O Fim do Bonde do Memorial do Imigrante

Domingo de carnaval, você não gosta de cair no samba e resolve pegar toda a sua família e ir até o Memorial do Imigrante para dar um curto, mas divertido, passeio de bonde pela rua Visconde de Parnaíba. Chegando lá, o que acontece ? Você irá se deparar com a triste cena abaixo:

Cadê o bonde ? – Clique para ampliar.

Sim, o bonde que ficava estacionado o tempo todo diante do Memorial do Imigrante, no Brás, e que operava aos finais de semana e feriados foi levado embora no último domingo de fevereiro, dia 27.

É uma tristeza muito grande chegar no Memorial e não encontrá-lo mais por lá. Ele foi levado de volta a sua “cidade natal” pela ABPF (Associação Brasileira de Preservação Ferroviária), que cansou de vê-lo por ali sem poder funcionar normalmente e sofrendo quase que diariamente tentativas de roubo e ações de vandalismo. Os atos de depredação são uma constante desde 2009, quando o mesmo parou de funcionar como passeio turístico, já que a CET mudou a mão do trecho da rua Visconde de Parnaíba  que fica diante da estação Bresser-Mooca do Metrô, tornando impossível que o mesmo voltasse por aquele trecho da rua, sem cometer uma infração (trafegar na contra-mão).

A ABPF, na tentativa de preservar o passeio chegou a contatar a CET e a subprefeitura da Mooca por diversas vezes e nestes dois anos nunca obteve retorno. Vocês leram direito! Nenhum retorno em dois anos de nenhum dos dois órgãos.

Sem a possibilidade de aquele trecho da rua voltar a ter mão dupla o trajeto ficou comprometido. E com isso os passeios de bonde foram paralizados, e os problemas começaram a aparecer em grande escala.

O bonde, quando ainda funcionava regularmente. Clique para ampliar.

Como o bonde ficava estacionado fora do Memorial do Imigrante, na rua, a vigilância nele não era muito eficaz. Tão logo ele ficou parado por um período mais longo, suas duas baterias foram furtadas. Não demorou muito e o velho escocês começou a sofrer furtos de peças e equipamentos, por parte de moradores de rua que as retiravam para vender. Neste sequência de roubos até o sistema hidráulico do veículo foi furtado, tornando assim impossível que ele voltasse a circular.

Em 2010 o Memorial do Imigrante foi fechado para reformas e a situação do bonde ficou ainda pior. Isolado na rua e sem ser protegido pelos vigias do museu, o veículo rapidamente virou banheiro e dormitório de moradores de rua. Para completar o circo de horrores, algumas chuvas fortíssimas fizeram o bonde ficar cheio de água por muitas vezes, e em uma ocasião dessas a tampa do motor foi levada pela enxurrada.

O Memorial do Imigrante está fechado para reformas. Clique para ampliar.

Segundo Carlos Alberto Rollo, diretor regional da ABPF-SP, a situação do bonde tornou-se insustentável. Se continuasse ali largado e sem poder servir ao que se destina – passeio turístico – o bonde logo iria virar sucata. E foi ai que tomou-se a decisão de levá-lo de volta para a cidade onde o bonde circulou de 1912 até 01 de março de 1971: Santos.

E foi assim que no último domingo, 27 de fevereiro, a ABPF tomou o ato extremo de levá-lo para a cidade de Santos, onde o mesmo receberá uma restauração completa e passará a circular novamente nos itinerários turísticos de bonde que conta a cidade de Santos. Recentemente, as linhas de bonde da cidade litorânea sofreram inúmeras melhorias e passaram a contar com mais carros.

Esta é a situação atual de onde ficava o bonde. Clique para ampliar.

Graças a ABPF, um final feliz para o bonde que por tantos e tantos anos fez a alegria de turistas e principalmente crianças, que nunca tiveram a oportunidade ver um bonde funcionando em uma linha real.

Esse privilégio, no entanto,  foi arrancado das próximas crianças e adolescentes que, devido a insensibilidade de nossos dirigentes políticos, não verão um bonde em circulação tão cedo na nossa cidade. O Memorial do Imigrante, onde este absurdo aconteceu, é da alçada da Secretaria de Cultura do Governo do Estado de São Paulo.

Dados do Bonde:
Fabricante: Hurst, Nelson and Company Ltd
País de origem: Escócia
Ano: 1912
Importação: 1912 (veio desmontado de Motherwell – interior da Escócia – e montado no Brasil)
Cidade de operação: Santos – SP
Operação: 1912 até 1971 (os bondes foram desativados em Santos na gestão do interventor Clóvis Bandeira Brasil)

Passeios de Maria Fumaça continuam normalmente:

Os passeios de Maria Fumaça continuam. Clique para ampliar.

Apesar do Memorial do Imigrante ainda estar fechado para reforma, os passeios de Maria Fumaça continuam operando normalmente todos os finais de semana e feriados. Segundo a ABPF, devido a divulgação do fechamento do Memorial para obras, muitas pessoas deixam de ir ao passeio de Maria Fumaça pensando que o mesmo está suspenso. Não está!

O passeio ferroviário de Maria Fumaça do Memorial do Imigrante continua funcionando normalmente. A única diferença é que o local de entrada para embarque mudou temporariamente, enquanto as obras não terminam, explica a ABPF.

Confiram o endereço provisório: Rua Visconde de Parnaíba, 1253 (700 metros da Estação Bresser-Mooca do Metrô)

Durante o feriado de carnaval o passeio não funcionará no sábado, mas estará operando normalmente no domigo e na terça de carnaval no horário das 10:00 às 16:00hs. Se você não for viajar, aproveite e vá prestigiar o passeio e colabore com a ABPF, o trabalho deles pela preservação ferroviária é magnífico.

Na região, passarelas ferroviárias centenárias:

O Memorial do Imigrante não é a única atração interessante desta região. Pouca gente que vai até o local para conhecer o museu ou mesmo para passear de Maria Fumaça sabe, mas existe na região duas passarelas ferroviárias centenárias, feitas de ferro e em estilo inglês. Estas passarelas não estão muito bem cuidadas, infelizmente, mas mesmo assim são belíssimas e valem uma visita de perto, confira:

Saiba mais:

ABPF (Associação Brasileira de Preservação Ferroviária) Regional São Paulo – http://www.abpfsp.com.br/

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37 respostas

  1. Eu há muito sabia que isso iria acontecer. Nunca entendí porque uma raridade e preciosidade antiga permanecia exposta às intempéries, sujeito a deteriorar-se. Alí, sem uma cobertura, que pudesse ser fechada, salvando-o do tempo e dos roubos, tem mais que ser recolhido e recuperado, restaurado. Melhor que fique no Museu do Transporte até que um governo mais interessando e competente cuide da sua volta.
    Aqui, neste caso, sinto e não sinto pena.Lamento e não lamento. Mas deixo a minha indignação e reprovação pelo desinteresse da sub-prefeitura.
    Um dia eles acabam entendendo que MEMÓRIA É VIDA!
    Abraços,
    Natale

    1. Meu querido Natale,

      Concordo com a sua revolta em relação ao descaso das autoridades competentes para a manutenção do museu e seu acervo.
      Ocorre que, você não prestou atenção a parte do texto que diz a destinação do veículo. Ele irá para Santos e lá será restaurado para voltar a circular.
      A cidade de Santos fez um ótimo trabalho de restauro dos bondes e sua linha, bem como, da estação ferroviária.
      Quando você puder faça um passeio até a cidade de Santos e veja o que é cuidar do patrimônio histórico.

    2. Essa história tem muitas faces. A linha de bonde que circulava pela Rua Visconde de Parnaíba, próximo a Estação Metro Bresser-Mooca pode ser sinalizada e trazer benefícios para a região. Os reais interesses de sua desativação estão sendo desvirtuados. Cultura e lazer em Santos com a linha de bonde também será desativada? Acidentes e quedas de motoqueiros em São Paulo são apenas neste trecho?

  2. A cidade de São Paulo que já contou com mais de 400 km de trilhos do bonde (o Metrô tem pouco mais de 100), deveria ter um exemplar para a memória dos antigos e das futuras gerações. O ônibus elétrico também deve fazer parte desse esforço.Vamos torcer para que ao menos no Centro Histórico isto aconteça!

  3. Deixar o bonde desprotegido para virar banheiro e até mesmo ter suas peças roubadas para que pessoas ganhem dinheiro é um absurdo.

  4. Tinha de ter levado esse bonde para Santos há muito tempo. Afinal, sempre rodou lá. A Prefeitura, quando acabou com os bondes em SP, mandou sucatear tudo imediatamente, guardando 2 ou 3 para museu, doando um ou outro para alguns locais no interior e um ou outro clube. Realmente, queria se ver livre deles. E nós ficamos em bondes nem pra tosse. E não aprenderam, pois abandonaram esse tembém. Ô corja!

  5. Sou moradora de um dos prédios em frente e acompanhei (quase) toda a operação, bastante demorada, de retirada do bonde. A coisa ficou pior com a chuva forte que chegou a seguir, e aí eu tive de sair.
    Tenho várias fotos da rua alagada em diversas ocasiões, com o bondinho junto.
    Uma pena, pq fará falta na paisagem. Acompanhei as operações do bonde desde a construção dos trilhos, há 17 anos, e a inauguração com a presença do então governador Mário Covas.
    Atualmente, as pessoas já estavam reclamando que, com o desuso do bonde, o asfalto, principalmente por causa dos trilhos, foi mal mantido e está ainda mais esburacado, o que leva inclusive a constantes acidentes com motociclistas.
    Aproveito para acrescentar que a mudança de mão da rua nunca foi problema, pq o trecho final da “linha” nunca foi mão dupla, apenas inverteu o sentido.
    Agora, fica apenas na lembrança, mas felizmente os passeios de maria-fumaça continuam fazendo sucesso, apesar do fechamento do Memorial do Imigrante oara reforma. Esperemos que ele volte a operar de maneira bem-sucedida.

    1. corrigindo: a inauguração oficial do Memorial do Imigrantes (antes Museu do Imigrante), com a presença do então governador Mário Covas, ocorreu em 1998.

  6. Realmente deu dó do desfecho da história do Bonde – 38. Mas para onde este veículo de 1912 QUASE CENTENÁRIO foi levado (SANTOS), estará bem cuidado e em breve deverá estar operando no circuito dos demais Bondes Históricos daquela cidade.

    Apenas complementando o comentário da Laila Gulherme;

    “Aproveito para acrescentar que a mudança de mão da rua nunca foi problema, pq o trecho final da (linha) nunca foi mão dupla, apenas inverteu o sentido.”

    O que ocorre é quando da mudança de direção deste trecho da Rua Visconde de Parnaíba, próximo ao Metrô Bresser, PONTOS DE ÔNIBUS QUE ERAM FIXOS NA CALÇADA DO METRÔ, FORAM REMANEJADOS PARA A CALÇADA DO LADO OPOSTO, JUSTAMENTE ONDE OS TRILHOS DA LINHA DO BONDE SE APROXIMAM AO MEIO FIO (GUIA), LOCAL ONDE ERA A PARADA DO BONDE PARA O EMBARQUE E DESEMBARQUE DOS PASSAGEIROS, BEM COMO PARA A INVERSÃO DE CABINE / COMANDO PELO MOTORNEIRO. E COMO OS PONTOS DE ÔNBIBUS FORAM FIXOS JUSTAMENTE NESTE LOCAL DA PARADA DO BONDE, ESTE TERIA DE PARAR AO MEIO DA RUA.
    E NA VOLTA DO TRAJETO SENTIDO MEMORIAL DO IMIGRANTE, EXISTE UMA CURVA, ONDE O BONDE TERIA O RISCO DE COLIDIR COM VEÍCULOS QUE AGORA SOBEM A RUA SENTIDO ESTAÇÃO BRESSER.

    Contatos foram efetuados junto a Sub – Prefeitura da Mooca e CET, no intuito de prover sinalização de circulação de Bonde, bem como do remanejamento dos Pontos de Ônibus da Parada do mesmo. Mas infrutíferas foram estas tratativas.

    Enfim, agora é torcer pela sua preservação da cidade de Santos, onde com certeza este terá o seu devído tratamento.

    1. excelente observação sobre os pontos de ônibus. Prova de que a mudança de mão de rua nunca foi o verdadeiro problema.

      1. – Perdão;
        Mas na verdade, A MUDANÇA DE MÃO / SENTIDO DE DIREÇÃO DESTE TRECHO DA RUA VISCONDE DE PARNAÍBA FOI MOTIVO REAL DA PARALISAÇÃO DA OPERAÇÃO DO BONDE. Pois alem dos Pontos de Ônibus que foram remanejados justamente para o LOCAL DE PARADA DO BONDE próximo ao Metrô Bresser, COM A INVERSÃO DE MÃO DE DIREÇÃO, OS DEMAIS VEÍCULOS QUE ANTES DESCIAM A RUA NO SENTIDO DO MEMORIAL DO IMIGRANTE, PASSARAM A FAZER O CAMINHO INVERSO SUBINDO A RUA.
        No trajeto de ida do Bonde para o Metrô Bresser, o Bonde passou a subir a favor do fluxo naquele trecho. Mas no trajeto de volta do Metrô Bresser para o Museu, ele descia naquele trecho da rua e quando fazia aquela curva próxima a um cojunto de casas antigas, EXATAMENTE NESTA CURVA O BONDE LITERALMENTE DAVA DE CARA COM OS CARROS QUE ESTAVAM SUBINDO SENTIDO CONTRÁRIO, QUE PASSARAM A TRANSITAR COM MAIS VELOCIDADE NO SENTIDO ESTAÇÃO BRESSER, QUE QUANDO ANTES QUANDO DESCIAM ESTE TRECHO NO SENTIDO MUSEU!
        Assim que ocorreu a mudança de direção neste trecho da rua na época, o Bonde continuou operando. Mas não tinha mais o local de Parada próximo ao Metrô Bresser por conta do Ponto Final de Ônibus instalado no local de parada deste Bonde. E por vezes quase bateu de frente com outros veículos quando retornava para o Museu nesta curva próxima as casas antigas, perto da Oficina Mecanica e Mercadinho.
        Aí foram feitos os contatos com os orgãos pertinentes E FICOU TUDO CERTO. MAS NADA RESOLVIDO! E o Bonde parou de circular deste então.
        Enfim, ao menos agora foi dado um destino digno a este veículo histórico.
        Mas a Maria Fumaça está lá apitando à todo vapor aos finais de semana e feriados, operando o passeio cultural pela Ferrovia entre as 10h30 e 16h, partindo a cada hora em média, para contar as novas gerações a história do Trem.
        Visitem este Trem Histórico Cultural mantido pela ABPF Regional São Paulo, que na verdade É UMA ENTIDADE NÃO GOVERNAMENTAL! Que conta atualmente apenas com o prestígio dos visitantes e a dedicação dos membros desta entidade, que COM TRABALHO VOLUNTÁRIO, se dedicam para manter viva a memória do transporte ferroviário, tão importante no passado para o desenvolvimento do estado de São Paulo.

    2. Politico$$$$$$$ sempre apóiam os empresário$$$$$ de ônibu$$$$ em detrimento do resto. Nem imagino o motivo………..

  7. Boa noite. Desculpe a pergunta que pode ser pouco inteligente, mas no texto está escrito que o bonde funcionava com bateria, é isso mesmo? E ele atingia boa velocidade? Poderia ser usado como meio de transporte p/ valer? Ou só p/ passeios turistícos mesmo?
    Obrigado.

      1. Exatamente;
        A Bateria era para empurrar o Motor de Arranque para a partida do Motor Fiat – Tempra à gasolina, igual a um automovel.
        Mas a força de tração era pelo sistema original (hidráulico) do bonde. Ocorre que como já não havia mais a Rede Aérea de alimentação Elétrica, foi acoplado um Motor Fiat a Gasolina que “empurrava” o sistema hidráulico para dar a força de tração para a locomoção do Bonde. Ou seja; a força de tração não era pelo motor fiat, mas pelo sistema hidraulico que aí sim era tocado pelo motor de Tempra.
        “Este era um Bonde à frente do seu tempo; Fabricado em 1912, mas equipado com motor à gasolina 16 valvulas e injeção eletrônica”. E o melhor; FUNCIONAVA!!!

  8. Dois comentários:

    1 – A CET mais uma vez se posiciona como uma empresa pública que atua como o funcionalismo público em geral trabalha: sem objetividade e sem consistência, se permitindo essa desatenção com tudo que lhe é afeto, senão multar.

    2 – O Memorial do Imigrante passa por uma reforma mais ampla do que de apenas suas instalações: está mudando todo o conselho de gestão. Na verdade ela vai ser gerida por uma OS (Organização Social). A favorita, não sei se já foi nomeada, é a mesma que gerencia o Museu do Futebol. Será que se já tivesse assumido há 6 meses, esse descaso teria sido evitado?

  9. Absurdo o descaso com o patrimônio público e a falta de pulso firme com os tais “moradores” de rua que ficam praticando CRIMES para sustentar o vício do crack e se enchendo de pinga.

  10. Sempre que ouço falar em Organização Social ONGs etc. e tal, tenho ímpetos de sair disparando.

    Querem participar, querem fazer caridade? Ótimo! Mas que façam isso com dinheiro próprio, e não correndo atrás de verbinhas/boquinhas dos governos.

    Salvo exceções, se houver (duvido muito, mas talvez haja uma ou outra)são formadas por gente oportunista e sem escrúpulos

  11. Onde estão os bondes? A quem interessa esse sumiço?
    É fácil: as grandes imobiliárias e incorporadoras (quiçá o próprio SECOVI) tem o interesse de demolir e acabar com tudo que é antigo para lançarem grandes imóveis, grandes torres, grandes condomínios, etc, a fim de “melhorar” o mercado imobiliário, agilizando seus lucros, em detrimento à memória paulistana, tão desprezada por brasileiros, administradores públicos, tomadores de decisões, pois a eles não interessa que se conservem vilas, trilhos, bondes, trens, fábricas, etc, ao contrário do que se pratica na Europa, resguardando-se a memória cultural de seu povo. A história nos julgará por sermos omissos nessas destruições, como se fez com a aniquilação das ferrovias e dos bondes, tão úteis ainda na Europa, no Japão, etc.

  12. Cada vez me revolto mais e mais!!! Descaso das autoridades e a falta de educaçã do povo mesmo!!!! Ve se lá na europa iriam fazer de banheiro um bonde parado? Eu tô de saco cheio dessa população mal educada, dessa falta de interesse pela história! é aonde os valores se perdem…como vou falar pros meus filhos a respeito dos nossos antepassados, mostrar aonde nasci, se nada más nada é mais preservado?
    A cada materia do SP antiga o meu coração sangra por dentro.
    Meu avô falava das tardes de visitas aos domingos, minha mãe conta das fogueiras juninas com a criançada da rua em volta e o chocolate quente da dona Maria…
    Tudo se resume hoje em dia em concreto e web.
    Junto com as demolições também esta se demolindo os valores de amizade, família, camaradagem que outrora eram tão familiares nas ruas de uma São Paulo Antiga, que não volta mais.

  13. na verdade quem usava o Bonde como banheiro eram os moradores de rua que usam o Albergue Arsenal da esperança que fica do outro lado do memorial. Acredito que muitos estudantes gostavam do passeio do Bonde quande este funcionava,mas devido a CET foi desativado seus percurso. quem trabalha perto do local sabe que aquela rua é usada como lugar para uso de drogas,sanitário e até dormitório pelos moradores de rua e o Bonde ficava ali exposto na rua sem proteção adequada. DESSA MANEIRA, FOI BEM MELHOR TÊ-LO LEVADO PARA SANTOS onde será cuidado.Mas é uma pena para São paulo, uma cidade pobre em memória.

    1. O melhor mesmo seria soltar uns pelotões da ROTA e dos batalhões Anchieta e Humaitá que acabava com a vagabundagem toda naquela região. Não adianta ter algumas das melhores tropas de polícia se não há vontade política de acabar com a vagabundagem…

  14. Olá pessoal,

    estou fazendo uma pesquisa sobre o Memorial do Imigrante cujo objetivo é apreender a relação entre os moradores e usuários do entorno com o museu.

    Este blog traz material interessante, a opinião de vocês é muito importante pois revela o lado que entra em choque com o poder público e a iniciativa privada em prol de se preservar a memória paulistana.

    Procuro moradores e ex-moradores (ou mesmo pessoas interessadas) para entrevistar; realizo pesquisa de campo nos arredores do museu toda semana.

    deixo meu contato: katsu_sandman@hotmail.com

    grato.

  15. A incompetência conjunta da CET, prefeitura e subprefeitura para resolver um caso que poderi ser muito simples são emblemáticas de uma doença social. Fosse uma cidade mais civilizada, esses acontecimentos teriam gerado uma grande mobilização popular. Melhor, nem chegaria a acontecer, porque as pessoas com poder de decisão não seriam tão estúpidas em primeiro lugar.

  16. Lamentavel.

    Porque não reservaram um espaço,na área interna do
    Museu,para abrigar o belissimo bonde?

    Na pré história os povos registravam acontecimentos
    por meio de desenhos “rupestres” nas pedras,paredes,das cavernas.

    Aqui,no Brasil,fazem ao contrário..apagam,afim de
    provar que “POVO SEM MEMÓRIA É POVO SEM HISTÓRIA.

    É isso ai pessoal.

  17. Dentro desta lógica de destruição da nossa história em prol do emburrecimento coletivo, circula nas “redondezas” do Memorial do Imigrante / Arsenal da Esperança, um abaixo-assinado pela retirada dos trilhos por onde circulava o bonde que já se foi. A justificativa seria a de que os referidos trilhos são responsáveis por acidentes com carros. Que tal se fosse mandado tampar as catacumbas de Roma, por que elas supostamente seriam responsáveis por acidentes com pessoas em carros ou a pé mesmo? Infelizmente no Brasil continua valendo tudo, principalmente a cultura da falta de cultura, a morte a própria história e outras barbaridades ditadas pela ignorância.

  18. Fui uma vez só na vida visitar o Museu do Imigrante para andar no Bonde e na Maria Fumaça foi Ótimo, agora uma coisa me intrigava de o Bonde ficar parado ali na frente do Museu exposto ao tempo,se na outra entrada do Museu na Rua Dr Almeida Lima há uma entrada com trilhos para abrigar o veiculo dentro do pátio do Museu para a manutenção do mesmo com desvios e tudo e tem espaço até para guarda-lo, mas preferiam deixar no tempo e na rua!!
    Acho que isso foi um descaso do próprio Museu!!!!

  19. Lamento profundamente o descaso da Secretaria da Cultura do Estado de São Paulo, em relação ao BONDE 38, que por alguns anos, deu brilho ao Memorial do Imigrante no Bairro da Mooca, sinto pela impossibilidade das crianças andarem nele, sentirem um pouco deste passado tão maravilhoso que nossos pais e avós tiveram a oportunidade de viver e presenciar e finalmente fico emocionado e feliz, por saber que o BONDE 38, foi levado pra casa, na cidade de SANTOS onde hoje (2012) circula por suas ruas históricas…Parabéns a todos aqui que de alguma forma valorizam e preservam os valores e fatos do passado, pois só respeitando o passado é que poderemos fazer um futuro mais feliz!!!
    PS – Convido a todos a ouvirem a RÁDIO MOOCA FM – http://www.radiomoocafm.com.br – uma homenagem ao querido bairro da Mooca!

  20. fiquei muito triste, poi levei minha filha para ver o bonde e não o encontrei mais, fiquei muito frustado, por não mostra a minha filha o meu passado.

  21. O problema de manter um patrimônio histórico aqui no Brasil é que, ao contrário de outros países, onde o cidadão considera o bem público de todos, aqui no Brasil o cidadão acha que o bem público é de ninguém e por isso ele pode fazer o que quiser com o mesmo (inclusive depredar e vandalizar)

  22. Que pena não ter mais o bonde! Cheguei a passear nele com meus filhos, que hoje estão com 15 e 21 anos. Era um pequeno trecho que se andava, mas muito legal!

  23. Ele agora é usado rodando em Santos de onde saiu, infelizmente por terem tirado os motores elétricos e colocaram um motor a dieses impróprio (infelizmente nada se sabe desse equipamento de cobre e nem para o museu do transporte de SP foi) e ele se tornou apenas um reboque, pois agora roda diretamente em Santos de 3ªf a domingo em pleno funcionamento e uso. Sempre achei que os bondes que estão espalhados por SP capital deveriam também circular em algum local especifico ou turístico.

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