de vezes em frente a esta casa. para mim servia como ponto de referência já que está a meio caminho entre a Av Brasil e a Faria Lima. Ao menos, tomara que no terreno construam algo relevante e com uma arquitetura digna de se ver, porém eu acho difícil que isso aconteça.

  2. … / …. é possível que tenha havido uma utilização comercial (o Juno Bass menciona o Bradesco) ou algo mais protocolar já que restaram os mastros metálicos junto a fachada …. chamou a atenção os arcos de tijolinho em ambas as laterais … um deles bem exposto e o outro já coberto por uma trepadeira .

  3. Certa vez, há algumas décadas atrás, fiz um passeio turístico por São Paulo e esta casa era uma das breves paradas do ônibus, quando então a guia turística chamava a atenção da gente para o estilo da construção e para o detalhe do gato e da pomba no telhado. Que pena que foi demolida.

  4. O imóvel entre 1995 e 2017 é de propriedade de Henrique Brenner. O contribuinte fiscal é 015.039.0018-1.
    Para saber o histórico basta pedir a matrícula primitiva do imóvel e a matrícula atualizada no CRI competente.

  5. Infelizmente as pessoas só pensam no lucro,nunca no valor arquitetônico e histórico…Muito triste!!!

  6. Ahhh… Que pena!!! Meados da década de 80, eu descia a Av. Rebouças de ônibus e quando chegava perto de uma casa de estilo alemão com os gatinhos no telhado, me sentia encantada!!! Lembro bem que eu procurava sentar do lado que eu pudesse ver aquela cena encantada. Indo diariamente pra FFLCH- USP de 1981 a 1986. E dias atrás passei pela mesma avenida porém não avistei a casa. Senti uma “saudadezinha” no coração. Uma nostalgia me invadiu. Mas muitas coisas daquela época já não existem mais mesmo… nem os gatinhos, nem a casa, nem aquela estudante, nem os sonhos que levava em seu coração. E aliás, tanto os gatinhos como meus sonhos não passaram de uma grande ilusão.

  7. Infelizmente isso acontece porque hoje a Av. Rebouças é um grande corredor de ônibus e de carros o que impede a existência de imóveis residenciais ali, os que tem são prédios de apartamentos que cada vez mais vão tomando o lugar de casas como essa, sei disso pois passei nessa avenida anteontem e lá o tráfego de veículos é intenso.

    1. Eu trabalhei por cinco anos ao lado dessa casa, no número 2636, era o sobrado onde ficava a Yamaha instrumentos musicais, e ficava namorando cada detalhe, e o gatinho no telhado era o que mais me agradava. Eu ficava da janela só olhando, e imaginando quem tinha morado ali e comecei a reparar também no sobrado que eu trabalhava que era colado a essa casa, foi quando notei que o piso que era todo de caquinho vermelho, e tinha um coração com duas inicias e logo na entrada uma parede toda de azulejo com um desenho lindo pintado em azul. E como eu era uma menina de 18 anos, sonhadora, achava que essas duas casas uma ao lado da outra, tinham sido palco de grandes amores. Muito triste pensar que nada existe mais. Infelizmente no Brasil é assim

  8. Mais de trinta anos atrás, quando precisávamos ir a Pinheiros ou ao Jabaquara, eu e minha mãe subíamos a Rebouças de ônibus e praticamente “namorávamos” essa casa. Posso lhe dizer seguramente que, naquele tempo, a casa ainda parecia ser habitada, e era muito bem cuidada. O gatinho que aparece aqui não é nem de longe o original, que era de louça (havia também uns pombinhos mais à frente dele) e era redondinho, bem antigo; havia trepadeiras pro cima do telhado em que o gatinho e os pombos estavam. Impossível não dar um sorriso ao olhar aquela linda casa. Tanto eu adorava essa construção que, assim que adquirimos telefone, fui procurar, pelo número da casa, o nome da família que ali morava. Eram os Arruda Botelho. Espero que esta informação o ajude de alguma maneira. Parabéns pelo blog.

  9. Que coragem demolirem uma maravilha dessa para construir essas aberrações de 32 metros quadrados com lazer completo. Horríveis!! E pior, cheio de babaca comprando a preços exorbitantes…

  10. As iniciais MLAB são de Maria Luiza de Arruda Botelho, falecida há anos, neta do Conde do Pinhal, moradora no imóvel e adorável anfitriã de memoráveis jantares natalinos oferecidos a primos e amigos.

  11. Ninguém vai ver aquela casa pequena meio que escondida atrás de tapumes, que tem um sino pendurado (deve ser uma antiga campainha)? A casa fica na Rebouças, bem na subida, quase chegando à Consolação. Parece ser bem antiga. Vejam antes que vá embora.

  12. Na linha de destruição de São Paulo: quando era criança ficava encantada ao passar de carro na Av. Rebouças e via o gatinho de madeira no telhado de um lindo casarão! A imaginação ia longe, será que ele ia conseguir agarrar a pombinha???
    Desde 2016 essa imagem não existe mais….No lugar um “novo” empreendimento imobiliário….O que terá acontecido com o gatinho e o que será das crianças de São Paulo que não terão mais imagens como essa para contemplar???

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