Sede do IAB-SP – 1951 & 2015

O centro de São Paulo, é verdade, já teve dias melhores. E houve uma época em que a área mais desejada dessa região de São Paulo era o chamado “centro novo”, além do triângulo histórico, que é a região compreendida pela Praça da República e proximidades, como as avenida Ipiranga e São João, a rua Bento Freitas e o Largo do Arouche.

Reprodução

Foi justamente neste período áureo do centro novo que surgiu a necessidade da construção de uma sede moderna e ampla para o departamento de São Paulo do Instituto dos Arquitetos do Brasil (IAB-SP). O local escolhido foi na esquina das ruas Bento Freitas e General Jardim.

Para erguer a nova sede foi da instituição, que até então ficava na rua Major Diogo, foi feito um concurso de projetos com a participação de arquitetos em grupo. O trabalho vencedor foi do grupo do arquiteto Rino Levi, que também contava com os nomes de Roberto Cerqueira César e Zenon Lotufo, entre outros.

Com o início das obras, ainda no ano de 1947, esperava-se a conclusão do edifício antes da virada para a década de 50. Contando com a colaboração financeira de seus associados e de outros abnegados, o edifício sede do IAB-SP foi rapidamente erguido e inaugurado em 28 de maio de 1949.

O Estado de S.Paulo 28/05/1945
O Estado de S.Paulo 28/05/1945

A partir dai o departamento de São Paulo do IAB passou a contar com uma sede própria compatível com o tamanho e importância de sua instituição, não demorando para o local se transformar em importante palco para exposições, eventos e exibições de filmes sobre urbanismo.

Com o tempo, porém, a região do centro novo, especialmente no trecho onde está o edifício, começou a sofrer com a decadência, o que também afetou a frequência a sede do IAB-SP.

Isso somado a novos espaços destinados a arquitetura e o envelhecimento e falecimento dos frequentadores antigos, trouxe uma deterioração do edifício. Esta deterioração lenta e gradual deixou o prédio que antes era um grande modelo de arquitetura moderna em péssima aparência.

Abaixo, fizemos um comparativo entre duas épocas do prédio tiradas a partir da rua General Jardim. Na primeira vemos o IAB-SP em 1951 e na segunda imagem em setembro de 2015.

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As imagens mostram como o entorno do IAB-SP mudou drasticamente nos últimos 64, que é a distância de tempo entre as fotografias.

Podemos notar que tanto as ruas General Jardim como as mais próximas eram dotadas basicamente de imóveis térreos e residenciais, inclusive sendo o prédio do IAB o primeiro da região. Observem que ao fundo há apenas um outro prédio sendo construído na rua Amaral Gurgel, mais ao fundo.

Apesar de atualmente apresentar-se bastante deteriorado, o edifício sede do IAB-SP encontra-se em reforma para voltar aos velhos tempos. Será ótimo ver novamente este prédio chamando a atenção na região pela sua beleza, não por sua decadência.

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11 respostas

  1. Parabéns Douglas, pelo seu trabalho.

    Seus artigos são sempre enriquecedores!

    Abços,

    Andréia Queiroz

  2. Esse prédio é lindo mesmo, se não me engano no andar térreo funciona uma livraria, não vejo a hora que acabe essa reforma. Espero também que, na mesma quadra, retirem aquele estacionamento vizinho ao prédio da Aliança Francesa, um galpão improvisado que estraga a rua; aliás, estacionamentos improvisados existem aos montes naquela região.

  3. Salvo engano, essa foi uma das ruas que mais rapidamente mudou depois de 1950, pois desde 1972, quando passei a frequentá-la, já tinha o aspecto atual.

  4. DOUGLAS: Realmente a foto antiga é de 1951???
    Eu estou perguntando porque na foto tem um Fusca que parece ser o “Oval” e os Fuscas “Ovais” só foram lançados em 1953.

    Mas gostei da foto.

    1. Existem 2 fuscas na foto: a de vidro traseiro oval repartido e outro oval inteiriço.O de vidro inteiriço foi lançado em 1953 ou 1954.Eu tive um 1955 que era inteiriço.

      1. Sim, Fábio, como eu disse, os Fuscas de vidro oval só saíram a partir de 1953, teve o modelo “Zwitter” (híbrido em alemão) que saiu entre Outubro de 1952 e Março de 1953 que mesclava o painel do Oval com o vidro traseiro do Split (janela traseira bipartida), mas realmente Fusca Oval em 1951 é beeeeem estranho.

  5. O IAB é testemunha ocular do processo de degradação e declínio pelo qual o centro da cidade se encontra devido à letargia e incúria que reinam nas esferas públicas.

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