Prédio Abandonado – Rua Roberto Simonsen

Há anos ouvimos das várias administrações municipais que se sucedem, que o centro histórico e suas adjacências (Luz, República) serão alvos de maior atenção do poder público e irão receber uma vasta recuperação. Talvez esta história só não seja mais cansativa de que ouvir que o trem bala vem ai, já que ouvimos esses rumores desde meados dos anos 1970.

E esta lerdeza em recuperar o centro torna-se evidente aos olhos do cidadão com uma curta caminhada na região do entorno da Praça da Sé. Passeando pelas ruas Roberto Simonsen, Floriano Peixoto e Venceslau Brás, podemos encontrar pelo menos 6 grandes edifícios (4 deles centenários) em completo abandono.

E é na rua Roberto Simonsen que encontramos este lindo edifício de cinco andares do início do século XX completamente abandonado e fechado, sendo ocupado apenas em seu térreo por um estacionamento.

Mesmo sendo tombado pelo patrimônio histórico, o prédio não recebe uma mínima atenção. O estacionamento no térreo, não se importou em pintar sua porta de um branco que destoa completamente da cor padrão do restante do edifício.

Deteriorando-se por anos de abandono, o prédio encontra-se com várias janelas de madeira apodrecendo, e muitos vidros já foram quebrados. Para evitar uma ocupação indesejada, os acessos aos andares superiores do edifício foram lacrados com uma parede de blocos. Diante dele, encontramos também outro emblemático edifício abandonado, a antiga sede das Classes Laboriosas.

Vista parcial da fachada do edifício

O poder público precisa ser mais ágil em relação a edifícios tombados e abandonados. Um imóvel desta importância, história e beleza não pode ser um simples estacionamento no térreo. É preciso desapropriá-lo em caso do dono não dar uma destinação digna ao prédio. A estrutura de um edifício magnífico como este pode ser adaptada rapidamente para receber uma biblioteca, centro cultural ou mesmo uma pequena faculdade.

Basta ter vontade e iniciativa do poder público.

Veja mais fotos deste edifício (clique na miniatura para ampliar):

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Casa – Rua Frei Caneca, 904

Este pequeno imóvel na descida da rua Frei Caneca retrata bem o que é o abandono: Sujo, pichado, emparedado e com uma rachadura profunda que futuramente pode fazer a fachada vir a ruir.

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16 respostas

  1. Vamos esperar pelo processo de restauração que é importante demais. Um prédio desses não merece cair no esquecimento, aliás, nenhum imóvel merece.

  2. Se fosse arrecadado 1% de todo dinheiro sonegado por esse governo corrupto, daria para tranformar estas belas construções históricas da cidade, em referência mundial.

  3. È lamentavel ver o centro de São Paulo tão abandonado,repleto de gente drogada e sem esperança.Toda vez que cruzo a o centro lembro dos verso de Caetano Veloso.” A força da Grana que ergue e distroi coisas belas”.Fica minha sugestão deveria fazer escolas em todos ospredios do centro.

  4. Texto corrigido, Senhor moderado, favor publicar esse, ao invés do texto anterior, obrigado!

    Vontade política, é o que falta, se desapropia, entrega para a iniciativa privada, restaura-se a fachada e se fazem as adaptações necessárias em seus interiores, o objetivo: apartamentos, amigos, morar em São Paulo é caro, caríssimo, alugar idem, e um edifício importante e suntuoso como esse, em estado completo de abandonado, é um equivoco por completo, já existe um movimento nesse sentido no centro paulistano, mas que infelizmente não alcançou com força os edifícios históricos!

  5. Alguem pode me explicar porque o dono nao restaura e aluga ??? A julgar pelo exterior creio que nao precise muito pra tornar esses apartamentos habitaveis, considerando a quantidade de apartamentos penso que daria pra arrecadar uma boa grana com eles.

    1. O grande problema é que para restaurar um patrimônio tombado têm muita burocracia e acaba se tornando muito caro para o proprietário. O restauro não é apenas ir e reformar, tem todo um estudo e ai sim uma aprovação que por sinal é bem difícil. Hoje é mais barato deixar se deteriorar, acabar com o patrimônio, do que investir até mesmo no entorno. Isso é um caso de planejamento urbano, revitalização do entorno, e nao apenas do edifício em si. Estou no ultimo ano de Arquitetura e Urbanismo e tenho grande interesse de me especializar na área do restauro, mas aqui no Brasil é uma área que não é valorizada e lidar com o governo pensando em história é perder tempo. É muito triste.

  6. Sei que e’ uma pergunta meio imbecil, mas as vezes fico me indagando se algum morador de rua ja nunca tentou entrar em um desses predios abandonados para transforma-los em moradia. Ja que o governo tem total descaso com esse predios, colocar uma escada ali e subir ate o segundo andar nao seria uma tarefa muito dificil. Levando em conta que as condicoes de vida para quem mora e dorme na rua sao totalmente horriveis, nao seria uma ideia ruim de se alojar dentro desse predio por exemplo, ao menos a pessoa conseguiria se proteger do frio e chuva por exemplo. Mediante a necessidades de correr atras de comida ou outras coisas, a pessoa poderia sair do local durante a noite, quando a rua estivesse vazia e ninguem estivesse olhando. Sei que e’ um pensamento muito tolo de minha parte, mas fiquei me indagando a respeito. Outra coisa que me veio a cabeca: Sera que esses predios abandonados abrigam alguma coisa interessante dentro deles? Sendo que ninguem tem acesso a esses locais, nao seria facil para o governo manter algo antigo dentro do predio? Algo que fosse dificil de locomover para fora do predio?
    Obrigado pelo artigo, gostei muito, muito interessante!

  7. Mas que maravilhoso. Essas preciosidades tem que ser restauradas de qualquer jeito. Isso e historia purinha. Eu morro de vontade de ver esses imoveis por dentro. Douglas, sou sua fa, adoro seu trabalho, nao pare nunca. Dora Londrina Pr 14.09.2014

  8. Também acho uma judiação ver prédios tão imponentes, e com importância histórica e arquitetônica tão degradados, mas vale lembrar que os prédios tombados não são do poder público, inclusive a maioria dos prédios da Rua Roberto Simonsen são privados, e de certos proprietários, cabe a lei de tombamento a proteção regulamentar as alteração de fachada e volumetria por exemplo, mas o dever de cuidar e dar uso ao edifício é do proprietário, sendo que o poder público aplica certas leis para esse encaminhamento.

  9. Rua Roberto Simonsen, 97/101
    Rua Floriano Peixoto, 40/44 e 48/50
    Rua Floriano Peixoto, 54/64
    Rua Roberto Simonsen, 85/89
    Todos acima estao sob a posse da CEF.

    O unico que eu nao consigo identificar seria Rua Roberto Simonsen,16/30 que tem uma frontada com alto relevo designado em “Classes Laboriosas”

  10. Outro detalhe que passa alheio a maioria que se queixa da falta de cuidados…..

    A recuperacao de um ativo tombado requer proprietario motivado. O custo de recuperacao quando se envolve fachada, telhado, detalhes arquitetonicos, e caro, algo em torno de R$1800-R$2.500 por metro quadrado de area construida.

    O processo e rigoroso e obriga o proprietario a se entender com o Condephaat e Conpresp, o que significa cada passo da recuperacao e escrutinizado, vigiado, e torna praticamente impossivel substituir materiais de fachada que nao sejam autenticos. E um processo lento, voce tem que usar mao de obra especializada, nao se faz assim a toa com qualquer um.

    Tirando -se o custo, o aproveitamento e conversao tem que justificar o investimento.

    Quando se trata de um proprietario unico ( Fee Simple Real Estate ), ate que o processo pode andar mais rapido. Quando ha varios ( condominio ), ai e que a coisa emperra.

    E raramento ha incentivos, outrem incentivos fiscais, para se iniciar obras, ou seja, esquece juro barato, ou aportes do poder publico. Nao so o proprietario arrisca a ter obra embargada por um erro minusculo ou acidente de obra, o mesmo tem que custear a obra do proprio bolso.

    Dai porque costumeiramente o principal involvido em uma recuperacao ou e um orgao governamentla, ou um banco, ou uma seguradora ( como foi o caso da Porto Seguro com os casaroes tombados na Rua Guaianazes ).

    1. Dougkas Nascimento (autor da materia e Tony Costa (cultimo comentarista de outubro/2019, nao sei qual sua especialidade), mas agradeco suas consideracoes com relacao a imoveis tombados, mostrando uma visao que a maioria dos simples mortais nao temos…Nair H. Ikeda

  11. Eh preciso não só “tombar” mas dar uma utilidade funcional que os sustente depois de restaurado. Podemos fazer um movimento assim, pelo IFP Instituto Fazendas Paulistas que está trabalhando pelo restauro e preservação de bens. Fale conosco. Vamos juntar forças.

    ifp@arvoredaterra.com.b

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