Residência de Teófilo de Andrade Filho

Poucos dias depois de noticiarmos aqui a lamentável demolição do casarão localizado no número 769 da Rua Bela Cintra, recebemos outra triste informação. O casarão vizinho a ele, no número 755 da mesma rua foi demolido em 14 de setembro de 2012, uma semana depois do primeiro.

clique na foto para ampliar

A demolição deste belo exemplar da São Paulo antiga já era um tanto quanto previsível e esperada, já que um estudo sobre a área dá pra entender que queriam os dois terrenos para que um grande empreendimento fosse erguido no local.

O lamentável do fato é a inércia do DPH e do CONPRESP que nada fizeram para impedir que estas duas construções centenárias, e em excelente estado de conservação, fossem abaixo. A demolição, por mais repugnante e revoltante que seja para os cidadãos paulistanos foi perfeitamente legal. A fotografia abaixo, tirada poucos dias antes da demolição do primeiro casarão, dá uma visão pouco comum dos imóveis, pelos fundos.

Uma visão diferente dos dois casarões (clique na foto para ampliar).

Não há muito o que dizer sobre os casarões que foram abaixo. As imagens estão ai e mostram que ambos estavam em perfeitas condições e não apresentavam nenhum problema estrutural ou de abandono. O problema real é a imoralidade de nossas autoridades e dos órgãos públicos de defesa do patrimônio que, mergulhados em inércia e burocracia, assistem a destruição da história de São Paulo com uma naturalidade revoltante.

Menos de 24 horas depois do início da demolição, fomos ao local e encontramos o terreno já completamente limpo, como mostra a imagem a seguir:

A história da Cidade de São Paulo adoece cada vez mais, sangrando sem fim. É vítima de uma hemorragia moral patrocinada por construtoras e incorporadoras, cujas atuações vorazes e descontroladas seguem sem controle das autoridades municipais, que parecem fingir que nada de errado acontece em nossa cidade. Até quando ?

SOBRE O PROPRIETÁRIO:

O palacete foi residência de Téofilo Ribeiro de Andrade Filho (*1922 +2015) político brasileiro eleito deputado federal por São Paulo pelo antigo Partido Democrata Cristão (PDC). Era casado com Alda Assunção do Amaral Andrade com quem teve duas filhas.

Veja mais fotos do casarão e do terreno durante e após a demolição (clique na miniatura para ampliar):

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14 respostas

  1. O paulistano quando vem para Londres ou Buenos Aires e vê os bairros históricos acha lindo. Quando é na cidade em que mora, nem liga.

  2. Não vai sobrar nada em São Paulo.. O quase-nada que sobrou já tá vindo a baixo..
    Só sobrou uma meia duzia de ícones em São Paulo, mas a paisagem JÁ ERA. Não tem mais o que fazer. ACABOU!

  3. Sinceramente,são paulo já foi uma cidade linda,com belos casarões e praças de encher os olhos,imagino daqui ha 20 anos uma visita de pessoas de outros estados,vindo pra são paulo e se deparando com prédios espelhados e totalmente sem graça…..como o colega guilherme disse..”Obrigado PSDB e Kassab por fazer de nossa bela cidade uma grande lixeira…..

  4. A questão não é o PSDB, o PT já foi governo e não fez absolutamente nada nesta questão, uma incompetência a toda prova, o atual prefeito Kassab ao menos fez alguma coisa, como a criação da lei de concessão inspirada nos moldes de Barcelona que acabou agilizando a restauração de vários edifícios nas áreas centrais, citarei o belíssimo edifício Arcadas na Sé e o Edifício estilo LuisXV Guinle, na Rua direita que se beneficiaram dessa lei, falta muito o fazer, mas já foi alguma coisa, quanto ao PT, pode esquecer, aqui em SP não entra, não passa, petistas, desistam, gente como a Marta e Erundina, nunca mais, se Deus quiser!

  5. Acredito que a maior desurbanização de São Paulo tenha se concretizado na gestão Paulo Maluf. Seus viadutos e principalmente o Elevado Costa e Silva, que aniquilou por completo a Av. São João e seus arredores. A destruição da tradição desta cidade vem vindo há décadas. É só lembrar-se do Palacete Santa Helena, na ex-Praça Clóvis. Por pouco não foi abaixo o Caetano de Campos, na Praça da República. Tenho, porém, de discordar sobre a gestão Erundina,, pois fui testemunha da reforma do Solar da Marquesa, perto do Pátio do Colégio. O prédio estava sendo utilizado como o Arquivo de Partituras do Teatro Municipal e os funcionários trabalhavam em meio a ratos e goteiras. A reforma fôra prometida em gestões anteriores, foram feitos estudos para a recuperação, mas apenas na gestão da Erundina é que esses estudos foram concretizados. Passados os anos, nenhum outro esforço foi feito para que o prédio tivesse a manutenção necessária, para que ele pudesse ser conservado. É uma pena, realmente. Mais teria ela feito, se a tivessem deixado fazer.

  6. Poxa… fico chateada quando veja essas noticias… eu acho linda a história dos casarões… o problema que nós brasileiros não temos memória histórica… e o pouco que tem se vai… e concordo plenamente com o comentário do Tadeu… quando vamos para outros países ficamos encantados com a memória histórica deles… nem mais 500 anos resolve o problema da falta de cultura e consciência de preservação da história…

  7. O maior problema é a ganância dos herdeiros ! O patrimônio histórico para ele$ … Serão um bom saldo bancário
    e uma residencia em um condomínio fechado no interior de São Paulo. Nós já herdamos um monte de rios
    poluidos nessa cidade e bairros só com nomes de jardins e bosques ! kkkkkkk

  8. É de fazer chorar!…
    Eu, na minha adolescência, passava férias em São Paulo e pude conhecer a beleza arquitetônica dessa área.
    A história de São Paulo está sendo esmagada por tratores… retroescavadeiras… E o que é pior:
    Com a conivência do poder público!…

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