Residência de Michel Assad

A colônia sírio-libanesa trouxe grandes contribuições para o desenvolvimento de São Paulo. Tecelagens, clubes, restaurantes e estabelecimentos comerciais são algumas delas. Outra que vale lembrar aqui é o legado arquitetônico, com inúmeras mansões e belas construções espalhadas pela cidade, especialmente pelo bairro do Ipiranga.

clique na foto para ampliar
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Localizado no número 1055 da rua Costa Aguiar, este belo palacete foi a residência de Michel Assad. Nascido na cidade libanesa de Baskinta em 1885, Michel imigrou para o Brasil aos 16 anos de idade, chegando em São Paulo no ano de 1901.

A família Assad e muitas outras de origem árabe, escolheram o bairro do Ipiranga para viver. Logo se tornariam bem sucedidos, o que fez o bairro despontar como uma região de belos casarões e palacetes destas famílias.

Detalhe da fachada (clique para ampliar)
Detalhe da fachada (clique para ampliar)

Esta ascensão foi pouco depois a primeira guerra mundial, quando começaram a surgir os magníficos casarões das famílias árabes na região do Ipiranga, especialmente na rua Bom Pastor e imediações. Boa parte deles, ainda estão por lá e preservados.

A casa de Michel Assad, em questão neste artigo, foi construída em 1924 no número 1055 da rua Costa Aguiar. Eclética e com forte influência neoclássica, seu imóvel foi construído em um grande lote ajardinado, vizinho do imóvel que pertenceu a seu irmão, Chucri Assad.

Muro, gradil e portão (clique na foto para ampliar)
Muro, gradil e portão (clique na foto para ampliar)

No centro da fachada do palacete há uma área discretamente avançada. Para acessar o imóvel pela entrada principal, é necessário subir uma ampla escada de mármore que dá acesso primeiramente à varanda, onde se acessa porta de ferro.

No interior do imóvel existem riscos ornamentos nos forros, paredes e portas, além de colunas jônicas e arcos que servem para dividir os ambientes. O piso superior é contornado por uma galeria.

Foto: Douglas Nascimento
Escadaria e porta principal

A relação entre os Assad e os Jafet era muito próxima, não apenas nas residências que eram bem perto uma das outras, mas também nos laços familiares.

Michel Assad era cunhado de Benjamin Jafet, outro imigrante libanês bem sucedido. Benjamin era casado com Alzira Assad (depois Alzira Assad Jafet) que era irmã mais velha de Michel, nascida em 1881.

DE RESIDÊNCIA A IMÓVEL COMERCIAL:

Na foto, sacada do andar superior (clique para ampliar)
Na foto, sacada do andar superior (clique para ampliar)

Conforme os mais antigos da família Assad foram falecendo, foi ficando cada vez mais raro ver os familiares morando em imóveis grandiosos como este pertencente à Michel. Com isso alguns casarões até chegaram a ser demolidos, mas boa parte deles permaneceu de pé e resiste até os dias de hoje, todos tombados como patrimônio histórico.

As condições externas do casarão são bastante satisfatórias e o imóvel apresenta-se bastante preservado, mas está necessitando uma boa pintura.

Veja mais fotos do imóvel (clique na foto para ampliar):

Foto: Douglas Nascimento
Foto: Douglas Nascimento
Foto: Douglas Nascimentoa
Foto: Douglas Nascimento
Foto: Douglas Nascimento
Foto: Douglas Nascimento
Foto: Douglas Nascimento
Foto: Douglas Nascimentoa
Foto: Douglas Nascimento
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18 respostas

  1. Que maravilha, pena que a modernidade chegou, e estão deixando essas jóias se perder, pois é uma arquitetura extraordinária, que vai se tornar raro essas construções. Parabéns pelo seu trabalho, sou sua fã,pois amo a arquitetura antiga.

  2. Caro Douglas,
    Parabéns por mais essa publicação… Já morei e trabalhei no Ipiranga e tais ruas são velhas conhecidas minha. Ha anos não passo por lá, mas quando passava nessas ruas, sempre admirava essas construções no que era possível ver da rua e ficava a me perguntar: “Em que ano foram construídas?”, “Sera que eram habitadas por alguma família? Ou eram um tipo de construção que servia de residência/gabinete para algum ilustre governante da época?” .Enfim, viajava no tempo…
    Embora eu tenha nascido no Ipiranga, esse bairro para mim sempre foi envolvido em uma bela aura de mistério, pois no passado recebeu desde operários que trabalhavam nas tecelagens ou outras fábricas da região até famílias nobres que ascenderam socialmente… Enfim, creio que esse pedacinho de São Paulo com suas ferrovias, monumentos, casarões e remanescentes de construções do que foram antigas fábricas contam uma história muito charmosa do inicio da industrialização no estado de São Paulo e até mesmo no Brasil… Parabéns!

    Paulo – ABC paulista

  3. Douglas,

    Ótimo artigo. Gostaria apenas de complementar que as familias das colônias sirio-libanesas, com a contribuição especial da Sra. Adma Jafet, que em 1921, reuniu com um grupo de amigas da colônia em sua casa, para criar um grande sonho: construir um hospital à altura de São Paulo, como forma de retribuir o acolhimento encontrado na cidade.

    Naquele encontro, elas fundaram a Sociedade Beneficente de Senhoras e saíram em busca de apoios para concretizar o sonho de construção do Hospital Sírio-Libanês. Recrutaram voluntárias, organizaram eventos beneficentes e visitaram escritórios de empresários para conseguir donativos.

  4. Maravilhoso trabalho! Gosto muito do Ipiranga pelo que representa para São Paulo e para minha vida em especial. E muito bom também saber um pouco da origem do Hospital Sírio-Libanês, acima mencionado.

    1. A propósito… se essa for a casa que eu estou pensando, quando eu era criança, nela funcionava um banco BCN , inclusive eu me lembro que toda vez que minha avó ia a esse banco, minha mãe levava ela com nosso Fusca ate lá e entrava com o carro na garagem dessa casa e ficava esperando ela lá dentro.

  5. Alzira manfredi Moro atras desse palacete,do lado dele existe outro tambem tombado que é escola de artes mas parece não ser bem conservado.Meu andar é alto evejo tbem o museu do Ipiranga,adoro o bairro,nasci,estudei,casei,meusfilhos nasceramemoram aqui. Douglas o bairro possui mais preciosidades .!!!!!!!!!!!!

  6. Casa maravilhosa e bem preservada. O Ipiranga é um dos bairros mais agradáveis da cidade.

  7. Tenho muito orgulho em dizer que fui criada neste bairro maravilhoso. Minha paixão pela arquitetura, respeito e curiosidade pelo passado começou neste lugar tão cheio de histórias. Admirar os palacetes da Rua Bom Pastor sempre foi um passatempo muito divertido para mim, como os outros nas proximidades!

  8. Descobri há pouco esta página e estou adorando todos os artigos! Parabéns e obrigada pelo ótimo trabalho!

  9. Muito bom, Douglas! Cheguei aqui lendo o livro Famigerado, de Gonçalo Junior, que conta a história do bandido da luz vermelha. Abs

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