Estação de Descalvado

A simpática cidade de Descalvado, no interior do Estado, possui alguns prédios históricos muito bem cuidados. Entre eles, temos a bela estação de trens, que pertenceu a Cia Paulista de Estradas de Ferro, e posteriormente a FEPASA.

O prédio antigo da Estação de Descalvado (clique para ampliar).
O prédio antigo da Estação de Descalvado (clique para ampliar).

Os trilhos chegaram à cidade em dezembro de 1881, sendo inaugurada a estação provisória nesta época. Em 1883 é terminada a construção do prédio definitivo com tijolos vindos de olarias da região de Pirassununga, em terreno doado por Manoel da Cruz Batista Tamandaré, pertencente à fazenda Boa Esperança. Nesta época, recebe em sua plataforma a ilustre presença do Imperador Dom Pedro II, com grande festa.

Em 1911, a estação sofre uma reforma, com ampliação e modernização de suas fachadas. Os tijolos a vista dão lugar a paredes rebocadas e adornadas, com características de arquitetura eclética.

Estação de Descalvado em 1916, após sua reforma (clique na foto para ampliar).
Estação de Descalvado em 1916, após sua reforma (clique na foto para ampliar).

A estação era um importante entroncamento, pois era fim de linha do chamado Ramal de Descalvado, vindo de Cordeirópolis, e início do Ramal descalvadense, ferrovia agrícola que servia a diversas fazendas de café da região. Recebeu trens de passageiros até o ano de 1976, quando este serviço foi erradicado, mas ainda continuou aberta para atender aos trens de carga sendo fechada definitivamente em 1982.

O prédio é tombado pelo CONDEPHAAT desde janeiro de 1987, mesmo assim sofreu à míngua como lar de mendigos e drogados até meados do ano 2000, quando foi restaurada junto da área do antigo pátio de manobras, que deu lugar a aprazível praça pública “João Marchetti”.

Estação de Descalvado atualmente (clique na foto para ampliar).
Estação de Descalvado atualmente (clique na foto para ampliar).

Outras construções que pertenceram a ferrovia também foram restauradas, como o girador de locomotivas (foto abaixo) e o antigo armazém de cargas, que doa espaço ao Museu Público Municipal.

Girador (clique na foto para ampliar).
Girador (clique na foto para ampliar).

Veja mais fotos abaixo da Estação de Descalvado (clique na imagem para ampliar):
Crédito: Douglas Nascimento / São Paulo Antiga

Crédito: Douglas Nascimento / São Paulo Antiga

Crédito: Douglas Nascimento / São Paulo Antiga

Crédito: Douglas Nascimento / São Paulo Antiga

Crédito: Douglas Nascimento / São Paulo Antiga

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Fábrica – Rua Araguaia, 310

Antes um reduto de fábricas, a região do Pari sofre duramente a fuga de empresas para outras cidades e regiões. Vários prédios estão abandonados na região e isso acaba por trazer uma severa decadência em alguns pontos deste belo bairro de São Paulo.

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33 respostas

  1. Dizem que os antigos sabiam fazer a coisa certa, mesmo não entendendo de publicidade:
    As igrejas sempre nos lugares altos e as estações de trem nos melhores lugares de cada cidade!
    Preservar a memória é bom!

  2. Minha esposa quando criança costumava ir para araras, e nessa estação subia um vendedor de coxinhas que ela fazia a mãe comprar para comer. Era o melhor da viagem para ela.
    Quanto à estação, ficou muito linda restaurada.

  3. Minha familia é de Descalvado ficou muito bonito a revitalização da estação,parabéns aos Descalvadenses!!

  4. Tenho orgulho de ter residido em Descalvado por quase três anos. Sou descalvadense de coração!

  5. A foto me arremete aos anos 50, quando criança viajava de trem para junto da minhã mãe visitar parentes no interior de São Paulo. A Paulista com seus trilhos de bitola 1,60 fazia o conforto dos passageiros com seus vagões impecáveis, quando a locomotiva era a vapor, existia o risco de fagulhas soltas pela chaminé da Maria-fumaça queimar a roupa das pessoas quando estavam com a janela aberta. Nos vagões passava o jornaleiro gritando: Manchete, Fatos e Fotos e o Cruzeiro, famosas revistas da época. Evidente que sobrava um gibi do Cavaleiro Mascarado para mim. Antes do almoço passava um garçon anotando pedidos de quem iria almoçar no carro restaurante ou através de marmitas na poltrona. Antes de cada estação o chefe do trem passava anunciando: Limeira 10 minutos. Bem o assunto é longo e não quero cansar o caro leitor. Hoje a noite escurece, vem as lembranças e o choro de um tempo que não volta mais.

    1. Obrigada pelas lembranças, Anevio. De certa forma, “viajei” no tunel do tempo com suas memórias. Eu também viajava com minha mãe para São Paulo, para visitar os avós maternos nas férias escolares e tudo era uma festa, desde arrumar as malas até acordar muito cedo para não perder o trem! .O resto você já recordou… que pena, a viagem acabou!!! Bons e inesquecíveis tempos!!! Parabéns Descalvado pela preservação da estação e também do prédio do saudoso Grupo Escolar Coronel
      Tobias…

    2. Nossa, Anevio… que lindo seu depoimento! Eu tive o prazer de cruzar o estado de São Paulo a bordo de um trem da FEPASA (Votuporanga a São Paulo) e as recordações dessa viagem ainda estão vivas em minha mente! Abraços.

  6. Como ex-prefeito de Descalvado, posso considerar que essa foi uma das maiores obras que deixei de legado à nossa população. A “preservação da memória” de parte da historia do Municipio e do Brasil inclusive, que foi com a vinda do Imperador D.Pedro I para a inauguração dessa importante obra que hoje tornou-se o centro da cultura da nossa terra Descalvado. Feliz da vida, uma pena que não preservaram a ferrovia, e o trenzinho da Aurora…

    1. Parabéns Sr Prefeito, quem dera que tivessem mais pessoas assim como o Senhor… Sou de muito longe, e talvez nunca conhecerei esta estação, mas fico feliz de saber que existem guardiões de nossa história, parabéns mais uma vez… e aceite este comentário como um aperto de mão… não me canso de repetir parabéns!!!!

  7. Fico muito feliz de ter participado da equipe que restaurou nosso patrimônio ferroviário, principalmente o trabalho de Dona Rute Maria.É claro que muito se perdeu mas… a vida continua com suas memórias. Espero que os responsáveis pela Cultura se empenhem muito …muito…muito para revitalizar o espaço.

  8. “Ai, que saudades me dá” Parabéns Leandro e também ao Luiz Carlindo, sempre procurando mais um trecho da história de nossa querida Belém do Descalvado.

  9. A saudade aflora e junto lembranças de tempos felizes, pois utilizei bastante esta estação nos anos 60, assim que me separei desta cidade para estudar na Capital e meus pais ainda ficaram residindo ai até seus falecimentos. Para facilitar a compra de bilhetes e reduzir custos eu e meu irmão Pompeo utilizávamos a Caderneta Quilométrica, pela qual você pagava antecipado e por quilômetros percorridos e tinha um desconto de 30% sobre os bilhetes normais vendidos no guichê da Paulista, na hora do embarque. Bons tempos.
    Muito obrigado Leandro por este resgate saudosista e histórico.

  10. Descalvado agradece ao Guidini por esta e outras lembranças que nos encantaram e continuam a brotar, como versos na boca e nas mãos
    do poeta que é! Grande abraço Amigo!

  11. Considero a “Estação” como a chamo, muito mágica. Não tem como passar por lá, sem viajar. Tenho poucas lembranças porque sou de 69, mas tem muitas histórias de família que guardo com muito carinho, principalmente do meu avó que trabalhou na ferrovia! (Saul Rodrigues Morgado).

  12. Saudade, principalmente do meu pai que foi o ultimo Chefe da Fepasa em Descalvado. Bons tempos.

  13. morei muitos anos nesta cidade, até o ano de 1958,e ainda sinto muitas saudades …………….dos jardins, do grupo escolar, dos meus parentes -tia LOLA e tio DIDI- DA CCHOERIRA DO PANTANO e enfim e de todos os meus parentes e amigos………………muitas saudades mesmo………………

    conceição broco

  14. Primeiramente Bom Ano para todos. Gostaria de saber de vocês se existiu há muito tempo atrás uma Estação ou alguma continuação dela de nome Aurora, alguma cidadezinha vizinha.

    1. Aurora, era estação do ramal, bitola 0,60m, que partia da estação de Descalvado. Tinha poucas pessoas moradoras. Era na verdade centro de grandes fazendas cafeiras, razão da existencia do ramal Aurora. Tinha uma escola rural também, para onde dirigiam-se as criaças da regiào, para receberem a prática das primeiras letras.

      1. Muito legal, acabei imprimindo e levando o tópico á ele, ele tem 87 anos e não adepto á internet.
        Ele escreveu um livro que foi lançado recentemente em dezembro 2014 das histórias entre Descalvado e cidadezinhas das redondezas, mas usou muitos nomes fictícios.(onde nasceu). Até procurou no mapa a Fazenda S. Joaquim, onde foi criado, mas não achou.
        Envio o site pra você do livro se quiser dar uma olhadinha.

        http://www.oultimotremdaaurora.com.br

        Obrigada

        Cezira

  15. Em 16/04/1885, meu bisavô, Giusseppe Bachett, juntamente com sua esposa Santa Cassari Bachett e uma Filha Roza Bachett aportaram em Santos, vindo da Italia. Com destino a Descalvado, foi trabalhar como colono na cultura de café (Fazenda Nova), tiveram mais filhos e um deles foi meu avô João Baptista Bachett que nasceu em Descalvado em 12/1886, casou com Angela Bortolon Bachett, onde aí nasceram todos seus filhos: Maria, Angelo, José, Santino, Lazaro, Antonio, Alfredo nasceu em 02/04/23, Galdino e Ana.
    Em 1935, João e Angela com todos seus filhos mudaram para o Paraná, moraram poucos anos em Cambé e posteriormente adquiriram terras e mudaram para Apucarana (plantio de café), onde faleceram. Meu pai é Alfredo Bachett, quando saiu de Descalvado tinha 12 anos.
    Giusseppe Bachett e Santa Cassari faleceram em Descalvado.

    Meu pai Alfredo Bachett casou com Iraci Vialli Bachett, em Apucarana-Pr, onde tiveram filhos: Belmiro, João, Iracema e Carlos.

    Variações: Bacchet, Bachet, Bachett, Bachetti, Bachete, Baquete, Bacheti etc…

    Belmiro Bachett (29/12/1955), resido em Bandeirantes-Pr.
    belmirobachett@uol.com.br

    1. Oi Belmiro bom dia! interessante sua história familiar narrada. Digo a você que parte desta Fazenda Nova era do meu avô Virgilio Polycarpo Mendes, porem não acho nenhum registro histórico dos meus antepassados que eram grandes produtores de café da Cidade de Descalvado.
      quem tiver Algum material referente a esta Fazenda Nova e outras como Bela aliança, Ibiquara , Ibicatú e Santa Maria e pudesse compartilhar comigo ficarei imensamente grato.

  16. Também sou apaixonada por ferrovias.sempre que posso vou visitar algumas.Já visitei a Estaçao de Descalvado.Ando à de um casarão que pertenceu a Antonio de Camargo Neves na Fazenda do Itaguassu,escrevi um livro sobre a familia Camargo Neves e gostaria de obter a foto.

  17. Sou Descalvadense, nasci e morei nesta cidade até 1958. Meu pai Euphrauzino Deodato era ferroviário da antiga Cia. Paulista de Estrada de Ferro. Brinquei muito nos arredores desta estação. Gostaria de ver fotos do antigo Hotel Central onde vivi parte da minha infância. Agradeço a oportunidade de rever imagens dos bons tempos… Saudade!!!

  18. Estou pesquisando a chegada da minha família ao Brasil em 1882, imigrantes italianos, e em um documento diz que o Destino foi Descalvado, mas não achei nenhum registro deles na cidade e sim em Pirassununga e Santa Rita do Passa Quatro. Sabe me dizer se nessa época, o destino Descalvado seria devido a linha de trem? Os imigrantes chegavam ai e depois seguiam para as fazendas das cidades próximas? Existia alguma hospedaria para seguirem viagem?
    Obrigada

    1. Oi Katia boa tarde. Interessante sua pesquisa. Digo que A cidade nesta época já estava em pleno desenvolvimento e os negócios referentes a trabalho e com mão de obra eram tratados já na chegada em santos e dali eram acolhidos na hospedaria do Brás e posteriormente enviados direto de trem para as fazendas respectivas. Alias meu bisavô Joaquim Francisco Mendes1834/1896 negociava escravos antes da abolição da escravatura no Brasil e todas registradas em cartório e meu avô VirgÍlio Polycarpo Mendes 1870/1924 após ter assumido as propriedades com o falecimento de seu pai já não possuía mais nenhum tutelado como escravo . E daí por consequência iam se introduzindo os imigrantes de outros países. Conto essa passagem não com alegria mas com profundo pesar, porem tenho farto material histórico da minha família que eram grandes produtores de Café e que não são citados em nenhuma obra sobre a história desta Belíssima Cidade. Gostaria muito de que algum historiador ou qualquer um interessado da Cidade pudesse ouvir as histórias que tenho sobre meus antepassados e que de alguma forma deram sua contribuição na construção da sociedade Descalvadense.

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