Residência de Donato Plastino

Um belo exemplar da São Paulo antiga pode ser encontrado nem no comecinho da Rua Santo Amaro, ao lado do Palácio Anchieta, sede da Câmara Municipal de São Paulo. Esta construção é a única remanescente neste estilo desta região, já que os prédios similares do lado esquerdo e direito já foram demolidos há décadas. O sobrado, embora tenha perdido parte de sua arquitetura original no térreo para dar lugar a duas portas comerciais, surpreende pelo excelente estado de conservação.

Apesar de manter a arquitetura original praticamente intacta, o andar superior está fechado e em situação de abandono há alguns anos, e o térreo, que funcionava um bar até janeiro de 2009, encontra-se também fechado. 

Esta construção chama também a atenção pelo grande número de detalhes arquitetônicos e pela imagem abaixo, lateral, é possível notar o nível de detalhamento no piso superior, com os balaústres, colunas etc.

clique na foto para ampliar

DONATO PLASTINO:

Um leitor deixou um comentário sobre este imóvel dizendo ter sido residência de Donato Plastino. Por precaução sempre checamos as informações enviadas antes de publicar para evitar menções equivocadas ou mesmo dados errados.

Neste caso fizemos uma pesquisa e foi possível verificar a informação. Donato Plastino foi proprietário deste imóvel desde 1920, quando adquiriu de seus primeiros proprietários, até seu falecimento quando então o imóvel passou a seus herdeiros que ali viveram até aproximadamente 2010.

O recorte de jornal abaixo, do ano de 1920, mostra quando Donato Plastino adquiriu o sobrado. O recorte indica número 7 da Rua Santo Amaro, entretanto essa é a numeração de casas antigas de São Paulo, que foi atualizada na virada da década de 1930 para 1940. A partir de então o número passou a ser 47, que se mantém até os dias de hoje.

Correio Paulistano – Edição 20598

Donato Plastino, bastante ativo na comunidade italiana de São Paulo, era proprietário de uma renomada alfaiataria, a Casa Radio. Seu estabelecimento teve mais de um endereço, sendo que o mais longevo foi na Rua Direita.

Em 2006 com o falecimento de seu filho Geraldo Antonio Plastino, aos 91 anos, o imóvel foi desocupado no andar superior, que ainda funcionava como residência, e alguns anos depois colocado à venda. Seu outro filho, Mario Paschoal Plastino falecera em 1998 aos 77 anos.

Desde 2016 o sobrado pertence so Sindicato dos Engenheiros no Estado de São Paulo (SEESP) cuja sede fica ali próximo, na Rua Genebra. Eles pretendem recuperar o imóvel, vamos torcer pra que isso realmente aconteça.

Veja mais fotos deste sobrado (clique na foto para ampliar):

Artigo atualizado em 12/9/1922

Compartilhe este texto em suas redes sociais:
Facebook
Twitter
WhatsApp
LinkedIn
Siga nossas redes sociais:
pesquise em nosso site:
Cadastre-se para receber nossa newsletter semanal e fique sabendo de nossas publicações, passeios, eventos etc:
ouça a nossa playlist:

22 respostas

  1. Minha vontade é entrar em cada uma dessas casas e locais abandonados… só pra ver como é lá dentro!
    Imagino que a riqueza de detalhes no interior também devem ser magníficos!

    1. Olha Milena eu também gostaria de conhencer cada imóvel antigo e observar seus detalhes. Até choro por dentro quando vejo esses imóveis antigos serem demolidos ou simplesmente abandonados. Não estudo história mas amo conhecer e estudar o passado.

    2. Compartilho este sentimento com você Milena. Sempre que vejo um casarão de São Paulo fico imaginando como ele seria por dentro e como seria o dia-a-dia das pessoas que lá viveram, na época em que ele era habitado. Uma São Paulo bem diferente… com certeza. Houve uma época em que trabalhei na Av Paulista. Tive a felicidade de entrar em vários casarões da região. Infelizmente, a época mais fácil de se conseguir isso era justamente durante a sua demolição. Muito chato isso.

  2. Imaginem ela totalmente reformada, sem nenhuma modificação na construção original, e pra fechar com cahve de ouro, pintada em tons vermelho e branco, ficaria perfeita…..

    1. Jonatas concordo plenamente com você, os tons de vermelho e branco ficariam ótimos! Classico e moderno ao mesmo tempo.

  3. Boa tarde
    Acho o site ótimo Não sei se seria possivel
    fornecer, quando nado, o nome dos proprietários dos imoveis haja vista se de alguem desejar comprar para restaurar o imovel saber como e com quem se comunicar
    Quanto as cores não acredito que no original não era pintada de vermelho e branco, acredito que era tom pastel com efeito claro/escuro no mesmo tom
    abç
    Eduardo

  4. Alguém reparou na penultima foto das 2 janelas? Tem alguns desenhos apagados, ou em alto relevo. Que disperdicio, deixar virar comercial e ainda por cima butéco! Quanta ignorancia!! Como esta os estatus dessa casa? A venda ou largada pelos donos? Obrigado!

  5. Estou em Londres e por aqui o que mais vc encontra são casas muito antigas, por exemplo datadas do séc. XIX, totalmente conservadas e ainda servindo de moradia.Gostaria muito que São Paulo também preservasse sua história…

    1. Esses pixadores são uns parasitas, né?

      Que falta de respeito, subiram no segundo andar só pra vandalizar.

  6. Conheço a história desse casarão. A Neta do construtor dele, a Dona Rita, é minha cliente. Então, foi o avô dela, o Italiano Donato Plastino, alfaiate de renome na época, com ateliê na rua Xavier de Toledo que o construiu no inicio do século passado, tendo ela inclusive, nascido e morado nele com o marido até poucos anos atrás, e segundo ela devido ao tamanho enorme da casa, e a idade já um pouco avançada, ficava difícil
    cuidar dele, já que os mesmos não tem filhos e moram só e por isso acabaram vendendo o imóvel ao Sindicato dos Engenheiros.

    1. Antonio Carlos, parabéns e obrigado pela explicação. Ver as fotos desses monumentos, e saber a época de sua origem é maravilhoso, fica ainda mais gratificante quando se sabe um pouco sobre seus habitantes.

    2. Sou diretora do Sindicato dos Engenheiros no Estado de Sao Paulo. Quando nos venderam o imovel com muitas coisas dentro, recolhi todas as fotos existentes na casa. Estao todas digitalizadas. Tem fotos preciosas! Posso mostrar este acervo a quem esteja interessado. Procurem por mim (célia) através do email imprensa@seesp.org.br.

  7. Este sobrado, assim como o terreno vazio ao lado, utilizado como estacionamento do Sindicato dos Engenheiros, pertencem a este ultimo. O sindicato colocou uma placa e começou a fazer reformas, depois parou e retirou a placa que indicava alguma atividade do sindicato. Ao que parece não está abandonado, e ao que parece o sindicato não sabe o que fazer com o prédio rsrs Posso estar enganado, claro.

  8. E a placa comemorativa ou de divulgação do Primeiro Congresso da Padroeira do Brasil em 1954? Aonde será que aconteceu esse congresso?
    Ela deve estar do outro lado da casa, já que não consegui localiza-la na fachada. Enfim, uma placa enigmática…

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *