Escola Estadual Romão Puiggari

Bairro conhecido pelo seu passado operário e até hoje berço de imigrantes de várias nacionalidades, o Brás também é famoso por abrigar uma das escolas públicas mais antigas do Estado de São Paulo.

Atualmente conhecida como Escola Estadual Romão Puiggari, o ˝Primeiro Grupo Escolar do Braz˝ como era chamado anteriormente tem sua origem no começo da segunda metade do século 19, ainda no Brasil Imperial, em um outro imóvel do bairro.

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Em 1895 as autoridades começaram a debater a construção de um novo edifício para escola, pelo fato que o imóvel anterior já era incapaz de atender de maneira eficiente o cada vez maior número de alunos. O bairro dava passos largos para a industrialização e imigrantes adotavam o Brás para viver.

Foi no início de 1898 que Bernardino de Campos, então presidente do Estado de São Paulo, determinou a construção da nova escola. Com projeto arquitetônico de Ramos de Azevedo, suas obras foram executadas pelo engenheiro Pedro de Mello e Souza Júnior, sendo entregue concluída ao final do primeiro semestre do mesmo ano.

O grupo escolar foi inaugurado 15 de agosto de 1898, passando a atender inicialmente um total de 1031 alunos. Não demorou para que a instituição se transformasse em uma das mais importantes de capital paulista.

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Localizado na Avenida Rangel Pestana, importante elo entre a região leste e o centro da cidade, o grupo escolar sofreu uma grande reforma no ano de 1926, ocasião em que teve parte de sua estrutura comprometida por um incêndio. Apesar da reforma a arquitetura original idealizada por Ramos de Azevedo não sofreu alterações.

Pelo seu grande valor na evolução do ensino em São Paulo e também pela sua relevância arquitetônica, em 2002 a Escola Estadual Romão Puiggari foi tombada como patrimônio histórico pelo Condephaat, juntamente com outras 122 escolas do Estado.

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QUEM FOI ROMÃO PUIGGARI ?

Apesar de ser todos conhecerem a escola por este nome, poucos sabem quem foi Romão Puiggari.

Nascido na cidade de Vigo, Espanha, em 8 de abril de 1865, Romão Puiggari iniciou seus estudos em Barcelona. Chegou ao Brasil em 1877, aos 12 anos, e depois de passar por várias cidades do interior, fixou-se na capital paulista.

Foto: Douglas Nascimento / São Paulo Antiga

Trabalhou como caixeiro para poder estudar e formou-se professor, iniciando sua carreira no município de Mogi Mirim.

Em 8 de fevereiro de 1895 foi nomeado interinamente para ser professor da Escola Normal Modelo Caetano de Campos. Posteriormente foi diretor do Grupo Escolar do Brás durante dois anos.

Romão Puiggari morreu em 5 de dezembro de 1904, aos 39 anos. Alem de professor, foi prosador e poeta. Sua popularidade era tamanha em São Paulo que seu corpo foi levado à mão, da rua Maria Antonia 39 para o cemitério da Consolação onde foi sepultado (veja nota abaixo publicada pelo jornal Correio Paulistano em 6/12/1904).

Correio Paulistano

A avenida Rangel Pestana onde está situada a escola já era uma das vias mais movimentadas de São Paulo no início do século 20. Os constantes casos de acidentes de trânsito envolvendo veículos e bondes atingindo alunos do Grupo Escolar Romão Puiggari foi a principal motivação para a construção da passagem subterrânea que funcionou na frente da escola por décadas. Apesar de ainda existir, ela está há muito tempo desativada e fechada. Clique aqui para saber a história desta passagem.

Veja mais fotos da Escola Estadual Romão Puiggari (clique para ampliar):

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18 respostas

  1. Sempre tive curiosidade de saber mais dessa escola onde minha mãe fez o curso primário. Fico feliz de ter sido tombada pois é um imóvel de lindas características arquitetônicas e um dos poucos que estão tão bem conservados assim em São Paulo.

  2. Foi minha primeira escola, onde fiz o primário entre os anos de 1951/1954. Fico feliz em ver que ela se mantem em bom estado. Saudades!

  3. Parece que o edifício está razoavelmente bem conservado, poderia abrigar aulas relacionadas a cultura, ou matérias correlatas.

  4. Lindo prédio, me traz muitas boas lembranças, quando eu ia com meu pai e meu irmão pegar uma fila quilométrica para trocar cupom fiscal por figurinhas do álbum Paulistinha ❤️❤️❤️

  5. A escola continua funcionando normalmente para atender alunos do Ensino Fundamental I (antigo primário). Meu pai, meu tio, eu e minha irmã estudamos aí. Depois de formada, dei aulas no Romão. A restauração foi feita há vários anos e, como se pode ver pelas fotos, foi extremamente bem feita.

  6. Que lindo! Linda história, lindo edifício. Quiçá sirva de inspiração para o prefeito João Dória cuidar bem de SAMPA que tanto amo e que anda tão estragadinha.

  7. Estudei nesta magnífica escola de 2003 a 2006 e só tenho boas recordações. Uma das maiores alegrias em estudar ali era viajar no tempo. Muitas vezes, enquanto admirando a arquitetura interna (nas aulas, caminhando ou brincando no próprio intervalo), me pegava pensando que crianças 100 anos antes de mim também estiveram ali cheias de sonhos…
    É fantástico.

  8. Nossa que emoção rever a escola que iniciei meus estudos. Estudei na década de 80 até 1990.Saudades ….

    1. Boa noite Roseane tudo bem?

      Por acaso vc ainda mora no Brás? Imagino que estudamos na mesma sala, vc é morena e na época da escola tinha cabelos pretos e longos?

  9. Gostaria de saber como faço pra conseguir a transferência do meu filho que estudou a 4 serie nesta instituição, moro em recife e estou precisando deste documento para que possa resolver situação dele em outras escolas que ele estuda aqui em recife,poderia me ajudar por favor?

  10. A noite funcionava o Colégio Estadual Anne Frank, onde estudei na década de 1960. O grande problema é q ao lado ficava o Cine Piratininga (rsrs). Nesta época passava o filme do Beatles, Help.

  11. Saudades da época que eu atravessava a Rua Piratininga com a minha mãe para ir para esta escola e a Professora Irene no ano de 1982.

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