Eugênio Prati – Entre fotos e túmulos

Na década de 1920, São Paulo estava passando por diversas transformações urbanísticas e culturais. A nossa cidade estava crescendo e começando a ter status de uma grande metrópole.

Reflexo deste crescimento é que os cemitérios da Consolação e do Araçá estavam superlotados. Sendo assim, foi necessária a criação de uma outra necrópole, o Cemitério São Paulo, no ano de 1926. Paulistanos e principalmente imigrantes bem sucedidos começaram a comprar terrenos nesta necrópole.

Escultores eram contratados pelas famílias para fazer verdadeiras obras de arte dentro do Cemitério São Paulo, entre eles, Nicola Rollo, Victor Brecheret, Galileo Emendabili, Vicente Larocca e Armando Zago.

Selo do escultor Eugênio Prati, no Cemitério da Consolação

Dentre tantos talentos um aflorava com cada vez mais destaque. Seu nome era Eugênio Prati (1889 – 1979) escultor com enorme talento e grande visão administrativa. Em 1940, Prati lançou um catálogo de obras esculturais de arte funerária para obter mais clientes e conseguiu grande êxito.

Podemos encontrar obras de Eugênio Prati na maioria das necrópoles paulistas, também podemos encontrá-las no Cemitério São Francisco de Paula em Curitiba e Cemitério Municipal de Jaú, interior de São Paulo.

O que era para ser um simples catálogo virou hoje item de colecionador com valor histórico imenso. As fotos da galeria abaixo foram registradas no Cemitério São Paulo. Os túmulos continuam os mesmos, mas reparem em algumas fotografias de como a vista do bairro de Pinheiros era diferente. E isso é apenas uma pequena parte que este antigo catálogo nos reserva.

Comparativo fotográfico 1940-2011 (clique na imagem para ampliar):

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10 respostas

  1. A maioria das pessoas encaram os cemitérios com discriminação, poucas pessoas reconhecem esto local como patrimônio cultural. Glaucia, obrigado por valorizar as necrópoles paulistanas!!! Parabéns pela matéria!!!

  2. Os cemitérios de São Paulo são muito ricos.As esculturas são muito bonitas.
    Dá para se notar claramente que nas fotos de 1940 a visão da cidade era muito mais limpa, apenas com casas.

  3. Os cemitérios abrigam um acervo que merece nosso cuidado, estudo e reflexão, atitudes como a da historiadora Gláucia nos enche de ânimo e certeza de que é possível chamar a atenção do público, em geral, e das autoridades para o maior cuidado com estes lugares.

    1. Eu infelizmente nunca mais voltei a ir aos cemiterios mas aguardo o momento certo e assim voltar a observar as obras da arte tumular.Aguardo resposta…

  4. Glaucia, Excelente o seu trabalho.
    Gostaria de lhe recomendar algumas sepulturas no Cemitério do Araça em SP.
    Precisamente próximo da administração central (dentro do cemitério).
    Não visitei ainda o cemitério da consolação para comparar com as do araça. Embora não seja uma concorrência agora (no passado foi), vi algumas no araçca que são de tirar o folego devido ao capricho e ao tamanho.
    Gostaria de lhe recomendar tirar fotos desse túmulos (se já não o fez).
    Recomendo dois em especial, um deles conta a história de um imigrante italiano, onde tem as passagens em bronze sobre a vinda dele até o brasil.
    E um outro de um garoto com cerca de 6 anos (existe inclusive a foto dele na cripita, onde ele está em um tricículo da época). tem também uma capela na parte de baixo do monumento ali levantado para ele.
    Algo que só o amor dos pais pode ter feito. Pela data é de 1920.
    Obrigado e espero ter indicado algo.

    1. Olá Rogério…
      Conheço o túmulo mencionado que está próximo da administração do Cemitério do Araçá. Ele é conhecido como o túmulo “história em quadrinhos” bem interessante por sinal, pois narra a trajetória do adolescente que veio para o Brasil. O outro que vc mencionou não o conheço.
      Qdo tiver com um tempinho, vá ao Cemitério da Consolação, é simplesmante maravilhoso!!!

  5. Acho os cemitérios da Consolação, a necrópole São Paulo e em especial o Araça ambientes magníficos para apreciar a arte e a arquitetura e conhecer profundamente a história da cidade e do Brasil. É com pesar, que aos poucos, muito vai se perdendo por causa do roubo das peças fabricadas em bronze. Espero que haja algum projeto da prefeitura em repor algumas obras mais significativas, como por exemplo, a guirlanda que decorava o túmulo de Monteiro Lobato.

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