Casarão – Avenida Gabriela Mistral

Um dos caminhos mais antigos da capital paulista, a Avenida Gabriela Mistral é infelizmente uma via bastante esquecida por nossas autoridades municipais.

Por muitos e muitos esta via era o único meio de ligação do bairro de Penha de França com o município vizinho de Guarulhos. Esse pouco contato entre o bairro e a outra cidade, aliás, não impediu do poder municipal paulistano transferir a propriedade do bairro para os guarulhenses, medida essa que durou poucos anos.

Nesta via ainda alguns resquícios de um passado um pouco mais nobre do que o que encontramos atualmente, com diversas chácaras e casarões. Parte destas propriedades eram ligadas a donos de olarias que margeavam o rio Tietê nesta região, tanto do lado paulistano como no de Guarulhos.

Um dos imóveis remanescentes é este aqui:

clique na foto para ampliar

Construída na primeira metade do século 20, esta propriedade é uma sobrevivente de um período já bastante remoto desta região. No passado, como já mencionei acima, a Gabriela Mistral era uma avenida bem diferente desta que encontramos atualmente, com vários outros imóveis similares a este de ambos os lados da via.

Hoje  as poucas que resistem encontram-se em estados de conservação que variam do regular ao ruim, fruto de uma região bastante desprezada da Penha, com segurança precária, e má conservação dos instrumentos públicos.

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Apesar dos pesares a casa não está em mau estado de preservação. Seu estado geral é bastante satisfatório, necessitando alguns trabalhos pontuais. De acordo com um vizinho que preferiu não se identificar, a casa sofreu alterações mais profundas na década de 1950 ou 1960 (ele teve certa dificuldade em precisar) quando a varanda, logo à esquerda da porta de entrada, foi fechada com alguns vitrôs.

Atualmente pintada em um tom de verde a casa por mais vezes teve pinturas com branco e bege, sendo que na área ao redor da janela do quarto os tijolos ficavam à vista e em sua cor natural. É possível observar que os tijolos foram pintados junto com o restante da fachada.

A primeira vez que a fotografamos, em 2011, a residência ainda era de cor branca como mostra a foto a seguir:

Nesta cor a casa era mais agradável (clique para ampliar)

Por fim, tanto essa casa como suas vizinhas convivem com o constante rumor que serão demolidas, seja em decorrência da construção de um corredor de ônibus ou de uma linha do Metrô. Se é verdade ou não, por enquanto não podemos confirmar. Esperamos que não passe de um boato e que toda esta região receba uma merecida revitalização.

Veja mais fotos (clique na miniatura para ampliar):

Você pode conhecer dois outros interessantes imóveis antigos da Avenida Gabriela Mistral clicando aqui e aqui.

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6 respostas

  1. O tom verde das paredes externas apagou a cor gelo da porta e da janela de madeira da fachada; melhor era branco-marfim mesmo como na foto que você descreveu de 2011.

  2. Notem ….

    1.Amplas janelas prenunciando pé direito alto. Este tipo de construção prescinde de Ar Condicionado. Ar quente sobe, e quando se há pé direito suficiente, o resultado é uma excepcional ventilação sem a sensação de sufoco no verão, e sem a necessidade de se gastar com ar condicionado. Quando muito ventilador de teto melhora a circulação de ar.

    2.Todas as prumadas frontais e laterais estão em aberto para recepção de abundante luz natural.

    3.A casa é elevada, pressupõe-se um porão, algo raro de se encontrar hoje em dia. Porões, sem cavados abaixo do nível da terra permitem cômodos frescos no verão, no andar baixo. E, pode-se erguer piso de madeira no andar “térreo”, sem que se sofra com o empenamento de tábuas.

    Morar em casa não geminada é um privilégio, no entanto as pessoas associam a morar em edifício de apartamento com lazer completo símbolo de status. Massificação do conceito de moradia, que só vem ao encontro dos interesses das incorporadoras.

    Béeeeeeee

  3. Penha de França , um lugar bonito e ainda cheio de arvores , seria a estação final dos Bondinhos da época onde ainda hoje existe a possibilidade de recuperar este lugar historico .Aguardo sua ajuda ou fotos do local abandonado, e quem sabe um dia , tbem ver fotos deste lugar recuperado .

  4. A pior coisa que pode acontecer à uma pessoa é morar bem na divisa de uma cidade com outra, pois basta precisar de um serviço público que começa o jogo de empurra de um lado para o outro e ninguém quer assumir a responsabilidade, entretanto não esquecem de enviar religiosamente o carnê de cobrança do IPTU.

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