We Hostel Design

Unir a beleza das construções históricas com negócios parece muitas vezes ser um tabu para o empresário paulistano.

Muitos preferem demoli-los e erguer novos empreendimentos no local ou ainda desfigurar a fachada na infeliz crença de que o antigo não pode ser adaptado às necessidades modernas. Este é um conceito ultrapassado e que precisa ser  revisto.

Para nossa grata surpresa, uma família resolveu apostar em um patrimônio paulistano para abrir seu negócio e o resultado foi incrível. Conheçam a We Hostel Design.

clique na foto para ampliar

Localizada no número 567 da Rua Morgado de Matheus, Vila Mariana, a antiga residência do início do século 20 é um dos mais belos imóveis preservados do bairro.

A ideia de abrir um hostel no local partiu do empresário Guilherme Perez, um dos proprietários, que depois de viajar pela Austrália fazendo intercâmbio em 2007, passou a acreditar muito no conceito de hostel.

Ao regressar para o Brasil e para São Paulo, Perez notou que além do serviço não ser tão estimulado por estes lados como são em outros países, observou que por aqui eram pouquíssimos os hostels com o mesmo padrão de qualidade e bom gosto que encontrou no exterior.

Foi ai que o então administrador de empresas que já estava trabalhando há algum tempo no setor bancário decidiu mudar de rumo e abrir o seu próprio estabelecimento.

O moderno e o antigo se encontram em todos os ambientes da casa (clique para ampliar).

O objetivo era abrir um espaço que não seria apenas mais um hostel em São Paulo, sua ideia de albergue teria que comportar no espaço bom gosto e conforto aliados a um ambiente interativo e de preço justo, sem perder o charme e o conceito de “hostel design“.

Depois de procurar por imóveis nas proximidades da Rua Augusta, o empresário resolveu apostar na Vila Mariana para abrir seu negócio.

clique para ampliar

Além do exterior do imóvel estar absolutamente preservado, o interior dele também está. O hostel soube adaptar o casarão histórico às suas necessidades comerciais sem qualquer agressão ao patrimônio.

Além disso, toda a decoração e mobílias da residência centenária são em estilo antigo, dando ao hóspede uma sensação incrível de viagem no tempo, para uma São Paulo que parece cada dia mais distante de nossa memória.

Mesmo com o ar retrô que toma conta do espaço, o moderno não foi esquecido.

O imóvel conta uma identidade visual interna bastante simples e eficiente, com adesivos fixados nas paredes da residência que dão uma rápida identificação visual do que o espaço é e o que ele oferece.

Além disso, todos os cômodos da casa possuem QR Codes que ao serem lidos por um smartphone redirecionam o hóspede para uma trilha sonora com músicas que falam de São Paulo, através de um aplicativo. O local também conta com internet sem fio.

Nossa felicidade em encontrar a We Hostel Design, que funciona no local desde setembro de 2012, é o fato da iniciativa mostrar que é possível combinar bons negócios com a preservação do patrimônio histórico em São Paulo.

Felizmente há muitos empresários e proprietários que possuem conhecimento e consciência que, se bem planejados, imóveis centenários e de relevância para a história de nossa cidade podem tornar-se não só em ambientes rentáveis, mas também atrações da cidade.

Uma das salas de convivência (clique para ampliar)

E os turistas ali não param de chegar, tanto brasileiros como estrangeiros. A casa possui ao todo 9 quartos com capacidade de acomodar 46 pessoas. São 7 quartos coletivos sendo 6 mistos e um exclusivamente feminino, 1 quarto twin (até duas pessoas) e 1 espaçoso quarto de casal.

Se você não é de São Paulo e precisa vir para cá a trabalho ou turismo, ou ainda precisa de um lugar para indicar para algum amigo estrangeiro, nossa recomendação toda especial a este espaço que alia lazer, patrimônio histórico, arte e cultura em um só lugar.

Oxalá que outros empresários tenham a mesma visão de respeito ao patrimônio que os proprietários da We Hostel Design tiveram.

Veja outras 26 fotos externas do casarão (clique na foto para ampliar):

Veja outras 24 fotos internas do casarão (clique na foto para ampliar):

Compartilhe este texto em suas redes sociais:
Facebook
Twitter
WhatsApp
LinkedIn
Siga nossas redes sociais:
pesquise em nosso site:
Cadastre-se para receber nossa newsletter semanal e fique sabendo de nossas publicações, passeios, eventos etc:
ouça a nossa playlist:

Palacete Paraíso

Construído no final da década de 1920 o Palacete Paraíso foi um projeto do engenheiro Placido Dall’Acqua para o empresário Rizkallah Jorge

Leia mais »

11 respostas

  1. Bela iniciativa deste empresário. Sinal que é sentimental, romântico, valoriza o belo, o velho e o novo, num mesmo contexto, sem perder a visão do futuro. Respeita nossa história, nossos antepassados nossos valores, culturais, sociais e arquitetônicos. Parabéns.

  2. Muito bom e otima ideia. Se todos os nossos casatoes fossem assim preservados, manteriamos a historia e o proprietario continuaria lucrando com o investimento.
    Boa sorte e parabens….

  3. Parabéns ao empresário pela iniciativa. Embora morando em São Paulo, deu vontade de me hospedar lá, só pra poder apreciar o belo trabalho realizado.

  4. Parabéns a Guilherme Perez pela iniciativa, que sirva de exemplo a outros empresários que se não tem capacidade de enxergar a beleza das edificações que façam uma experiência no exterior para quando começarem um empreendimento novo não precisem dar um “ar” de modernidade descaracterizando tudo e principalmente usando cores berrantes.

  5. Excelente iniciativa, não tinha ouvido falar ainda deste hostel. Vou indicar para amigos que viajam para SP e procuram por um lugar legal para ficar.

  6. Preservação e uso consciente combinam. Deplorável é o que fizeram com as casas geminadas 1305 e 1307 da Brigadeiro Luiz Antônio que são propriedade da empresa Amedinal. Eu gostaria de saber a história delas; a única coisa que deu para saber, certa vez que desci do ônibus em frente às mesmas antes de sua descaracterização, é que a 1305 foi consultório do Raul Franco de Mello e a 1307 de seu irmão Raphael, antigos proprietários do Palacete Joaquim Franco de Mello.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *