Monumento ao Duque de Caxias

Localizado no parque Princesa Isabel, o Monumento ao Duque de Caxias é um dos maiores monumentos brasileiros e, até 2008, era a maior estátua equestre do mundo. Inaugurado em 1960, sua trajetória – desde a concepção da ideia até ser instalada em Campos Elíseos – tem algumas curiosidades e trouxe raros momentos de união de rivais e adversários.

A Praça Princesa Isabel e o monumento na década de 60 (clique para ampliar)

HISTÓRIA:

Um dos grandes heróis da história do Brasil e patrono do exército brasileiro, Luís Alves de Lima e Silva, ou como é mais conhecido, Duque de Caxias, é uma figura importantíssima do cenário nacional.

Divulgação

Filho e sobrinho de militares, lutou contra Portugal em 1823 pela Independência do Brasil, defendeu a unidade nacional e a monarquia brasileira nas revoltas liberais e na Revolução Farroupilha. Ainda derrotou a Confederação Argentina na Guerra do Prata e, já como marechal, liderou as forças brasileiras para a vitória na Guerra do Paraguai.

Sua carreira vitoriosa e seu longo histórico em defesa do Brasil e da coroa rendeu ao militar uma série de condecorações sendo elevado a nobreza nacional. Foi inicialmente barão, conde, depois marquês até chegar a duque.

Após sua morte, ocorrida 7 de maio de 1880, homenagens ao Duque de Caxias pulularam em todo o país, com nomes de praças, ruas, cidade (no Estado do Rio de Janeiro) e, no caso de São Paulo, uma rua que posteriormente foi ampliada e transformada em avenida.

Em 1939 o General Maurício José Cardoso, comandante da 2ª Região Militar, ao notar não haver nenhum monumento ao Duque de Caxias em São Paulo, teve a ideia de criar um movimento para arrecadar fundos com o objetivo de providenciar uma homenagem para o patrono do exército brasileiro.

A primeira notícia, em 1939 (Correio Paulistano)
A primeira notícia, em 1939 (Correio Paulistano)

Após algum tempo, em 1941, Cardoso e autoridades estaduais e municipais chegaram a um consenso e lançaram um concurso internacional de maquetes para que uma comissão escolhesse a melhor obra.

Paralelo a este concurso foi organizada uma intensa campanha de arrecadação de dinheiro em prol do monumento. Inicialmente concentrada na capital paulista, a campanha logo envolveu todo o nosso estado com doações chegando de cidades como Campinas, Guarulhos, Jundiaí entre muitas outras.

Foto: Correio Paulistano (1941)
Foto: Correio Paulistano (1941)

O civismo e respeito aos heróis da pátria naquela época eram tão grandes, que o que se viu de mobilização pela viabilização financeira do monumento foi algo único na nossa história. A união de paulistas e paulistanos de todas as classes sociais foi tão grande que tivemos até partidas de futebol no Estádio do Pacaembu para arrecadar dinheiro.

Em 1941, Corinthians e Palestra Itália tiveram a iniciativa de fazer um pequeno torneio para arrecadar fundos para o monumento. Era a Taça Duque de Caxias, a ser conquistada após dois jogos (ida e volta) disputados no Estádio do Pacaembu.

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Com casa lotada nos dois jogos no principal palco paulistano de futebol, o Corinthians sagrou-se campeão ao vencer o adversário por 2 a 1, sendo que no primeiro jogo empataram em 1 a 1.

Além deste amistoso, ocorreu outro entre o selecionado mineiro e o Ypiranga, igualmente no Pacaembu, e que foi vencido pela equipe paulistana. O Jockey Club de São Paulo também entrou no espírito solidário e fez sua colaboração:

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Com tanto apoio não demorou muito para logo arrecadarem o valor que precisavam. O concurso internacional de maquetes também foi um grande sucesso, com materiais enviados por grandes nomes das artes do Brasil e do exterior, como Galileo Emendabili, Victor Brecheret, Humberto Cozzo e Rafael Galvez.

Antes de escolher o projeto vencedor, uma exposição de maquetes foi aberta ao público no mês de novembro de 1941 em um salão da rua 24 de maio. Até o presidente Getúlio Vargas prestigiou. Elas permaneceriam ali até dezembro de 1941 quando a comissão reuniu-se para escolher o vencedor, que foi o consagrado escultor Victor Brecheret. Além de ter sua obra selecionada, levou uma boa premiação em dinheiro.

O escultor Galileo Emendabili, autor do Obelisco do Ibirapuera, ficou com a segunda colocação. Embora as demais maquetes não sejam conhecidas, temos uma boa imagem do monumento idealizado por Emendabili, chamado de “Passagem da Ponte”:

clique para ampliar

A OBRA E A INAUGURAÇÃO:

Em 1942, ano seguinte a escolha do vencedor, os trabalhos para o monumento ao Duque de Caxias foram iniciados por Victor Brecheret. Ousada e grandiosa, a obra ao ser finalizada seria a maior estátua equestre do mundo e exigia esforços e uma equipe de apoio preparada.

Construída no galpão do Liceu de Artes e Ofícios de São Paulo, a obra foi concebida com pedestal de granito e bronze patinado e tem no total a altura de 48 metros, o equivalente a um prédio de 10 andares.

Durante sua construção a escultura proporcionou momentos curiosos. Seu tamanho gigantesco permitiu a realização de um jantar para 50 autoridades dentro da estrutura do cavalo, além de cenas curiosas no Liceu, como esta a seguir:

Aperta que cabe mais um! (clique para ampliar)

As autoridades inicialmente desejavam instalar o monumento no Largo do Paissandu, que sofreria uma ampla renovação e transformação para receber o monumento, o que incluiria até a demolição da igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos. Porém, durante a construção da estátua logo perceberam que não haveria espaço suficiente para ela no largo e um novo local começou a ser pensado. Brecheret, por sua vez, vislumbrava a instalação dela na Praça da Bandeira, próximo ao Teatro de Alumínio.

Em 1950 com o monumento pronto surgiu o impasse que se estenderia por muitos anos: onde instalar ?

A obra e os estudos para instalação custaram mais que o previsto, o que levou a faltar dinheiro para erguer o pedestal de granito. A cidade de São Paulo cresceu muito entre 1942 e 1950, o que também deixou muitos dos locais desejados para a instalação inviáveis.

Notícia de 24/06/1950
Notícia de 24/06/1950

Somente em 1959 chegou-se a decisão de onde instalar o Monumento ao Duque de Caxias: A Praça Princesa Isabel. A área que já havia sido rejeitada em 1950, foi escolhida para receber definitivamente a obra.

Uma vez o local decidido, começou a montagem do pedestal e a instalação do escultura.  Finalmente,  em 25 de agosto de 1960, Dia do Soldado, o Monumento ao Duque de Caxias foi finalmente inaugurado. Já o escultor Victor Brecheret, infelizmente, jamais pode ver sua grande obra instalada, tendo falecido em 1955.

O MONUMENTO:

Além da estrutura de bronze da figura do Duque de Caxias montado em seu cavalo, a base do monumento também tem esculturas, que apresentam cenas da trajetória do militar.

Os baixo-relevos tem os seguinte temas: Pacificação, Caxias falando ao povo de Bagé, Reconhecimento de Humaitá, Batalha de Itororó e Enterro de Caxias. Na parte frontal do monumento, acima do baixo-relevo Caxias em Bagé, existe também o Brasão do Duque de Caxias.

As fotografias abaixo mostram com detalhes todos os temas (clique para ampliar):

Reconhecimento de Humaitá
Funeral de Caxias
Caxias em Bagé
Batalha de Itororó
clique para ampliar

O MONUMENTO ATUALMENTE:

Originalmente uma praça o espaço foi transformado em parque municipal após a ação de um vereador que entendeu que o local ficaria mais seguro e preservado com grades. Como pela lei municipal praças não podem receber grades, a solução foi um “batismo” mudando a nomenclatura e a configuração do espaço.

Foram ao menos duas décadas de abandono, com breve momentos de recuperação, a mais intensa delas patrocinada pela empresa Porto Seguro cuja sede fica no bairro. No entanto, após a desastrosa operação de dispersão de usuários de crack protagonizada pelo então prefeito João Dória, a praça foi tomada pelos viciados e se transformou numa espécie de campo de refugiados, com barracas, fogueiras, muito lixo e, claro, livre consumo de entorpecentes.

As duas imagens abaixo mostram o cenário caótico em 2022, em momentos antes e depois de uma intervenção policial e sanitária:

Nas imagens abaixo a Praça Princesa Isabel em respectivamente em abril de 2022, sob domínio de usuários e traficantes e em maio, após a retomada da área pelo poder público. (Fotos: Danilo Verpa/Folha de S.Paulo)

A transformação do espaço da praça em parque foi acompanhada com a injeção de recursos públicos, que não apenas gradeou o local mas permitiu uma reforma completa, com a colocação de um novo piso, instalação de área de lazer para crianças, equipamentos de ginástica, um espaço para a base policial, área para o lazer de cães e um completo serviço de recuperação da área ajardinada, fazendo o parque destacar-se como um espaço público de grande importância.

O monumento, no entanto, recebeu apenas uma boa limpeza e ainda carece de manutenção mais detalhada, especialmente sob os pés do cavalo, onde é possível notar que a escotilha de limpeza está sem a tampa, o que deve estar enchendo o interior do pedestal de água e sujeira em dias de chuva, comprometendo seriamente a base que sustenta a estátua.

A foto abaixo mostra a escotilha sem a tampa, observe:

Vista do Monumento ao Duque de Caxias em junho de 2022.

Com o espaço recuperado e a tensão dos usuários de drogas afastados (ao menos até o fechamento desta matéria) é torcer para o retorno do público, para que eles voltem a frequentar o local tal qual era há décadas. Praças e parques foram feitos para o usufruto do cidadão e deixá-los ociosos é permitir o retorno daqueles que não desejamos e que acabam por destruir espaços públicos. No local existia uma feira de artesanatos muito boa que poderia muito bem retornar.

Minha avaliação sobre a reforma realizada na praça que virou parque é bastante positiva. Entendo que gradear o espaço não é a melhor solução de todas mas é o que foi possível ser feito no momento. Na Europa existem também praças e jardins públicos gradeados, talvez sinal de tempos menos tolerantes e pouco tranquilo que vivemos.

Veja mais fotos do Monumento ao Duque de Caxias (clique para ampliar):

Assista ao nosso vídeo com sobrevoo de drone:

Notas:

*1 – Praça Princesa Isabel transformada em parque municipal (Parque Princesa Isabel), através de projeto de lei proposto pelo vereador Fabio Riva (MDB).
*2 – Com 50 metros (10 do pedestal e 40 da estátua) o Monumento a Gengis Khan na cidade de Tsonzhin-Boldog (Mongólia) ultrapassou o Monumento a Duque de Caxias como o maior do mundo.
*3 – Luís Alves de Lima e Silva foi o único brasileiro a ser nomeado duque no reinado de d.Pedro II.

Artigo atualizado em 18/04/2024

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30 respostas

  1. Pais de primeiro mundo…o que estraga e a população que não tem valor…poucos se salvam.

  2. Conheci um dos profissionais que fizeram a instalação do monumento na praça. Era pai de um colega de escola nos anos 70

  3. A reportagem está ótima. Foi muito bom saber que houve a união de muitas pessoas em torna da construção desse belo monumento a um autêntico herói nacional. Até corinthianos e palmeirenses se uniram em torno desse ideal. Bons tempos aqueles.
    Quanto ao poder público, parece que não mudou nada. Levaram 10 anos para decidir onde colocar o monumento. Pode?

  4. Sei que vão me xingar pacas, mas não resisto: Douglas, seu site é ótimo, leio todas as matérias, concordo totalmente com sua postura de defender a cidade, seu patrimônio histórico, seus monumentos, a história e identidade da cidade, eu sou professor de português, paulistano, portanto, tenho de apoiar essa postura. Mas essa matéria sobre o patrono do exército não dá para deixar passar em brancas nuvens, pois o trecho que relata a vida e carreira do homenageado pelo monumento o mostra como um homem magnânimo, defensor da pátria. A questão é: qual pátria?A pátria escravocrata, repressora ao extremo, nada,mas nada liberal e cujas atitudes de desprezo ao coletivo estão vigorando até hoje. Faltou, no mínimo, um trecho em que apontasse a existência de várias acusações a eles, que claro, são devidamente combatidas por ufanistas, fãs do militarismo, ingênuos que acreditam na ‘profunda’ unidade nacional do Brasil e quetais.
    Sei que vão chover termos como ‘ comuna’, ‘petralha’, ‘vai pra cuba’, ‘esquerdinha caviar’, mas já estou acostumado. Grande abraço.

    1. Alex, como vai ?

      Eu não vou chamá-lo de nada disso que você falou, fique tranquilo.
      Entendo seu comentário e respeito, mas eu particularmente me considero um defensor intransigente do civismo e dos valores históricos nacionais.
      Não podemos nunca julgar fatos históricos do passado com os olhos do presente, caso contrário estabeleceremos um patamar perigoso onde ninguém presta.
      Julgar Napoleão, Papa Bórgia, D.João VI com o mundo de hoje ? Não dá.
      E com muitos dos nossos nomes brasileiros do passado também não.
      O Duque de Caxias foi um ardoroso defensor brasileiro e sua ação foi fundamental para manter o Brasil independente em 1823. Seu espírito militar não deixou o Brasil perder um parte do território para o Paraguai durante a guerra (quem garante que outro marechal nosso teria o mesmo sucesso ?) e merece sim nosso reconhecimento.
      Hoje, naturalmente, temos outras maneiras de resolver conflitos e sua figura não encontraria muito espaço no cenário atual. Mas, naquela época, era diferente.
      Ele é um grande herói nacional sim, e deve ser cultuado.
      Por outro lado, a história do Brasil revelou também militares que se revelaram péssimos governantes e ditadores despóticos, como Floriano Peixoto, Médici e Geisel.
      Abraços

      1. Somente com o distanciamento histórico que nos permite hoje olhar a História pelo retrovisor é que podemos fazer uma análise mais isenta e menos apaixonada dos eventos históricos e de seus protagonistas. Duque de Caxias como todo ser humano não era perfeito, todavia, seus feitos em prol da unidade nacional nos deixaram como legado o país em que vivemos hoje, com todas as suas qualidades e defeitos. Ora, se não fosse pela sua postura e pela de D. Pedro II, o país teria se esfacelado em vários Estados após a Declaração da Independência, tal como o restante dos vizinhos sul-americanos.

        1. Se for com o viés ufanista do passado eu dispenso, o que deveríamos ter é aulas de ética desde o ensino fundamental.

  5. DUQUE DE CAXIAS
    Fato pitoresco aconteceu um dia nas proximidades da Praça Princesa Isabel, onde fica o monumento ao Caxias.
    Pela janela do ônibus, um sobrinho meu, gritou:
    – Mãe, olha o Zorro!
    A mãe indignada, talvez pela vergonha, dos olhares espantados dos passageiros, retrucou:
    – Presta atenção Marcelo, esse é o Dom Pedro!
    Houve um burburinho, que nem despertou aquela mãe sobre o equívoco, mais relevante que o do menino.
    Ao contar o fato para a família, alguém disse:
    – Mas a estátua não é de Dom Pedro, é do Caxias.
    Foi uma risada em coro, só então, minha cunhada percebeu o engano.
    Coisas da vida!

  6. É muito imponente esse monumento e acredito que pessoas de fora como eu, que nunca tinham visto de perto, acabam por olhar com outros olhos, de muito mais admiração do que as pessoas que passam por ali todos os dias e já estão acostumadas.
    Lembro de ter visto uma vez na TV Cultura um trecho de documentário sobre como foi feito esse monumento, muito lega mesmo.
    Queria saber exatamente como içaram lá para cima.

  7. Douglas, você lembra que teve um atentado a bomba nos anos 80 que danificou parte da obra?
    E segundo, meu avô e pai o Caxias teve um chapéu que foi roubado.Não sei se elenda do chapéu, mas enquanto vivo confirmavam. Já a bomba essa eu pressenciei em loco,
    Abraços

      1. http://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/cultura/patrimonio_historico/adote_obra/index.php?p=4522%20target=blank

        No site da Prefeitura, no ultimo parágrafo existe o comentário.

        No dia 15 de agosto de 1991, o monumento foi danificado pela explosão de uma bomba. Parte do grupo escultórico que retrata a Batalha de Itororó foi atingido. A ação teria sido executada por um soldado, em protesto contra os baixos soldos dos militares. O Exército manifestou sua indignação e considerou a explosão como um ato de vandalismo, que resultou em prejuízo ao patrimônio público.

        Quanto o chapéu, meu pai e avô tinham loja na praça Princesa Isabel desde 1945, e meu avô morava desde os anos 30 na região. Contavam do jantar na barriga do cavalo (ninguém acreditava) e do chapéu que foi roubado.

        PS. Adoro seu site e trabalho. Navegar no SP antiga causa dependência

  8. Contava meu pai a respeito do monumento que durante a construção o.governador Ademar de Barros fez questão que se mostrasse ser o cavalo do Duque um garanhao,obrigando Brecheret adicionar ao cavalo o que faltava para tal.

  9. Olá!
    Meu nome é Pedro. Sou paulista da cidade de Garça (Alta Paulista)
    Cheguei para morar na Capital com apenas quatro anos de idade. Me criei na zona leste (Guaianazes) e sempre trabalhei no Centro, como office-boy.
    Devido à minha atividade, que me obrigava a andar muito, em pouco tempo estava conhecendo todos os bairros adjacentes ao Centro de São Paulo e também todas as Praças.
    Nessas andanças, passei a conhecer (e gostar) praticamente de todas as esculturas e obras existentes na época (1974-1982).
    Hoje, quando vou à São Paulo, fico triste em saber (e ver) o descaso das autoridades com as obras de arte e também a degradação de muitas delas por ação de vândalos e dependentes químicos.
    Espero um dia chegar em São Paulo e me deparar com elas, todas preservadas.
    Um grande abraço e parabéns pelo site maravilhoso.
    Atualmente moro em Recife.Tenho 62 anos e sou professor de História.

  10. Ola Douglas. É a primeira vez que encontro alguém produzindo um “jornal” assim. Parabéns, você é um inovador e inteligente. Nao se preocupe com o teor de algumas opiniões conflitantes. Ja fui jovem também, e contaminado pelo espirito da época. E cada época tem um ” espirito” uma maneira de ser. É próprio de cada geração e seus jovens componentes abraçarem este ” espirito” e se envolverem nele com corpo e alma. Quem, da minha geração dos anos 50/60, não se engolfou do sonho igualitário latino-americano e não se voluntariou, ao menos em intensão, de ir ” cortar-cana-em-cuba”? Coisas do espirito daqueles tempos. Tal como acne, é anomalia própria e natural de determinado estagio da nossas vidas. Tal como acne, incomoda e vigora por certo tempo depois, some e a vida continua. Fui assim, inocentemente contestador, e assim também o são agora nossos filhos. Deixa a vida rolar. Eles, como eu, aprendem. Nos, os mais velhos, havemos de os entender e tolerar. As acnes lhes hão de passar.

  11. A estátua e magnânima. Todos os detalhes esculpidos da pedra de suporte e bronze sao dignos de observação. Seria melhor ter redoma, tal como o foi feito na Praça Júlio de Mesquita.

    Nao ha outro expediente, uma vez que vc tem que tratar a população em geral como um bando de delinquentes juvenis, por causa de uns poucos. Se um quer ser respeitado, um se dá ao respeito, diz o velho ditado.

    A escolha do local para a estátua, não poderia ser melhor, apesar da demora, ventilada neste artigo. E uma praça ampla, sem bloqueio de vista, e em cruzamento de Boulevard. Campos Elíseos já foi bairro nobre. O volume do monumento condiz com o logradouro onde foi instalada.

    É Lamentável que o bairro tenha sofrido com a migração de moradias de baixo custo,o que trouxe junto a degradação urbana do mesmo. Sem cometer injustiça de classe, afinal ha bairros operários que sao limpos e organizados, mas quando você pega uma Grande Dama, ela se empobrece, o vestido começa a ficar desbotado e rasgado, rosto, a aparência física se deteriora…. Assim ficou Campos Elíseos, e por extensão, Santa Ifigenia. Estes bairros não necessitam mais cortiços verticalizados. E hora de recuperar a dama, dar lhe um vestido novo, maquiagem no rosto, apertar o espartilho.

    Encher os bairros centrais de empreendimentos de baixa renda não é a solução, ao meu ver. O Centro e o único cartão postal da cidade digno de visita, se reconquistado. Av. Paulista ( exceção ao MASP e Parque Trianon ), Brigadeiro Faria Lima, Eng Luís Carlos Berrini, Chucri Zaidan não sao pontos turísticos, turista não vem a cidade para ver torres envidraçadas. O Paulistano mediano pode se encher de orgulho por estes locais, porém eu os acho estéreis e sem personalidade.

    Turismo e dinheiro, o que se filtra em empregos até mesmo para as camadas menos qualificadas e pauperizadas da população. O Centro recuperado preservado criar estas oportunidades quando você o torna agradável de ser visitado.

    As pessoas visitam Downtown New York e se maravilham com o Soho Cast Iron District ( Broadway, West Broadway, Canal Street, Howard Street, Crosby Street, East Houston Street, Broome e West Houston) ) ou distrito do ferro fundido, que guarnece muitos de seus edifícios; visitam Boston para ver parques, museus e tijolo exposto; Montreal para ver a vida noturna, a Notre Dame, o Velho Montreal a beira do Rio São Lourenço, com construções em pedra; visitam Londres, pelo seu clima urbano e por suas casas de rua e monumentos ( Trafalgar Square, Castelos, às margens do recuperado Rio Thames, 10 Downing Street, a Abadia de Westminster, o Big Ben, Piccadilly Circus. As galerias do Metro de Moscou, o os quarteiroes de Sao Petesburgo na Russia. TODOS ESTES LOCAIS SÃO ANTIGOS.

    Finalmente, sob os meritos do General Duque de Caxias… poucas pessoas se importam com isto, no fim das contas. O fato e que o monumento existe, e belo, um marco, e deveria ser preservado e respeitado. Figuras historicas tem suas falhas, sao humanos. O Julgamento de geracoes posteriores nem sempre e justo e por vezes, sem a perspectiva dos eventos contamporarios da epoca. Deixem o General em cima de seu cavalo em paz.

    1. Ah tá, então você quer dizer que lugar de pobre é na periferia e de preferência morando na favela? Brilhante!

  12. E como já foi bonito esse lugar! A fotografia da década de 1960 é de chorar! Hoje, a cracolândia domina. E tem gente que defende…Coitada de São Paulo!

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