Casa – Rua Calandra

O bairro do Jaçanã possui muitas construções antigas, especialmente de casas, e recentemente me deparei que embora eu passe regularmente ali, jamais tinha publicado algo sobre o bairro, exceto pelo artigo que fala sobre a ruas que homenageiam Adoniran Barbosa. Então, vamos começar a falar dos imóveis deste bairro, começando por esta residência abaixo:

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Construída provavelmente na década de 30, esta casa da rua Calandra é um dos exemplares mais antigos sobreviventes sem alterações neste trecho do bairro, que outrora também era conhecido com Villa da Cachoeira.

Aliás, estudar essa região me deixou horrorizado de como os vereadores de São Paulo contribuem em apagar a memória paulistana. Observando um mapa da região de 1924 (imagem a seguir) e o mapa atual, podemos notar que é quase impossível se orientar pela região usando o mapa antigo (coisa que gosto de fazer). O motivo ? Quase todas as ruas da região tiveram seus nomes alterados e perderam sua referência histórica.

No mapa de 1924, a seta indica o local aproximado da atual rua Calandra (clique para ampliar).
No mapa de 1924, a seta indica o local aproximado da atual rua Calandra (clique para ampliar).

Na busca por votos, vereadores adoram (e fazem isso até hoje) mudar nomes de ruas e bairros para agradar pessoas da comunidade e isso é um grande mal pra cidade. Do mapa acima vários nomes que explicavam a origem da região desapareceram, como a “Villa da Cachoeira” que fazia referência a uma queda d`água da região e outros nomes como Estrada da Cachoeira, Rua Lavrinhas (referência ao córrego Lavrinhas, hoje um riacho imundo) entre outras.

Já a rua Calandra e esta casa não existiam na época do mapa, surgiram pouco depois. A casa fica bem já no trecho final da via, na esquina com a rua Palmira Barbosa. A rua Calandra acaba sem saída exatamente ao chegar as margens do Córrego Lavrinhas.

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As casas antigas em locais como este são as referências do bairro, as raízes históricas de uma região e por isso devemos preservá-las. E devemos também lutar para que os vereadores paulistanos seja definitivamente proibidos de nomear logradouros. Este encargo deve ficar sob responsabilidade de pessoas da Secretaria da Cultura juntamente com entidades de bairro. Mas será que nossa prefeitura tem interesse nesta atribuição ?

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11 respostas

  1. Salvo engano, a mim me parece que atualmente a mudança de nomes de logradouros, só pode ser efetivada, mediante prévia e expressa concordância dos moradores. Se assim for, salutar medida, pois assim ficam “suas excelências” impedidos de nomear a seu bel-prazer, logradouros públicos como nomes que nada tèm a ver com a região e ainda de políticos salafrários ou gente que nada fez de reelevante para a comunidade.

  2. Estou procurando nesta região uma rua que se chamava odila, só odila, foi onde nasci, na minhas pesquisa consta que ficava entre a rua lavrinhas atual, Aragão e o córrego Lavrinhas.parece que houve uma desocupação para escoo do córrego.Vc saberia.Parabéns pelas fotos.

  3. Douglas tb sou da ZN adoro essa casinha e uma outra parecida bem próxima q sobrevive isolada na Beijamin Pereira lado direito, pertinho do Sonda. Obrigada por preservar a memória em seus artigos! Sou fã

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