Jaguaré – Bunge e a Industrialização do bairro

O distrito do Jaguaré foi projetado e construído pelo engenheiro Henrique Dumont Villares em 1935. Dono da Sociedade Imobiliária Jaguaré, Villares dividiu a região em áreas residenciais, comerciais e industriais, e incentivou sua ocupação, consolidada após a construção da ponte do Jaguaré, sobre o rio Pinheiros.

Mapa do Jaguaré em 1935 (clique na foto para ampliar)
Mapa do Jaguaré em 1935 (clique na foto para ampliar)

Nas décadas seguintes, atraiu centenas de fábricas, tornando-se um dos distritos mais industrializados da cidade. O lento crescimento econômico registrado na década de 1980 afetou profundamente o distrito, que perdeu grande parte de suas empresas. Conserva-se até hoje, no entanto, como importante centro industrial, ao mesmo tempo em que assiste ao crescimento do terceiro setor.

Contexto histórico do bairro

O Jaguaré foi uma das muitas áreas rurais situadas além dos rios Tietê e Pinheiros cuja ocupação e exploração só se iniciou após o expressivo crescimento do parque industrial paulistano e da explosão demográfica a que a cidade assistiu a partir das primeiras décadas do século XX.

Por volta de 1925, alguns imigrantes europeus encontram-se instalados nos arredores do futuro distrito, ocupados por fazendas, sítios e chácaras. A região que compreende o Jaguaré propriamente dito era uma grande fazenda de 165 alqueires, pertencente à Companhia Suburbana Paulista, empresa responsável pelo loteamento de terras, fundada por Ramos de Azevedo.

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Algumas das primeiras residências do Jaguaré (clique na foto para ampliar)

O nome “Jaguaré” deve-se ao ribeirão homônimo, que nascia em Osasco e cortava a região até desembocar no rio Pinheiros. O vocábulo tem sua origem no tupi-guarani e significa “lugar onde existem onças”, em referência aos felinos (em tupi-guarani, “jaguar”, ou “jaguaretê”) que habitavam as matas dessa região.

Anúncio publicado no jornal Correio Paulistano em 26/02/1939
Anúncio publicado no jornal Correio Paulistano em 26/02/1939

 

Contexto histórico da Bunge no bairro

Acervo do Centro de Memória Bunge (clique na foto para ampliar)
Acervo do Centro de Memória Bunge (clique na foto para ampliar)

Em 1962, dois anos após iniciar a construção da fábrica de óleos de Maringá, no Paraná, a SANBRA dá outro passo em direção à consolidação de seu parque industrial como o mais moderno e completo do País: inaugura um complexo de fábricas no bairro paulista do Jaguaré.

Num terreno de 200 mil metros quadrados foi construído o conjunto d prédios que cobre 40 mil metros quadrados. Além das várias unidades industriais, o novo parque já contava com um laboratório central, onde passaram a ser feitas as pesquisas para o desenvolvimento dos produtos da SANBRA.

Acervo do Centro de Memória Bunge (clique na foto para ampliar)
Acervo do Centro de Memória Bunge (clique na foto para ampliar)

Nessa nova unidade industrial começaram a ser produzido só óleos refinados, gorduras, margarinas e sabões, utilizando como matérias-primas óleo de algodão (foto abaixo), milho, amendoim, babaçu, girassol, mamona e, mais tarde, óleo de soja.

Linha industrial do óleo marca Salada em 1964 (clique para ampliar)
Linha industrial do óleo marca Salada em 1964 (clique para ampliar)

Todas as instalações para a fabricação de produtos industriais que faziam parte da Refinaria do Tatuapé foram também transferidas para o novo parque industrial do Jaguaré.

Além disso, foram montadas instalações para hidrogenação de óleo de mamona, introduzindo nos mercados nacional e internacional as ceras artificiais para a destilação de ácidos graxos de óleos vegetais e para a produção de imadazolinas, destinadas ao tratamento de águas.

Bunge / Vista geral da unidade Jaguaré (clique na foto para ampliar)
Bunge / Vista geral da unidade Jaguaré (clique na foto para ampliar)

No Jaguaré, passaram a ser produzida as gorduras para indústria alimentícia – “Sanax”, “Sanel”, “Sanos” e “Sanalac”, e produtos emulsionantes. E ainda, um toque de modernidade: junto ao parque industrial foi instalado o controle degustativo de qualidade de óleos comestíveis, gorduras e margarinas.

E para completar o parque industrial, a SANBRA adquiriu em frente ao complexo do Jaguaré, uma fábrica de extração de óleo de mamona utilizando solventes.Ou seja: o parque industrial do Jaguaré tornou-se uma síntese de todas as principais atividades industriais da Empresa.

Produtos Sanbra (Acervo Bunge) - clique para ampliar
Produtos SANBRA (Acervo Bunge) – clique para ampliar

Nesse ano de tantas novidades, a SANBRA continuava a fabricar o óleo “Salada”, complementado pelas marcas “Ya-Yá”, “Delícia” e “Rico”. A margarina “Delícia” líder de mercado já tinha uma companheira: “Primor”. E os sabões “Espumante” e “Dileto” faziam sucesso nas prateleiras dos primeiro s supermercados.

Divulgação / Bunge
Divulgação / Bunge

Em 2016, celebramos 81 anos do bairro do Jaguaré e 54 anos de históra da Bunge na região.

Saiba mais sobre o bairro do Jaguaré:

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7 respostas

  1. Que matéria maravilhosa! Digna desta empresa tao conceituada! Trabalho como vendedora de produtos para uso industrial e tenho a honra de fornecer e atender esta empresa.
    Parabens

  2. Gostei ver o óleo nas latas.
    Até pouco tempo atras, a gente ia nos supermercados, e o óleo de cozinha era nas latas.
    Hoje o óleo esta em vasilhames de plásticos. É péssimo, quando estoura, é uma lástima! Lástima também para o meio ambiente para ser descartado.
    Deveria voltar novamente as latinhas de óleo, manteiga, margarina etc. etc. A gente aproveitava até para plantar algumas folhagens e decorar a casa.

  3. Ótimo esse acervo,mas gostaria de saber mais setiver no alcançe de materia de 1973 com relação/ao balão do jaguaré,situado na Praça Henrique Dumont Villares, donos, empregados,imobiliária etc
    Aguardo retorno

  4. Meu avô trabalhou na Sanbra! Ele era jardineiro! Minha família tem muita gratidão por essa empresa! ❤️

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