Palacete – Rua Conselheiro Cotegipe, 670

No bairro do Belenzinho, na zona leste de São Paulo, existem ainda grandiosas construções antigas remanescentes de um período áureo do bairro, que lutam para sobreviver à especulação imobiliária.

O palacete em 18/03/2018 (clique na foto para ampliar)

No número 670 da Rua Conselheiro Cotegipe este palacete é um dos poucos remanescentes da região. O belo imóvel resiste mesmo que quase esquecido. Em estilo eclético e com belos portões e grades em art noveau é um dos mais magníficos casarões do Belém, com esculturas, colunas gregas e romanas na entrada e sacada, e relevos interessantíssimos decorando sua fachada. Um belo exemplar que merece ser preservado.

Este bairro, no passado, era conhecido pelo belos casarões frequentados pela alta sociedade paulistana que via no bairro, então considerado bem distante do centro, um ótimo local para descansar com um clima bastante agradável. Na região, havia também o famoso Minarete, casarão que era frequentado por escritores e intelectuais famosos, entre eles Monteiro Lobato. O célebre Minarete não resistiu ao progresso e foi demolido. Hoje só se sabe da existência dele devido a uma única foto conhecida e também pela descrição do local em alguns livros, como o excelente Belenzinho 1910.

O Minarete, ponto de encontro de Monteiro Lobato e de outros escritores no Belenzinho.

Confira outras fotos deste imóvel (clique na miniatura para ampliar):

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28 respostas

  1. Eh de chorar ver tanta memoria ruindo assim.
    Se a profeitura nao faz nada pela memoria de seus cidadoes, poderia ao menos permitir que a mesma cuidasse de si.

  2. Eu achei muito lindo esse palacete, tanto que irei construir minha casa no mesmo estilo que esse palacete, ou seja, pretendo reconstruí-lo novamente aqui em minha cidade!

  3. Existe pelo menos uma pintura do Minarete, alguns a creditam ao próprio Monteiro Lobato, é fácil de encontrá-la na internet. Era um chalé de características oitocentistas, com um amplo terreno a volta. Se há uma pintura, é povável também que haja uma fotografia, em algum lugar, ou talvez até mesmo em posse da família do escritor.

    1. A pintura está exposta na Biblioteca Monteiro Lobato, no centro de São Paulo. Não encontrei notícias sobre a demolição do casarão. Gostaria de saber em que ponto da Rua 21 de Abril, que dava para a R. Cesário Alvim, no bairro do Belenzinho, ficava o casarão. Não descobri. A numeração nova não corresponde ao número 372 antigo.

    2. Há, pelo menos, uma aquarela, uma pintura e uma fotografia do Minarete. Lobato, em Literatura do Minarete (Memórias de um Velho II), escreve uma crônica em que, saudoso, buscando “reviver o delicioso momento do passado”, nada acha do “minarete querido”; “no seu lugar, um boçalíssimo palacete alvarmente incolor habitado por um negociante de fivelas aposentado. A paineira cortada e a própria terra avermelhada da rua desapareceram sob a sórdida uniformidade do calçamento a paralelepípedos”.

  4. Como se não bastasse o desgaste do tempo, mais uma vez esta maldita, pichação! è muito triste. O palacete é um sonho!

  5. Incrivel…
    Acho que essa palavra ja resume tudo.
    Imagina restaurado e funcionado?
    Glória da antiga SP que voltaria à vida.
    Espero que este nao tombe em ruinas ou pelas britadeiras de alguma demolidora inescrupulosa.

  6. Maravilhosa residência, deteriorada pelo tempo e pelo vandalismo burro dos pichadores ignorantes

  7. A “República” do Minarete: rua 21 de abril, 372, (fronteiro `rua Cesário Alvim) bairro do Belenzinho

    “O Minarete é um pequeno chalé amarelo no Belenzinho, fronteiro à rua Cesario Alvim. ..É a casa número 372 da rua 21 de abril.
    Ocupávamos o andar superior, composto de dois compartimentos apenas e como da janela se dominasse a cidade de todos os lados, batizamo-lo – o Minarete….
    No quintal da casa, muito amplo, visto que naquele tempo a cidade morria ali e as ruas, hoje construídas, não passavam de simples arruamentos, cobertos de mato, com trilhos de vacas e sebes marginais de roseira silvestre, erguia-se a “nossa” paineira. Objeto de perene contemplação para Ricardo (Gonçalves), ora nua de folhas e apendoada de frutos oblongos, ora recamada de flores róseas que atraiam todos os colibris da vizinhança, era essa paineira nossa árvore querida, a musa vegetal do poeta.”
    (Monteiro lobato – Prefácio e entrevistas – página 5 e 6)

  8. Puxa Eduardo, que legal, você ter achado isto do Monteiro Lobato, acho este bairro bem lindo, pena que a especulação imobiliária vai acabar com ele, mas o casarão da rua Marquês de Abrantes esquina com Conselheiro Cotegipe esta sendo todo restaurado, mas ainda não sei se é morador ou empresa, mas esta ficando lindo…

    1. Yara,

      Tenho uma vaga lembrança da infância onde eu tinha amigas (Fátima, Ana e Claúdia) e os pais se chamavam Sr. João (português) e Dona Beatriz (filha de italianos) que era proprietária de uma quitanda na praça do Belém, acho que são deles este casarão que cheguei a conhecer na infância.
      Você os conhece ou consegue informações?
      Um abraço.
      Guacira

      1. Alias este casarão esta a venda. Seria interessante alguma pessoa ou empresa reforma-la para embelezar o meu tão saudoso bairro do Belém. A prefeitura não toma nenhuma atitude para preservar casarões antigos do Belém, grande parte desses casarões deveriam ser tombados e reformados da mesma forma com que fizeram com os edificios antigos localizados no parque do Belém,

  9. Minha dúvida é: e os herdeiros? Sim, porque, alguém tem que estar vivo, mesmo vivendo fora do país, enfim, porque nunca sabemos quem são?

    1. Olá Cristiane,
      Sou uma das herdeiras. Qual sua dúvida? Talvez seja pq n reformamos? Falta total de recursos, n pense vc que n sonhamos c o casarão em todo esplendor assim como foi qd minha família morou lá. Infelizmente é fácil tombar, mas a prefeitura deveria dar um incentivo, ajuda p os proprietários o que não ocorre.

  10. Este belo exemplar arquitetônico acaba de receber Abertura de Processo de Tombamento pelo Conpresp a pedido do Ver. Adilson Amadeu, antes tarde do que nunca!!!

  11. O minarete ficava perto da minha casa, sempre passava em frente e meus pais contavam a história dele, ficava na rua vinte e um de abril, na rua Cajuru ainda tem lindas casas antigas, não moro mais em São Paulo, mas o Belém é o bairro onde vivi Boa parte da minha vida. Vale muito ir conhecer a escola Amadeu Amaral, linda.

  12. Morei 14 anos em uma vila na Pimenta Bueno, 107. Isso entre os anos de 1950 e 1960. Incrível que estive lá há quatro anos e nada mudou. Amo esse bairro.

  13. Eu morava na Mooca, mas os meus avós no Belém, conheci bem a rua Conselheiro Cotegipe e região quando criança e adolescente…
    Não consegui entender se o casarão
    Minerete em que os intelectuais frequentavam era na Cons.Cotegipe ou na 21 de abril. Fala-se dos dois…
    Eram dois casarões ???
    Quem pode me responder?

  14. O Minarete, a famosa sede da intelectualidade paulistana da época (onde moraram Monteiro Lobato e Ricardo Mendes Gonçalves, entre outros intelectuais e artistas) era um casarão na Rua 21 de Abril, no Belenzinho, muito amado por seus frequentadores e ex-moradores. Levava o nome de Minarete, por conta da uma torre que encerrava um quarto. Monteiro Lobato publicou o seu primeiro jornal e deu a ele o nome da casa em que morava e em que passou os melhores anos de sua vida, como diria mais tarde. Ainda hoje está lá, muito modificada (Monteiro no conto Memórias de um Velho já fala de sua decepção com as modificações impostas à casa de seu tempo), tristemente desfigurada e desamparada no seu valor histórico e patrimonial inestimável. Está cuidadosamente escondida atrás de um alto muro de pedras, para que ninguém perceba o triste esquecimento que a levou a seu fim.

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