Pudim Veludo

Sempre somos perguntados por nossos leitores a respeito de receitas de comidas e sobremesas tipicamente paulistas, cujas receitas são difíceis de se encontrar aglutinadas em apenas um lugar. Pensando nisso, estamos estreando hoje uma nova área aqui no São Paulo Antiga, dedicada a cozinha tradicional paulista. Para começar, mostraremos uma sobremesa de receita bem antiga e simples, o Pudim Veludo.

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a aparência lembra um pudim de leite condensado (clique na foto para ampliar)

Receita tipicamente paulista, daquelas que só se encontra num domingo à tarde, na casa da avó ou quando se visita aquela tia distante que mora no interior, trazemos até a cidade grande para você comer com os olhos aqui na internet, ou ir a cozinha agora mesmo, colocar a “mão na massa” e  fazer esta saborosa receita para depois comê-lo de verdade.

O Pudim Veludo é uma sobremesa preparada com apenas três ingredientes bem baratos: suco de laranja, açúcar e ovos, que combinados e cozidos em banho-maria resultam em um pudim delicioso, que deixa a lembrança cítrica da laranja na boca a cada colherada, com gostinho de quero mais.

A textura leve e aerada, combinada com a calda de açúcar queimado é perfeita.

Para fazer um desses na sua casa você vai precisar:

  • 9 ovos mal batidos, ou seja, dê uma misturada bem de leve
  • 1 copo e meio americano de laranja campestre, para ser exata, são 300ml, caso você não saiba quantos mililitros cabem num copo americano. Como não consegui laranja campestre, usei a laranja pêra mesmo
  • 16 colheres (sopa) de açúcar, que simplificando equivale a uma xícara de chá. Se você tiver paciência, conte a colheradas uma a uma como eu fiz.

Misture tudo numa tigela e coe numa peneira 3 vezes. Não se atreva a pular este passo, deve ser o truque para que o pudim fique divinamente leve. Depois despeje o líquido coado numa assadeira com furo no meio, caramelada e leve ao banho-maria. Eu coloquei a assadeira dentro de uma panela grande com tampa, na boca do fogão e em fogo baixo.

Não se esqueça de monitorar a água na panela, para que a mesma não se esgote. À medida que água for evaporando, acrescente um pouco mais. O vídeo abaixo mostra nosso pudim no banho-maria:

A receita não especificou qual tempo de cozimento, segui meus instintos culinários e tirei do fogo aos 80 minutos aproximadamente. Enquanto o pudim cozinha ele infla, fica como um suflê bem bonito, depois o ar abandona a mistura aos poucos e vai tomando consistência de pudim.

Deixe-o esfriar e depois leve-o a geladeira, se conseguir esperar mais um pouco para comê-lo, e desfrute de seu pudim.

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O grande escritor brasileiro Monteiro Lobato era um dos grandes apreciadores do Pudim Veludo, que costumava sempre dizer que este doce “é um beijo no estômago”. Faça o seu e nos diga o que achou!

Em tempo, conhece alguma receita antiga que gostaria de vê-la feita por nós ? Tem um caderno de receita de vó e gostaria de compartilhar conosco ? Mande seus comentários! Semanalmente traremos aqui uma receita paulista.

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40 respostas

  1. Simplesmente maravilhoso! Vou fazer e assim que puder enviarei algumas “receitas de vó” que tenho!

  2. M A R A V I L H O S O ! Parabéns ! Que delícia, além do prazer em estar aqui vendo as maravilhas de uma “São Paulo Antiga” teremos o prazer de saboreá-la, literalmente. Parabéns mais uma vez.

  3. Gente, parabéns pela nova seção! Com certeza surgirão receitas deliciosas típicas da nossa cozinha!

  4. Minha avó tem dois cadernos de receita, já desbeiçados mas ainda utilíssimos, que são verdadeiros registros históricos. Fora o valor afetivo: ali tem não só a letra de minha avó, como a da mãe dela (que foi professora e tinha uma letra linda) e a de minha mãe, falecida dois anos atrás… E as receitas do caderno ainda são uma referência na família: vira e mexe alguém pede uma delas. Mas acredito que toda família tenha um parecido, que merece ser conservado e passado de geração a geração.

    1. Escaneia ele e deixa um link via Dropbox ou outro
      Pequenas pérolas da culinária sempre são importantes

  5. Pessoal, eu fiz e ficou uma delícia! Segui a receita direitinho e deu super certo! É muito gostoso mesmo!

  6. Eu queria parabenizar pela iniciativa da receita – certamente de uma época que “leite condensado” apesar de ser um produto comercializado há mais de um século, não era ainda tão acessível ou então conhecido para fazer um pudim. A textura e a doçura estão ótimos – perfeito para a nossa época de contenção calórica… No entanto, o SABOR depende muito da qualidade da laranja… o pudim NÃO tem cheiro de ovo, filtrei três vezes e até usei uma laranja que o vendedor me disse ser mais ácida que a tipo “seleta” (?) – mas tinha o caldo doce como açúcar… enfim… MAS NÃO CONSEGUIU emprestar o seu sabor ao pudim… Ficou uma nota de laranja perdida lá no fundo…. e o pudim ficou parecendo um doce português – cheio de ovos e com uma excelente calda caramelada… mas sem muito sabor… Vou tentar outra vez com um LIMÃO GALEGO ou coisa parecida que cresça no quintal… quem sabe recupero o SABOR desse belo pudim… muito fácil de fazer… A descrição do método ficou ótima… agora é cuidar dos materiais…

  7. Parabéns pela nova seção, adorei.
    Vou tentar fazer este pudim, deve ser uma delícia.
    Depois comento.

    1. Eu usei colheres de sopa
      Só recomendo usar colheres rasas e não cheias, pois ele é DOCE mesmo

      1. Eu uso aquelas colheres-medida, com elas conseguimos as medidas exatas sem erro. Tanto o jogo de colheres-medida quanto os copinhos de medida em xícaras, feitos em material plástico, são bem baratinhas nas lojas de utilidades domésticas.

  8. Comi desse pudim várias vezes, quando era adoslescente, lá em Araraquara. Apreciava mutíssimo. Sõ não sabia sabia que os ingredientes são esses e que é tão fácil de fazer. Parabens por esta nova secção.

  9. Era a seção que estava faltando , eu e minha esposa fizemos o pudim no sábado , foi muito fácil e rápido , realmente e o manjar dos Deuses.

  10. Vou fazer e postar fotos aqui, ok?

    Moro fora do Brasil e sou de Sampa.
    Vou matar 2 coisas com essa receita … a fome e a saudade 😉

    Obrigada pela receita.

    Abraços pra todos daqui 🙂

  11. Pessoal, tenho uma receita chamada PUDIM DE VELUDO presente no livro COISAS DE AÇÚCAR, de Manuel Luis Goucha e Homem Cardoso. Querem que poste aqui num momento oportuno?

  12. Olá, Heloísa, tudo bem? Eu sou um assíduo frequentador deste site e desta coluna, sem trocadilhos, a mais saborosa delas, e percebo que já algum tempo você não publica receitas novas, há alguma previsão para vermos mais receitas das antigas? Abraço, Emerson de Faria.

    1. Olá Emerson, obrigada por sua visita e interesse na culinária paulista. No momento, além de meu trabalho regular, estou cursando a faculdade de gastronomia que por enquanto está tomando o tempo que eu dedicava a esta coluna. O objetivo é me aprofundar nas técnicas atuais a fim de fazer comparativos com as antigas, além de estudar a evolução do espaço de cozinhar da morada paulista ao longo do tempo, e a evolução da sociedade em torno da mesa e do fogão, assim como a história da gastonomia nacional para pontuar alguns ingredientes e influências, todo este esforço me preparando melhor para pesquisar e escrever para os seguidores do São Paulo Antiga. Durante este tempo de estudos estamos coletando material riquíssimo sobre receiturários antigos, inclusive alguns livros raros do século XIX. Já selecionamos aproximadamente 200 receitas típicas paulista. Estamos preparando muitas novidades que serão publicadas daqui alguns meses, fique atento.

      1. Se está fazendo Gastronomia, deve ler artigos da Dr. Lúcia Soares. Foi minha professora de gastronomia na Faculdade Anhembi Morumbi na disciplina de confeitaria e colega de programa em meu mestrado. Ela traz uma discussão como se deu a modernização da cozinha paulista por meio das panelas e fogões. Utilizei o trabalho dela como referência para as minhas pesquisas em minha dissertação.

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