A fantástica barraca de doces

Frequentar uma feira livre talvez seja uma das atividades cotidianas mais comuns realizada pela maioria dos brasileiros. É a partir dela que muitas famílias compram boa parte de seus mantimentos, como frutas, legumes, peixes, ovos e temperos, sendo que em muitos casos até roupas e calçados.

Na foto, a feira livre do Jardim Pinhal em Guarulhos (clique para ampliar)

É neste mercado a céu aberto que muitos de nós saboreamos uma dupla bem conhecida: pastel e caldo de cana. E além de tudo isso, muitas destas feiras livres possuem uma das barracas mais queridas, concorridas e nostálgicas: a barraca de doces!

Ali encontramos muitos doces de nossa infância que simplesmente desapareceram das gôndolas de supermercados e das vendinhas e bombonieres de bairro, que estão rareando. São os salgadinhos, bolachas e doces à granel que deram lugar a embalagens fechadas e sem muita opção de escolha de quantidade, além dos doces de pequenas marcas, que perderam espaço para fabricantes multinacionais que querem que os brasileiros apreciem doces que se comem em qualquer canto do mundo, desprezando o paladar regional.

De todas as barracas de doce que visitei, nenhuma delas é tão caprichada, bem cuidada e diversificada como está que apresento a seguir: A barraca do Eduardo.

Algumas das guloseimas da barraca (clique para ampliar)

Verdadeira tentação para quem é fã de doces, a barraca de Eduardo Hisashi Arita é uma das sensações da feira livre do Jardim Pinhal, na região central de Guarulhos. Todas as terças, Arita chega com sua fiel Kombi furgão repleta de guloseimas e monta sua tenda, já nas primeiras horas do dia.

Na barraca do Eduardo, como ela é conhecida, os doces, salgados e biscoitos são tão variados que é quase impossível sair dali sem uma sacola cheia. Estão ali o tradicional doce de abóbora em formato de coração, o suco¹ em variadas embalagens plásticas (de fuscas a celulares), maria mole, suspiros de vários formatos e cores, geleia de mocotó e muitos outros.

Eduardo Hisashi Arita, proprietário da barraca (clique para ampliar)

Aos 60 anos de idade, Eduardo conta que herdou a barraca de doces de seu pai, que começou no negócio no distante ano de 1962. Cinco vezes por semana ele vende seus produtos em variadas feiras de Guarulhos e em todas elas encontra uma freguesia fiel e amiga.

Cliente da barraca há mais de 10 anos, a analista de sistemas Elisângela Escribano faz ali suas encomendas de carolinas sempre que precisa fazer um bolo para a família. Segundo ela as carolinas vendidas por ele são mais frescas e saborosas que grande parte das vendidas em outros estabelecimentos. Além de Escribano, muitos de seus fregueses estão com Eduardo há muito tempo.

doces e mais doces (clique para ampliar)

Nesta mais que diversificada barraca de doces é possível encontrar alguns que já pareciam ter desaparecido. Entre eles destaque para as mini balinhas açucaradas coloridas vendidas em embalagens que imitam mamadeiras (foto acima), canudos recheados de doce de leite e os flocos de arroz com brinquedinhos de plástico de brinde, muito comuns na década de 1980. Tem até o famoso Dipn´Lik.

Doces, balas e caramelos para todos os gostos (clique na foto para ampliar)

Perguntado sobre quais produtos são os campeões de vendas ali em sua barraca, Eduardo é categórico: bolachas sembei e biscoitos de polvilho,ambos vendidos a granel. E isso foi possível constatar durante o período que estivemos na barraca, onde várias pessoas levaram ambos os produtos nas mais variadas quantidades, sempre pesado na hora e na frente do cliente.

Se você é morador(a) de Guarulhos,venha fazer uma visitinha na barraca do Eduardo. Garanto que não irá se arrepender e nem sair sem levar nada.

clique para ampliar

Abaixo, a relação de feiras onde ele monta semanalmente sua barraca:

  • Terça-feira: Av. Avelino Alves Machado, Jardim Pinhal (a que visitei)
  • Quarta-feira: Rua Mogi das Cruzes, Gopouva
  • Quinta-feira: Rua Nova Aliança do Ivaí, Vila Galvão
  • Sexta-feira: Rua Pedro Perella, Ponte Grande (pertinho da Penha)
  • Sábado: Estacionamento da A.A Flamengo, Jardim Tranquilidade
  • Domingo: Rua Tapajós, Centro

Nota:

1 – Apesar de chamarmos o refresco de suco,  o produto já faz algum tempo que consiste em chá verde ou preto dependendo da embalagem e do fabricante.

Veja mais fotos da barraca de doces (clique para ampliar):

E já que você é um apreciador de doces e guloseimas, estas duas matérias a seguir irão te deixar feliz:

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5 respostas

  1. Sim, já consumi tudo isso! Hoje, estou mais tranqüilo…
    Feira livre é muito bom, ainda mais se forem aquelas com tradição no bairro, com muitas décadas em atividade.
    Um lugar que também gosto de freqüentar e comprar, são as lojas que vendem temperos(especiarias), doces, salgados…tudo (ou quase tudo) por peso também. Há pouco tempo, estive numa delas, no centro de Guarulhos, e comprei alguns gramas de salgadinho de alho crocante, pesado na hora…

  2. Que nostalgia! Faz tempo que não vejo uma barraca de doces tão bem arrumada e farta como esta. Nas feiras da Zona Leste, estão entrando em extinção, infelizmente. E, ao ensejo, lanço a polêmica: biscoito de polvilho doce ou salgado?

  3. Como queria que na minha cidade aqui do interior tivesse uma barraca de doces assim … Que gostinho bom de infância …
    Obrigada por nos presentear por essa maravilhosa matéria!!!

  4. Muito bom recordar aqueles tempos saudosos da infância, de adorar ir passear nas feiras livres, e de enlouquecer em uma barraca de doces como essa, ou doceria, como algumas que existiam lá no Ipiranga. Na Gentil de Moura, permanece a tradicional Fisher, e na Rua Assungui, onde morei, a feira livre é uma tradição de longa data. Mesmo mais crescido, cheguei a fazer alguns passeios por ela. Demais essas barracas de doces, pena que a idade não permita mais tantos exageros calóricos. Quanto suco em embalagem de plástico tomei na minha infância, esses bem simples de feira, sabor de uva, laranja e outros, vinham em embalagens com formato de Fusca, tartaruga, e mais alguns que agora não me lembro.

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