Entre Montes, a cidade que desapareceu

O município paulista de Pedreira, distante 93 quilômetros da capital paulista, esconde em sua periferia os restos de uma cidade antiga e próspera que hoje não existe mais. Trata-se de Entre Montes.

Entre Montes nos primeiros anos do século 20 (clique para ampliar).

Tudo começou ainda no século 19, aproximadamente em 1856, como uma fazenda típica do interior paulista com moinho, senzalas, olarias, e cerca de duas dezenas de escravos.

Com a morte do proprietário desta fazenda, a área foi dividida em duas, surgindo a Fazenda Bela Vista e a Fazenda Entre Montes. O bairro de Entre Montes surgiria aproximadamente em 1870, quando Pedro Thomas da Cunha vendeu as duas fazendas para Antonio Ribeiro de Carvalho e também vários terrenos da região para novos moradores e comerciantes, surgindo assim o arruamento inicial que permitiria o desenvolvimento local.

À época, Entre Montes pertencia ao município de Amparo, já que Pedreira só surgiria como município de fato em 1896.

Um mapa rudimentar de Entre Montes no início do século 20.
Um mapa rudimentar de Entre Montes no início do século 20.

O novo local estimulado com a produção cafeeira, logo se tornaria próspero. E a grande quantidade de café produzida por ali foi um impulsionador para a criação da Estação Ferroviária de Pedreira, então uma Vila de Amparo.

A estação seria construída em um terreno doado por José Pedro de Godoy Moreira em 1875. A proximidade da estação facilitou o escoamento do café e acelerou ainda mais o desenvolvimento de Entre Montes que, embora nunca tenha se tornado uma cidade independente (sempre foi um bairro, inicialmente de Amparo e posteriormente de Pedreira) tinha dimensões, movimentação financeira e  população suficientes para se tornar município.

Entre Montes nos primeiros anos do século 20 (clique para ampliar).
Entre Montes nos primeiros anos do século 20 (clique para ampliar).

No início da década de 1920, Entre Montes tinha tudo que uma cidade ou vilarejo necessitava para proporcionar uma boa vida a seus cidadãos: igreja, escola, comércio, cassino, time de futebol, farmácia, telefone, hospedaria e até um destacamento militar.

Entretanto, foi no final desta mesma década que tudo começaria a minguar, até a cidadela desaparecer por completo e tornar-se uma área fantasma em meados dos anos 40.

Mas o que teria ocorrido para fazer um lugar tão próspero sumir do mapa ? Existem duas histórias que explicam, uma que é lenda e outra que é mais plausível. Vamos a elas:

Entre Montes em 1964 / Foto: Jorge Butsuem (clique para ampliar).
A moribunda Entre Montes em 1964 / Foto: Jorge Butsuem.

A Maldição de Padre Adelmo(): Corre uma história pelas ruas de Pedreira e até de Amparo que Entre Montes desapareceu por conta de uma “maldição” proferida por um padre ao deixar a cidade. Reza a lenda que em um domingo qualquer, no final da década de 20, este Padre Adelmo celebrava uma missa em Entre Montes quando ele notou entre os fiéis da paróquia uma jovem mulher que estava trajada com um vestido com decote insinuante.

O padre então teria interrompido a missa e solicitado à jovem que voltasse para casa imediatamente para vestir algo mais apropriado para uma igreja. Ao regressar a sua residência a garota contou o ocorrido a seu pai, um fazendeiro local, que não gostou nada do que o Padre Adelmo fez.

Ele teria mandado alguns capangas dar uma surra no religioso após ó termino da missa. Depois do ocorrido, humilhado, Padre Adelmo teria decidido abandonar a cidade e ao deixar o local teria olhado uma última vez para Entre Montes e proferido a sentença: “Neste terra nada mais crescerá, nem dará frutos”.  A partir deste momento teria começado o declínio da região e a fuga de moradores para outras  localidades.

() Existe uma segunda versão, não tão popular, envolvendo o Padre Adelmo. Esta outra lenda conta que o religioso teria se apaixonado por uma moça da cidade e que o pai, fazendeiro, não gostou nada da história e teria chamado os capangas para dar uma surra no religioso, que abandonou a cidade após o fato proferindo a mesma maldição do caso do decote. Seja lá qual for a lenda envolvendo Padre Adelmo, ele sempre apanha no final…

Ruína de casa em Entre Montes no ano de 1964 / Foto: Jorge Butsuem.
Ruína de casa em Entre Montes no ano de 1964 / Foto: Jorge Butsuem.

A quebra da bolsa de Nova York, em 1929: Bem mais plausível, dizem que a quebra da bolsa de Nova York, em 1929, teria afetado drasticamente os fazendeiros locais que viviam basicamente da atividade cafeeira.

As montanhas da região, sempre lotadas de pé de café, começaram a ficar cada vez mais vazias pois havia então uma grande dificuldade de vender o que se extraia dos campos. Com isso, muitos produtores locais entraram em sérias dificuldades financeiras os que levou a não honrarem seus vencimentos.

A crise em consequência afetaria o comércio local e logo muitos começariam a migrar para cidades vizinhas em busca de novas e melhores alternativas de trabalho, deixando aos poucos, Entre Montes com ares de uma cidade fantasma.

DO MOVIMENTO AO MARASMO:

Em 1929 Entre Montes tinha cerca de 300 casas e entre 2 a 3 mil habitantes. Um pouco mais tarde, nos anos 40, o local praticamente sumiu do mapa. Foi nesta década que um construtor da cidade de Pedreira comprou e demoliu boa parte das casas que existiam por ali, usando o material oriundo da demolição para construir um bairro inteiro com tijolos das casas demolidas de Entre Montes, a Vila Macedo.

Ruínas da igreja e casario em 1964 / Foto: Jorge Butsuem
Ruínas da capela e casario em 1964 / Foto: Jorge Butsuem

Posteriormente já na década de 60, Entre Montes parecia fantasmagórica uma verdadeira cidade abandonada, com ares bem mais desoladores do que encontramos atualmente. Praticamente ninguém mais habitava a antiga localidade e os poucos imóveis que sobreviviam estavam em completa ruína, inclusive a igreja, cujos sinos dizem ser do século 18. Até mesmo o cemitério local desapareceu.

COMO ESTÁ ENTRE MONTES NOS DIAS ATUAIS ?

A rua principal de Entre Montes atualmente / Clique na foto para ampliar.
A rua principal de Entre Montes atualmente / Foto: Douglas Nascimento (clique para ampliar).

Ao visitar o local atualmente fica difícil compreender o quanto Entre Montes foi importante no passado, já que a próspera região de outrora não existe mais.

Das construções da época de glória restaram apenas quatro. A Capela Nossa Senhora da Imaculada Conceição (foto anterior) que parecia irrecuperável mas imagens de 1964 e foi restaurada. Em seu interior, há um altar-mor entalhado em madeira.

Das casas da época, encontramos apenas três, sendo que duas estão preservadas e uma está em ruínas. As fotografias abaixo mostram o que sobrou da “velha” Entre Montes (clique nas imagens para ampliar):

O que resta hoje de Entre Montes é muito pouco, e por total irresponsabilidade de dirigentes do município de Pedreira no passado quase que tudo que ali havia desapareceu.

Se lá na década de 40 quando tudo começou a ser demolido alguém tivesse defendido a preservação do local, hoje Pedreira teria um sítio histórico preservado que poderia ser explorado como um importante atração turística.

Nos Estados Unidos algumas cidades do período da corrida do ouro hoje são preservadas justamente para atrair turistas e movimentar a economia. Parece que no Brasil, sempre estamos na contramão da história.

Se você gostou da história que tal ir conhecer o pouco que resta ? Para chegar até Entre Montes, siga de Pedreira pela Rodovia Basílio Vieira de Godoy, o mapa abaixo mostra o local:
Exibir mapa ampliado

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68 respostas

  1. Gostei muito da matéria,parabéns!Resgatar a história das nossas cidades é recuperar um grande tesouro histórico.

  2. Legal!!!! Agora, já que vc saiu da capital, vá dar uma ‘voltinha’ pela região de Americana/Nova Odessa/Santa Bárbara para aprender como os americanos (dos EUA) foram trazidos para colonizar a área. Vale a pena. Há um museu em Santa Bárbara. Beijão e ótimo 2014.

    1. Muito boa a região! Meu pai trabalha em essas cidades, e sempre que posso vou visitá-la. Um dos poucos lugares próximos a capital, que permite sair da loucura que é a cidade…

  3. Lugares assim existem aos montes. Aqui em Americana, por exemplo, teve o bairro de Carioba que deixa Entre Montes no chinelo. Carioba tinha cooperativa, associação de mútuo socorro, barragem hidrelétrica própria com empresa de distribuição de energia pra toda região, iluminação pública, dois parques, sistema de tratamento de esgoto por decantação, escola pública, açougue, empório, o primeiro asfalto de pixe do brasil foi feito lá, tinha o Clube Recreativo e Sportivo de Carioba que disputava várias modalidades, inclusive o futebol, e eles chegaram a ganhar uma partida oficial contra o corinthians. Enfim, hoje só existe mato, sobraram meia dúzia de prédios.

    1. Ninguém perguntou o que tem em Americana, leia a matéria e se contente em ficar quieto. Há muitas outras cidades melhores que Americana, nem por isso as pessoas veem aqui para expor o que há nelas e querer “colocar no chinelo” as cidades alheias. Sem noção.

      1. kkkkkk como as pessoas se ofendem fácil, não?? calma criança, não to dizendo que Carioba era MELHOR que Entre Montes, só tô dizendo que era MAIOR, e mais ESTRUTURADA, porém infelizmente também teve o mesmo destino… isso nos trás a reflexão de que não importa o quanto de desenvolvimento um lugar tem, se começar a bater a brisa ruim dos maus negócios, o lugar desaparece…. entendeu bebe?? tá mais calminho agora??? sua cidade é legal tbm 😉 kkkkkk

        1. É cada uma, neh! Deixa pra lá…. isso é falta informação, de interpretação de texto, analfabetismo funcional… em nenhum momento vc desmereceu lugar algum, fique tranquilo!

        2. Você falou que carioba deixa entre montes no chinela,isso realmente falou. Acho que criança foi você, achando que tudo seu e melhor. Cresça e amadureça.

  4. Eu conheci Entremontes nos anos 70.Tinha clima frio no inverno, chegava-se por estrada de terra.Já era um lugarejo desabitado praticamente.Assim como a terra de Ulisses Guimarães, Itaqueri da serra, distrito de Itirapina-sp.

  5. Ver este trabalho por iniciativa e realização particular e não pública, traz a evidência de como este país, em destaque a cidade de Pedreira, possui uma mentalidade (medíocre) que nada agrega de valor cultural que valha realmente a pena ter orgulho. Terrinha de Jeca, eita tristeza que não se enxerga… Parabéns ao autor!!!

  6. Amo Entre Montes, tenho amigos lá. O clima é agradável (mais fresco que na cidade) e tem esse ar bucólico… o engraçado é que atribuimos a maldição ao fato de que nem sinal de celular tem direito, rsrs

  7. Entre Montes é parte fundamental da história de Pedreira, como habitante da mesma, fico muito triste com o fato de que foi destruido, aqui não há preocupação em relação a cultura. O mesmo aconteceu com várias fabricas de porcelana que hoje etão em ruinas

  8. Moro em Pedreira, minha Avó morou aí, e ela sempre me dizia: nunca faça nda naquele local, lá é amaldiçoado. Portando a história realmente é verídica.

  9. Essa historia é muito parecida com a historia da cidade de RIBEIRÃO GRANDE DE BOTUCATU, onde um padre maldicoo o lugar apos levar uma surra de chicote de um sujeito do lugar…E A CIDADE DESAPARECEU…HOJE ALGUNS ANTIGOS DO LUGAR ESTÃO LEVANTANDO A CIDADE NOVAMENTE, INCLUSIVE A PEDRA FUNDAMENTAL JA FOI LANÇADA E A IGREJA ESTA SENDO REERGUIDA…

  10. Escrevi um trabalho sobre Entre Montes no final dos anos 1980 ou início dos 90. Existe cópia dele no Museu de Pedreira. Aliás, o croqui publicado acima, foi feito por mim e faz parte desse trabalho.
    Duas das coisas interessantes que descobri na época foram:
    1. que nos anos 1850, Manoel Silvestre da Cunha Martins, interessado na plantação de café no Município de Amparo, adquiriu as terras e fundou uma Colônia de Parceria no sítio que denominou Entre Montes. Essas colônias de parceria inspiravam-se nas experiências do Senador Vergueiro, um dos pioneiros do trabalho livre no Brasil. Nelas trabalharam os primeiros imigrantes estrangeiros que começavam a chegar para substituir a mão de obra escrava que estava com seus dias contados.
    2. que, no final do século 19, Pedro Thomaz da Cunha Martins, filho e herdeiro de Manoel Silvestre da Cunha Martins, criou um loteamento na fazenda Entre Montes, vendendo lotes para imigrantes italianos que tinham chegado no município e tinham trabalhado nas fazendas da região. A trama urbana criada inspirava-se no traçado de Amparo, organizado por Luigi Pucci em 1878, e reproduz a ortogonalidade das ruas. Assim nasceu o vilarejo, ainda no município de Amparo. Roberto Pastana Teixeira Lima (lima1@uol.com.br)

  11. Parabens por lembrar de nossa cidade tao esquecida, lugares lindos q se perderam no tempo. sou voluntaria atendendo os poucos moradores desse bairro,estamos tentando implantar uma biblioteca e trazer o turismo rural para o local.

  12. Apenas como curiosidade, dizem que a cidadede Caldas – MG (próximo a Poços de Caldas – MG) tamém foi amaldiçoada por um padre. Reza-se a lenda que o padre ao sair da cidade tirou os sapatos, bateu as solas para tirar a terra, espanou o pó das roupas e proferiu: Desta cidade não levo nem a poeira. E dizem que por isso, Caldas minguou ao que é hoje, literalmente parou no tempo, sendo hoje, Poços de Caldas que é uma cidade grande, era um distrito de Caldas… Tá ai uma cidade muito antiga e interessante para tu visitar também Douglas.

    1. Eu morei em Poços de Caldas 6 anos, mas nunca ouvi essa história sobre Caldas.P.Caldas foi beneficiada pelo clima, pelas águas excelentes.Na República velha era o lugar onde os poderosos passavam o verão, como Pinheiro Machado, poetas como Olavo Bilac, escritores como França Junior, inclusive Getúlio Vargas enquanto presidente ou ditador.
      O que sei sobre Caldas é que foi moradia do primeiro representante sueco junto ao governo imperial, seu sobrenome era Westin.Esse sobrenome é comum nessa região.

  13. Ops… desculpe pelo “tamém” ali em cima, era pra ser um também. Apenas para entender, Caldas foi fundada em 1813, enquanto que Poços de Caldas foi fundada em 1872. É dito que Caldas é uma das cidade mais antigas do Sul de Minas.

  14. Todas cidades interioranas, inclusive Itu, eu ouvia a mma história de sum padre que inclusive ao chegar à estação da cidade, bateu a terra do sapato pra não levar nada de lá

  15. Engraçado.. sempre vou pra Entre Montes e não fazia ideia da história do local. A família do meu namorado tem um sítio bem próximo à Igreja e sempre fico encantada com a calma e beleza da região. Uma pena mesmo terem destruído as casas da época.

  16. reportagem legal, o mais legal de tudo e que a casa do meu pai sai nas fotos e é a unica casa que ainda resta de entre montes que esta como ainda era naquela época, eu com meu pai restauramos a casa por dentro e estamos arrumando por fora, a casa e a unica que tem um orelhão na frente e é amarela e fica quase enfrente a igreja. Atualmente eu e meu pai moramos la para tomar conta do lugar já que ele não tem só esta casa ele tambem tem outros terrenos que guarda muita historia
    obs: a flecha que aparece no mapa do google na foto um pouco a cima, esta marcando a casa do meu pai

  17. Estas fotos de 1964 do Jorge Butsuem foram publicadas na revista Quatro Rodas de Agosto de 1964 em uma reportagem de turismo feita pelo Mino Carta “Estâncias paulistas” . Quatro páginas sobre a cidade que sumiu “Entremontes”, Acho que a igreja foi reformada depois desta reportagem. Tenho guardado esse exemplar, moro em Campinas, mas tenho um sítio em Entremontes, é um lugar especial!

  18. Estou fazendo um levantamento do patrimônio histórico e cultural de Pedreira/Amparo/Jaguariúna, e detectei que há um outro desdobramento dessa história: o padre teria repreendido, durante a missa, uma família que realizava rituais afroamericanos. Enraivecida, a família tentou atacar o padre, que fugiu sem seus pertences, e sem mais deixar notícias. Há inclusive um vídeo na internet com um depoimento sobre isso.

  19. Boa Tarde, sou estudante, e estou fazendo um documentário sobra a minha cidade, no caso Pedreira, existe muitas histórias que nos intrigam, em base nos levantamentos estudados, conheço três histórias, além das outras que são contatadas por outros pedreirenses.
    Se pararmos para pensar, todas as histórias que citamos faz um pouco de sentido, mas também ouvi dizer que a história do Padre, só é a parte cômica da tristeza que envolve as outras histórias.
    A dúvida é imensa, pois pouquíssimas pessoas sabem da verdadeira história, entretanto não sabem afirmar se é verdadeira, ou mais um blefe.

  20. Dado que existem três versões da história para a decadência da cidade e duas são com o padre, tendo a imaginar que o tal padre realmente possa ter contribuído para o fim. Sendo assim imagino que a crise de 29 tenha sido um iniciador para a falência de alguns fazendeiros do local, fazendo com que os mesmos ficassem com os nervos à flor da pele. O padre, ao se engraçar, com as filhas de um desses fazendeiros, que não gostou da história e já estava com os nervos à flor da pele, mandou que os seus capangas acertassem a conta com o padre. Isso fez o padre ir embora não sem antes proferir a dita sentença.

  21. Gostei da postagem, mas creia-me, senhor Douglas, esse padre nunca existiu. A verdadeira história da cidade é muito diferente do que se conta, pior do que se imagina e ninguém (ou quase ninguém) sabe, e se sabe não ousa comentá-la . . . mas vamos deixar assim . . . afinal de contas, segundo as “más línguas” até 2025 existe uma maldição na cidade . . . vejamos o que acontece até lá . . . só espero não estar aqui para ver, não?

  22. Minha avó morou neste local e contava que havia duas fábricas de cerveja, uma de sabão e uma de gasosa, que dizia para hoje o refrigerante. Meu avô tocava clarinete na banda de Entre Montes que chamava 7 de Setembro. Muitas histórias, mas a monocultura do café é que levou a ruína após a quebra da bolsa de Nova York.

  23. Parabéns pelo seu excelente trabalho.
    É muito bom poder ver o que foi feito (ou desfeito, como neste caso) para que pudéssemos chegar ao que somos hoje.
    Obrigado!

  24. Minha familia, meus pais e irmaos vieram dessa cidade, e eles confirmam a praga do Padre. Minha falecida mãe Alberta Massucato Pires( 08 07 22 – 11 03 18) foi tutora por muitos anos dessa igreja N Senhora da Conceição.

  25. Excelente pesquisa. Parabéns. Meus primos nasceram e vivem lá até hoje. Deve ser uma das famílias mais antigas de lá. Cresci ouvindo histórias sobre Entre Montes.

  26. Conheço essa história… No ano de 1985 estudei na escola de Entre Montes… Era uma sala com 5 séries inclusive a pré escola… Tinha uma venda TB onde vendia doces e guaraná… Nessa época eu e minha família morávamos na Fazenda Recreio !!

  27. Eu conheço esse lugar e é muito lindo dentro
    E o altar q maravilhoso
    Tive a honra de ir ao um casamento lá

  28. Sou nascido e criado em Pedreira! De fato, sempre ouvi as “lendas” do tal padre.
    Lá, encontra se várias fazendas cafeeiras do período colonial que até hoje ouvimos histórias de cânticos de escravos e barulhos de corrente nas madrugadas.
    Um local que deveria ser melhor explorado no roteiro histórico e gastronômico já que Entre Montes nos encanta com sua bela paisagem, geografia e a população tão afável que lá reside!

  29. Ia a Entre Montes com minha irmã, Elizabeth, de charrete dar aula na escola isolada do lugarejo nos anos 60. Belas paisagens, com um povo muito acolhedor. Adorava sair de Pedreira cedinho e ir para lá de charrete. Por ser uma criança, isso era uma aventura.

  30. Queria saber um pouco sobre a origem e ou descendência de Antonio Ribeiro de Carvalho.

  31. Caro Douglas, Parabéns pelo levantamento, Novamente pelo feliz comentário sobre cuidar dos sítios históricos. Vou te dar dois exemplos para enriquecer seu artigo. Nos Estados Unidos, no Arizona a Cidade de Oatman, proximo a Kingman e a Cidade de Tombstone próximo de Phoenix (essa eu não conheci) vi agora pesquisando para comentar. O brasil tem lugares lindíssimos, falta acesso, hospedagem, melhoria das estradas. Ex. no Brasil Cidades mineiras temos aos montes, Canion do Rio São Francisco, saindo de Aracaju (4h) ou de Maceio, o que temos no caminho? É uma pena vamos levantar definitivamente a Bandeira do Turismo..

  32. Amei a matéria quero ir conhecer na verdade estou procurando um lugar assim p viver minha aposentadoria bjs no coração

  33. Belíssima reportagem, mas havemos de ressaltar que esse Padre Adelmo jamais existiu. Entre Montes, de fato, encontrou seu fim por ocasião da crise do café. Há que se registrar também que Pedreira tem uma maldição sim, mas não vem de padre algum, mas de pessoas que morreram na cidade, abandonadas pela igreja, lançadas à própria sorte e à mercê da fome, do frio, do desalento. Se essa maldição realmente existiu, então essas pessoas cuspiam no chão amaldiçoando a cidade, dizendo: “Esta terra nada produzirá e desta terra nada se levará. Esta cidade será uma cidade de velhos, porque os jovens que vierem para cá, por vontade própria, conseguirão ir embora, mas aqueles que forem chamados pela cidade daqui jamais sairão, e ainda que saiam voltarão. Os jovens morrerão de “morte matada” ou “morte morrida”, e quando a grande besta for descoberta uma nova era começará. Haverá uma era de dor e sofrimento, doenças levarão muita gente embora, mas quando uma doença abraçar a cidade de uma só vez e a um só tempo, algo ainda maior será feito, de sorte que a morte atravessará a cidade a galope, levando metade com ela, e os que viverem invejarão os mortos. Isso durará mais de um século em paga pelo quanto fizeram aos nossos filhos e aos filhos de nossos filhos!”. Se formos dar crédito a isso (e pesquisas vêm sendo feitos há mais de três décadas), essa maldição terminaria em 2.027. Pedreira não é município, mas sim cidade, está localizada dentro de uma cratera vulcânica, cujo vulcão teria existido há 7.000.000 de anos, mas todos os documentos comprobatórios disso “se perderam” com o tempo. Há, ainda, algumas histórias da cidade que jamais deverão ser contadas, cujos “guardiões do passado” não terão permissão de dizer até o ano já dito. Infelizmente do muito sabemos, do pouco que podemos provar, muito mais está ainda envolvida em mistério. Pois é . . . Histórias ou Estórias?

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