Hotel Pão de Açúcar

Artigo atualizado em 21/2/2024

Inaugurado no início do ano de 1953 o Hotel Pão de Açúcar foi, até poucos anos atrás, considerado uma boa referência em hotelaria para quem queria se hospedar na região central de São Paulo.

etiqueta de bagagem do Hotel Pão de Açúcar

Inaugurado em 1953, foi projetado e construído por D.V.Giannini, sendo localizado no número 314 da rua Conselheiro Nébias esquina com a rua Vitória, o hotel foi mais um dos inúmeros estabelecimentos comerciais da região que não resistiram a profunda decadência que o bairro sofreu nos últimos anos, que tornou esta parte da cidade conhecida como cracolândia.

Crédito: Douglas Nascimento / São Paulo Antiga
a fachada do antigo hotel, atualmente vazio

A imagem a seguir, publicada nos grandes jornais paulistanos em fevereiro de 1953, mostra uma ilustração do hotel seguido de todas as empresas que ajudaram na construção do edifício.

No passado, era comum ver estrangeiros hospedados neste hotel quando estes vinham a trabalho em algumas das empresas que ficavam no entorno, como a antiga sede da alemã Henkel que ficava no Edifício Andraus, há poucos metros dali, até um incêndio causar uma tragédia naquele prédio na década de 70.

anúncios das empresas que estiveram presentes com equipamentos para o hotel (clique para ampliar)

O hotel mantinha dezenas de confortáveis apartamentos de diferentes padrões, divididos em 9 andares e um bar que era bem concorrido.

O hotel em meados da década de 80.
O hotel em meados da década de 80.

A mudança das grandes empresas desta região para a Avenida Paulista e adjacências foi muito sentida pelo hotel, cujos hóspedes diminuiram bastante. Além disso, o tráfico de drogas afastou também os hóspedes que ainda usavam hotel. Mesmo assim, apesar da declinante situação do bairro, o Hotel Pão de Açúcar resistiu bravamente até poucos anos atrás, quando fechou definitivamente suas portas, deixando saudades na região. Sua última classificação conhecida foram três estrelas.

Veja outras fotos deste hotel (clique para ampliar):

Compartilhe este texto em suas redes sociais:
Facebook
Twitter
WhatsApp
LinkedIn
Siga nossas redes sociais:
pesquise em nosso site:
Cadastre-se para receber nossa newsletter semanal e fique sabendo de nossas publicações, passeios, eventos etc:
ouça a nossa playlist:

16 respostas

  1. atualmente este edificio esta passando por reforma, para ser vendido como unidades residenciais de 1 e 2 dormitorios.

    1. Amigos, não há uma “maneira” de ocupação racional e talvez social para recuperar esses edificios?
      Os proprietarios tem alguma preocupação?

  2. Oi, meu nome é Maria Luiza e sou de Brasília, mas moro em São Paulo há quase 3 anos.
    Eu vi uma reportagem sobre esse site no UOL e vim verificar as imagens do site.
    Eu preciso dizer… É uma tristeza ver uma cidade como São Paulo – grande, rica, promissora – nesta situação. Este prédio um dia já foi a fonte de renda de vários trabalhadores: administradores, recepcionistas, garçons, etc. e hoje nada mais é do que uma espécie de “trambolho” a espera de um destino.
    Se está sendo reformado, melhor. Mas ainda há muitos lugares como este que poderiam ser resgatados, principalmente os casarões antigos que não só fazem parte da história de São Paulo, como da história do Brasil. É nosso patrimônio, nossa herança e precisa ser cuidada.

    Eu fico muito triste em ver lugares assim que poderiam ser reformados, empregando muitas pessoas durante a reforma e depois, independentemente do destino que fosse dado a essas construções.
    Ou seja, não só conservaríamos a nossa memória, como daríamos oportunidades de emprego às pessoas, “matando dois coelhos com uma cajadada só”.

    Aqui fica minha sincera opinião e indignação.

    Parabéns pelo trabalho, continuem assim, pois é a ação de pessoas como vocês que fazem toda a diferença para o nosso país e pro mundo.

    Bom final de semana,

    Maria Luiza

  3. É dífícil de acreditar que o Hotel Pão de Açucar foi destruido pela incompetência das nossas autoridades. Sou representante comercial e guardo ótimas lembranças desse hotel, onde sempre nos trataram tão bem. Para nós que vamos a negócios, feiras e aoutros eventos, a localização era ideal. Fiquei com um cartão de visitas do hotel, como recordação do amigo Marcos Xaveir ( recepcionista). Abraços,
    Alan Monteiro.

  4. Meus Pais passaram a lua de Mel neste hotel,e a medida que nos chegamos ao mundo saimos de Cuiaba para passar as ferias em Porto Alegre com meus Avos e sempre passavamos uma ou duas noites neste mesmo hotel.Eu e meus Irmaos, eramos conhecidos desde pequenos e sem falar no tratamento que recebiamos, a comida era muito gostosa,as pessoas eram amaveis, amigas,como da familia. Ainda hoje me lembro de memoria o numero de telefone desse hotel.Fica a saudade de um tempo bom na hotelaria Brasileira.

    1. vejo com tristeza essa matéria, Jacqueline, pois eu e minha esposa (Dalva) passamos nossa lua de mel (nclusive nossa noite de nupcias) também neste hotel, em 30 de julho de 1960… choramos muito com a noticia de que ele não existe mais… so resta guardar as fotos como recordação…

  5. Li com muita tristeza este artigo na data de hoje…Fui fazer uma pesquisa sobre hoteís antigos em São Paulo e me deparei com isso. Já imaginava que isso poderia ocorrer devido a decadência lamentável do centro de São Paulo. Costumava frequentar o Pão de Açucar com meus pais. Meu pai vinha de MG para SP a trabalho e muitas vezes vínhamos juntos passear … ( entre 1990 e 2000).Tenho ótimas lembranças desse hotel e daqueles anos . Uma grande perda para a cidade. Abçs .

  6. Oriundos do interior, onde até hoje resido, recordo-me que em um dia muito frio, almocei com meu inesquecível e hoje falecido pai, no restaurante do Hotel Pão de Açúcar uma canja divina.

    Saudades…

    Edson

  7. O que acontece hoje com o centro da cidade é o mesmo fenômeno que aconteceu com o antigos bairros industriais da cidade, o fenômeno do esvaziamento, com um agravante para o centro: nos bairros industriais, no lugar dos galpões foram construídos enormes condomínios, bem ao gosto da clientela que por eles podem pagar, já o centro, com seus prédios antigos e sem garagem (o que já afugentam possíveis novos moradores) está sendo entregue à própria sorte e aos usuários de drogas. Mais do que em qualquer outra regi~~ao, o centro precisa de uma intervenção cirúrgica que traga mais pessoas para nele morar, como a revitalização dos prédios desocupados, construção de novas linhas de metrô e mais espaços públicos, etc. Caso contrário, o centro caminha para virar uma mini Detroit.

  8. Resido em São Paulo e trabalhei nesse Hotel na década de 1990, como auxiliar de escritório, gostei muito de trabalhar lá na época e fico triste por ver no que se transformou tantos anos de trabalho realizado lá desde de sua inauguração em 1953, e acho que mesmo já tendo havido a tentativa de acabar com a cracolândia, o centro ficará marcado e nunca mais voltará a ser o mesmo de anos atrás o que me deixa muito triste!!

  9. Fiquei bastante emocionada com esta matéria, gosto muito das histórias de nossa cidade rica em arquitetura, uma pena que não é preservada.
    Fui funcionária do Hotel Comodoro na Avenida Duque de Caxias por vários anos e sempre fui apaixonada por sua história, desde a fundação até hoje, uma pena que não e mais hotel, sinto muito.
    Gostaria de mais de ler uma matéria sobre este hotel, porque acreditem…. é maravilhoso.

  10. Olá Douglas! Gostaria de saber se você tem alguma foto ou informação sobre o Hotel Liberdade na rua João Adolfo 26 no centro de São Paulo. Hoje sei que tem um hotel lá com nome “Hotel Paris”, mas gostaria de ver o hotel de antigamente. Muito obrigada!

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *