Justiça ordena recuperação da Vila Operária Fabril de Cubatão

Em Cubatão, importante pólo industrial da América Latina localizado no sopé da Serra do Mar, há um patrimônio industrial construído no inicio do século 20, a Vila Operária Fabril.

Vila Operária Fabril (clique para ampliar)

Este importante conjunto arquitetônico estava ameaçado de extinção, não fosse a intervenção do CONDEPAC – Conselho de Defesa do Patrimônio Cultural de Cubatão. Segundo o presidente do órgão de defesa, o arquiteto Rubens Brito, o embate entre empresa responsável e o poder público se arrasta desde 2005.

Em 2012, ao assumir o conselho, Brito desenvolveu o início e a conclusão do Dossiê de Tombamento do Conjunto Cultural da Vila Fabril, decisão acordada em reunião entre o CONDEPAC e Ministério Público.

 

 

Em 2013, Preocupados com a gradativa destruição do conjunto arquitetônico em estilo art déco, o CONDEPAC entrou com representação junto ao Ministério Público de São Paulo e a Promotoria de Cubatão, solicitando a preservação urgente do bem, pois já havia o tombamento provisório.

Imóveis precisam de restauro urgente (clique na foto para ampliar)

No final de 2013, o Ministério Público homologou o Instrumento de Tutela Antecipada, o qual impedia a execução de obras de qualquer natureza na área objeto de tombamento, até que se garantisse a preservação integral da vila. Entretanto, até o final de 2016, a então prefeita de Cubatão, Márcia Rosa, não havia homologado a minuta de tombamento.

Agora, no inicio deste mês de março, o CONDECAP foi notificado sobre a decisão da Juíza de Direito, Drª Sheyla Romano dos Santos Moura, na qual considerou a ação procedente, devendo as empresas MD Papéis e Formilinter, proprietárias dos imóveis, recuperarem a igreja Nossa Senhora Aparecida (foto abaixo) e todos os demais imóveis da Vila Operária.

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7 respostas

  1. Interessante o final da matéria, onde é citado o nome da empresa MD Papéis. Explicando, meu pai trabalhou por muitos anos nessa empresa, na unidade de Caieiras-SP, inclusive moramos vários anos no conjunto habitacional ao redor da empresa. Infelizmente esse núcleo habitacional (considerado o primeiro bairro construído especificamente para trabalhadores no Brasil) não teve a mesma sorte.
    A medida em que os moradores iam saindo, as casas iam sendo demolidas. Hoje quase nada restou do bairro, apenas algumas poucas casas e a igreja de São José, abandonada e deteriorada. Lugar que contava com boa infraestrutura para a época, escola, farmácia, armazéns, clube esportivo e opções de lazer (como a antiga piscina natural que ficava no fim da rua da escola), tudo devidamente demolido e esquecido. Uma pena!

  2. Excelente matéria, explicitando ao público em geral, as conquistas do Patrimônio Cultural Brasileiro.
    Este desafio é de todos nós, comprometidos em preservar a Paisagem Cultural.
    Parabéns Douglas, pelo brilhante trabalho em favor da causa!!

  3. Sabemos bem que a preservação do patrimônio histórico sempre contraria interesses econômicos. O dono da área raramente quer manter as construções, normalmente tem outros planos, quer demolir tudo e construir coisas mais rentáveis no lugar. Diante desse quadro, é sempre um alento quanto no município há pessoas que se preocupam e conseguem deter o ritmo da destruição. Parabens ao Conselho do Patrimonio de Cubatão!

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