Marco da Comissão Geográfica e Geológica

Desde 2014 o São Paulo Antiga vem catalogando os inúmeros marcos espalhados pela cidade de São Paulo é até em outras cidades. O objetivo é que tais símbolos não desapareçam com o tempo e possam ser reconhecidos e identificados pelas pessoas e, desta maneira, permitir que sejam preservados e estudados.

Esta nossa missão tornou possível o artigo Os Marcos Esquecidos de São Paulo, onde a grande maioria foi catalogada. Entretanto, como a quantidade de marcos que encontramos só cresceu neste dois anos que iniciamos estes estudos, a partir deste texto os novos achados serão explicados um a um e não mais adicionados àquele artigo.

Para começar falaremos deste marco que passa despercebido pela maioria das pessoas, instalado na calçada do Aeroporto Campo de Marte:

Foto: Douglas Nascimento / São Paulo Antiga

Localizado na avenida Santos Dumont praticamente em frente a rua Santa Eulália, este marco faz referência a extinta “Comissão Geographica e Geologica do Estado de São Paulo”, cuja sede foi junto ao Campo de Marte a partir de 1921.

Orville Derby
Orville Derby

Esta hoje pouco conhecida repartição pública do passado, há décadas renomeada para Instituto Geológico, foi fundada no século 19, precisamente em 1886, destinada a planejar e executar pesquisas para subsidiar a ocupação do território paulista, representando o esforço mais antigo da pesquisa científica no Estado de São Paulo.

Contando com uma equipe admirável de notáveis como Alberto Loefgren e Teodoro Sampaio, a então recém criada comissão geográfica era chefiada pelo geógrafo e geólogo americano Orville Derby, que trouxe inúmeras contribuições para a geologia e a geografia brasileira. Hoje sua figura é homenageada em São Paulo com um nome de rua no bairro da Mooca e também com uma escola pública.

Inicialmente em área mais central da cidade, a comissão foi transferida em 1921 para a área do Campo de Marte. Permaneceu ali por décadas até ser transferida para a Vila Mariana. Contudo, seu marco de fundação encontra-se em Santana até os dias de hoje. Na estrutura de concreto que o representa, está a seguinte placa de bronze:

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Um pequeno e importante pedaço de nossa história está ali, discreto, na calçada do Campo de Marte. O triste é que já faz pelo menos uma década o monumento não recebe ao menos uma demão de tinta, segue sobrevivendo sujo de fuligem da poluição da movimentada avenida, além de esquecido pelos governantes e desconhecido dos cidadãos.

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28 respostas

    1. Eu pedalo nas ciclovias e não é para lazer. È meu meio de locomoção. Respeito e agradeço ao prefeito.

  1. Incrível.
    não é um lugar onde eu passe à pé, para ver a placa, mas passo quase que diariamente, há mais de 40 anos pela avenida e nunca ví tal marco.
    Agora, certamente vou dar um jeito de dar uma reconhecida no local.
    Vocês também irão identificar os marcos de passagem do Trópico da Capricórnio pela cidade?

  2. Querido Douglas,
    Saudações!

    Maravilha mais esta sua iniciativa. A cultura brasileira e, particularmente paulista, mais uma vez fica lhe devendo. Creio que a respeito do adorável, genial e magnânimo Dr. Orville Derby só faltou dizer que ele era apaixonadíssimo pela Natureza brasileira, amava e defendia a nossa Biodiversidade, a Fauna, a Flora exuberantes.
    E, não sei se você sabe, ele ficou tão exasperado e, por que não dizer, desesperado com o descaso das autoridades brasileiras com relação à Serra da Cantareira e ao Horto Florestal, que acabou cometendo suicídio. Uma Alma luminosa e muito querida que deveria ser muito mais valorizada e cultuada entre nós.
    Grande, forte e fraterno abraço. Shalom Alerihem! Paz Profunda!

    L. Lafam.

  3. O problema é que nesta cidade não se pode divulgar certas coisas pq o prefeito é o Haddad, artista pra ele são os Kobras da vida e patrimônio histórico, como sabemos, é coisa de coxinha. Pra conservar o que o PT ainda não destruiu, só mudando de prefeito, essa é nossa única emergência

    1. Não sou defensor do Haddad mas achei injusto. Como alguém que milita há praticamente uma década no patrimônio histórico, posso afirmar que na área de cultura essa gestão em um mandato tem feito mais que, por exemplo, as duas gestões do Kassab e a meia gestão do Serra juntos. Aliás, a Secretaria de Cultura na gestão Kassab era um feudo elitista. A atual gestão pode até eventualmente ter mais erros do que acertos, mas te asseguro que na área de patrimônio histórico é uma gestão bastante interessada em resolver as mazelas. Por fim, explico mais uma vez, que este marco está em área da Infraero.

      Outra coisa importante salientar é que nem todo monumento público é de alçada da prefeitura. Alguns são particulares (sim, existem vários), outros de alçada estadual e a grande maioria é municipal.

      1. É estranhíssimo, Douglas Nascimento, que um grande observador como você, considerando-se, inclusive, seu manifesto amor pela cidade, vê-lo afirmar com todas as letras que Haddad fez o que quer que seja pela cultura. Causa espécie.

        1. Silvia,

          Eu não emito posição pessoal política, aqui eu teço meus comentários como jornalista e pesquisador, e de acordo com opinião do meu trabalho que já se desenvolve há 7 anos.
          Desde que o São Paulo Antiga foi criado, em 2009, passamos pelas gestões municipais de Kassab e Haddad. Mas meus olhos pela cidade vem desde bem antes, pelo menos desde a gestão do Pitta, quando eu era ainda bem mais jovem.

          Posso te dizer que nenhuma gestão que acompanhei deu muita atenção ao patrimônio histórico, aliás qual político dá ? Entretanto,na gestão Kassab era quase impossível dialogar com a Secretaria da Cultura, que era elitista e não atendia minorias nem mídias independentes, como esta. Na gestão atual, Haddad prefeito e – principalmente – Nabil Bonduki na Cultura a coisa mudou muito. São transparentes nas informações, atendem qualquer mídia sem demérito e, mesmo sem verba, vem fazendo esforços para melhorar a situação.

          O que você insinua em seus dois comentários é que eu talvez tenha emitido alguma opinião partidária. Isso não só é incorreto como me ofende e desmerece todo o trabalho que desenvolvo aqui há 07 anos. Eu não visto camisa de partido algum e não gosto de políticos, mas tenho o discernimento de não levar tucanos e petistas ao meu pensamento.

          Atualmente, não há pior gestão para a cultura que o governo Alckmin, com dois museus fechados (um deles sem previsão de reabertura, é o maior do estado) fora o incêndio no Memorial e no Liceu de Artes e Ofícios. Haddad também arrasta uma série de monumentos vandalizados e esquecidos, tem seus deméritos também.

          Se minha opinião não a agrada, talvez seja melhor procurar um outro local onde a opinião seja favorável a sua linha de pensamento. Eu respeito sua opinião e a de todos aqui, mas não aceito de maneira alguma qualquer insinuação maniqueísta sobre minha filosofia de trabalho. Até porque nesses 7 anos o São Paulo Antiga sobrevive sem um centavo de verba pública e assim permanecerá.

          1. Desculpem-me, mas continuo achando que seria muito mais gostoso entrar aqui, no São Paulo Antiga e nos deliciarmos com o que São Paulo já foi. O que ele é, ou melhor dizendo, o que Haddad, Alckmin, Calil, Nabil, Kassab (caramba, que país é este?) fizeram e ou deixaram de fazer, nós vemos diariamente na cidade inteira.
            Discutir sobre o que é pior para SP: radad ou xuxu, é o mesmo que discutir o que é mais desagradável: diarréia ou desenteria.
            Aproveito para lembrar que o Campo de Marte foi tomado aos paulistas em 1930 (e não em 1932), por represália de Getúlio Vargas a SP, não ter apoiado o seu golpe.

          2. Desculpe, mas depois que esse atual prefeito fez com os arcos do Jânio, uma pichação “esquerdista” oficial…Só mostra o quanto esse Haddad tem desprezo pela História da cidade!!! Nunca, por pior que seja, um prefeito fez algo tão abjeto na História da querida São Paulo….

      2. E digo mais: se seu blogue admitisse colaborações externas, eu poderia postar milhões de fotos demonstrando que, no que tange ao patrimônio histórico, a gestão petista de Fernando Haddad está muito mais empenhada em criar “mazelas” (leia-se destruição sem dó) do que resolvê-las.

    2. Nao acho difícil acreditar que o Radad tenha feito mais que os 2 anteriores, pois mais do que quase nada, pode ser quase nada também.
      No âmbito da cultura, vejo a destruição do pouco que se vinha conquistando no âmbito da música clássica, mas é claro que isso é coisa de coxinha, como diz a Calçada.
      E falando em calçada, por onde vocês têm andado?
      -.-.-.-
      Seria melhor se este espaço continuasse a tratar de nosso patrimônio arquitetônico, mas sem qualquer enfoque político, pois hoje o cenário político é desesperador.
      Mariana é apenas o retrato do que vivemos no Brasil em matéria de políticos.
      E viva o marco da Comissão Geográphica, que está em área dos paulistas, tomada pelos federais desde 1930.
      Ou não é isso?

      1. Nilton não sei de onde você tirou a ideia de “enfoque político” pois aqui não temos um “lado” a seguir ou defender. Tanto é que se você navegar pelo site irá encontrar nossos vídeos criticando a atual gestão quando na ocasião da grafitagem dos arcos do Jânio por exemplo. O São Paulo Antiga sobrevive com dificuldade mas até hoje recusa patrocínio público de qualquer esfera justamente para manter essa independência.

        Outra ponto é, o maior abandono a cultura vem do Governo do Estado. O Museu do Ipiranga, o Museu de Geologia, a Estação da Luz (incendiada) e o Museu da Língua Portuguesa estão fechados unicamente devido a incompetência estadual em lidar com cultura. Não podemos esquecer que um teatro do Memorial da América Latina segue fechado quase dois anos depois de pegar fogo porque até o momento o Alckmin não determinou restauro.

        O grande problema aqui no Brasil não é ser deste ou daquele lado político. O problema sério mesmo é não enxergar que nenhum político aqui quer melhorar a cultura nacional.

        Abraços

        1. A “ideia” do enfoque político vem do comentário de Silvia Calçada e de sua própria resposta.
          Acho que aqui neste espaço, não precisamos ficar evidenciando o descaso da administração municipal paulistana ou do governo do estado e até mesmo do governo federal, pois nenhum deles está minimamente preocupado com qualquer tipo de manifestação cultural que não renda visibilidade.
          Meu comentário foi nesse sentido; continuemos tratando dos monumentos, sem tratarmos dos jumentos, mas o espaço é seu e eu respeito. Se preferir, pode deletar este meu comentário e o aanterior, se for o caso.

          1. Sim é sempre melhor quando podemos nos deleitar com comentários de cunho apenas arquitetônico ou histórico, mas penso que o Douglas saiba lidar de maneira quase que inteiramente democrática com seus seguidores, não posso imaginá-lo deletando a opinião de alguém por simples divergência. Quanto a deixar a política de lado, com a cidade sitiada e o país falido,lamento que seja impossível.

  4. A grama no entorno imediato desse marco não existe mais. Talvez com a ciclovia passando ao lado, ele possa voltar a ser um destaque.

  5. Douglas, eu não nasci grudada no seu blogue. Se quiser me bloquear, banir, coisa que o valha, sinta-se à vontade. Conheço São Paulo há muito mais tempo que você. Fotografo a cidade desde antes de você nascer. Você não inventou a paixão pelo passado, mas deveria limpar a boca antes de dizer que bandidos do PT como esse hábil bom de bico que você promoveu fazem o que quer que seja pelo patrimônio. Volto a dizer, seu espaço, é um espaço onde só vc publica, inclusive censura opiniões (moderação é o que?). Além disso, está óbvio o seu engajamento. Militonto tem sempre uma lista de agruras contra tucanos e ela vem sempre depois de denúncias ou críticas a esse partido imundo. Seu comportamento é padronizado. Notei qd vc virou mav. Foi da água pro vinho. De uma hora pra outra passou a ponderar, nunca mais atacou o prefeitinho que, por acaso, ainda não morreu e não deixou de se comportar como o verme que é. Por último, você tece elogios a vagabundos que sempre odiaram São Paulo e chamam paulistanos de coxinha e vc permite que um blogue como o seu,bastante visualizado por pessoas incautas que estão confiando em vc preste-se a promover essa escória e a nossa desgraça. O Nabil é o lixo dos lixos. Há tempos ele é a pedra no sapato de ambientalistas e arquitetos decentes, ou você não se informa? e tive o desgosto de ver esse quadrilheiro elogiado por você. Que decepção e que vergonha! Tenho muito a falar sobre o PSDB, mas nunca para respaldar a miséria petista, essa não precisa de aval. Tenho muitas críticas às atitudes dos tucanos qt ao patrimônio arquitetônico, vc bem sabe pois já o procurei para falar sobre isso por email. Evidentemente, quando falo mal de tucanos não é para defender petistas como você fez, porque tenho nojo do PT. Não é possível amar São Paulo e não ter nojo do PT. Não é possível amar São Paulo e elogiar as atitudes auto-interessadas de petista nenhum. Pra cima de mim você não tem direito de vir com essa, porque você já conhece minha postura. Eu é que me enganei redondamente com a sua. E quando eu tiver algo a dizer contra a gestão tucana procurarei um blogue isento.

    1. Silvia,

      Seus comentários e críticas a minha pessoa ultrapassaram o limite da grosseria. Aliás, grosseria típica desses tempos botocudos onde dois lados se degladiam e o país só vai esgoto abaixo.
      Eu não tenho compromisso com o partido que você refere e nem com nenhum outro. Quero que todos os partidos – TODOS – se explodam. Já parou pra pensar de eu não ter posição política ? Pelo visto não.

      Você acha que quem não pensa como você obviamente é um petista, mav, etc. Seu julgamento, ou melhor pré julgamento, é raso como é raso de quase todo os fanáticos políticos de todos os lados. O fato de eu pensar diferente de você te incomoda ? Paciência! Eu não faço meu trabalho para você. Eu faço o meu trabalho para todos e isso me dá a obrigação de ser neutro, imparcial e justo. E é assim que faço o meu trabalho.

      Todos aqui são bem vindos a escrever e comentar, sejam eles de qual lado for. Tanto que seu comentário grosseiro está aqui publicado. Não “modero” ou “excluo” nada desde que seja sem ofensas verbais, palavrões etc.

      Há sete anos eu toco o meu trabalho, que é este aqui onde você veio comentar, sem aceitar 1 centavo de políticos, governos, sindicatos, ou mesmo de empresas destinadas a construção civil, que por N vezes me ofereceram valores interessantes. Não há lucro, há apenas a satisfação como paulistano, cuja família está por aqui há pelo menos 200 anos.

      Minha cara, pense em São Paulo e deixe o ódio político de lado. Enquanto você destila sua raiva na minha pessoa o país vai indo abismo abaixo. Faça algo melhor, porque você não manda um email pro Nabil ou pro Haddad com os termos que você fez aqui ? Eu não sou porta voz deles e nem jamais serei. Talvez tenha medo do processo por calúnia, sei lá… eu teria.

      Bem, você continua sendo bem vinda aqui. Mas informo que republicarei seus comentários ofensivos e grosseiros nas minhas redes sociais, para que meus amigos, colegas e parceiros me ajudem a entender melhor suas críticas, ok ? Apagarei seu email em respeito a sua privacidade, mas não seu nome.

      Em tempo, nenhum outro comentário deste assunto será liberado daqui por diante. Os demais leitores não precisam perder tempo com isso. Se seu problema é comigo, sinta-se à vontade para me mandar um email: douglas@saopauloantiga.com.br

  6. “maniqueísta” indivíduo que só enxerga o bem ou o mal? Sem nuances, sem profundidade, sem discernimento? Lendo com atenção meus comentários e os seus você verá que esse termo cai muito melhor em você, Douglas Nascimento. Você se lê? ou apenas se impõe?

  7. Olá.
    Esse monumento recebeu a atenção devida. A área de seu entorno foi calçada e também foi instalado um anteparo de proteção. Quem não puder visitá-lo pode dar uma olhadinha no Google Maps (imagem captura em set 2017).
    Abraço.

  8. Este Marco era o ponto inicial (Marco A) da triangulação efetuada pela CGG no período de 1921 a 1926 e, também, foi utilizado com ponto de apoio (marco 1) do primeiro levantamento aerofotogramétrico executado em São Paulo pela empresa italiana SARA no período de 1928 a 1930. Situava-se na cabeceira da pista do Campo de Marte e foi deslocado cerca de 29 metros da posição original.

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