Mural da Rodovia dos Imigrantes

Uma das heranças artísticas portuguesas mais comuns no cenário brasileiro, os murais de azulejos estão espalhados por todos os cantos do país, com maior destaque em Belém do Pará, São Luiz do Maranhão e no Rio de Janeiro entre outras cidades.

No Estado de São Paulo e na capital paulista também temos muitos murais, que são encontrados nos mais variados locais, como paredes de residências, museus, prédios públicos e também em rodovias.

Se você costuma retornar do litoral pela Imigrantes, com certeza em algum momento já observou este grande mural na chegada ao planalto:

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Obra de arte executada pelo grande artista plástico Antonio Luiz Gagni, o mural foi inaugurado em 28 de junho de 1976, data oficial da inauguração da rodovia dos Imigrantes. Gagni foi um renomado muralista em azulejos cujas obras podem sem vistas por vários cantos do Brasil e em várias cidades paulistas, como Itu.

Anúncio veiculado em jornal no dia da inauguração da rodovia
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O mural da Imigrantes foi solicitado ao artista pela Dersa durante as obras de construção da rodovia. E segue a mesma ideia que foi executada nos murais de azulejos que estão no antigo Caminho do Mar e na Calçada do Lorena.

Entretanto, enquanto as demais são bons exemplos de preservação, este mural instalado na rodovia dos Imigrantes está jogado à própria sorte.

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As três bocas de leão que alimentam o pequeno chafariz há muitos anos estão secas. A pintura está suja e com algumas pichações espalhadas. Dos azulejos que compõem o mural, muitos deles ou já se soltaram e quebraram ou perderam a cor completamente, devido os vários anos expostos ao sol sem qualquer manutenção.

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No mural, Gagni exortou os imigrantes europeus desbravando a serra paulista rumo ao planalto. Foi uma forma bastante feliz de representar com a arte o que o significado do nome da rodovia. Entretanto, estar diante de uma obra artística tão grandiosa e tão desprezada pelas autoridades causa um grande desconforto aos raros viajantes que ali param para observá-la.

Por muito tempo a obra foi conhecida como “Mural do Rancho da Pamonha” em alusão ao famoso estabelecimento que ficava bem ao lado do painel. Entretanto, já faz mais ou menos uma década que o rancho fechou e desde então a pouca atenção que o monumento recebia mudou para nenhuma.

Laterais do painel (clique na foto para ampliar)
Laterais do painel (clique na foto para ampliar)

Será que veremos alguma atitude da DERSA, Governo do Estado de São Paulo ou mesmo da prefeitura de São Bernardo do Campo para preservar o mural de Gagni, ou teremos de conviver com mais uma obra de arte desprezada e esquecida ?

Sem preservação alguma, é questão de tempo para os azulejos se soltarem e caírem ou mesmo a pintura desaparecer com o sol. É simplesmente, lamentável a situação de grande parte de nossos monumentos públicos.

Veja mais fotos do mural da Imigrantes:

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24 respostas

  1. Mesmo neste estado, ele é muito bonito, imagine, então, como seria se estivesse bem cuidado. E foi muito bem lembrado, e a Ecovias, qual o papel dela?

  2. Sem dúvida, a concessionária da rodovia tem obrigação não apenas contratual, como principalmente moral, de cuidar da conservação, incluindo obras artísticas, ou não. Onde está o Ministério Público para acioná-la???

  3. Belíssimo monumento, pena estar abandonado como tantos outros espalhados pela nossa cidade. Infelizmente os nossos próprios governantes, não valorizam e quando raramente resolvem “restaurar” fazem aberrações como a que o nosso prefeito fez nos “Arcos do Jânio” (lateral da av. 23 de Maio). Desculpa mas não me conformo em ver tanta destruição e abandono da nossa memória histórica, isso sem falar dos vândalos de plantão.

  4. Boa noite a todos!
    Alguém saberia me dizer em qual km da Imigrantes está localizada a arte?

  5. Infelizmente tudo está abandonado e esquecido pelos governantes!
    Nem o governo do Estado de São Paulo, nem a prefeitura da capital tomam conhecimento e providências da destruição de nossos patrimônios históricos.Isto é uma vergonha!

  6. Infelizmente os nossos governantes não se preocupam com a cultura e a história de um povo que tanto ajudou a construir o nosso país. Deixo aqui o meu desabafo, pois que fique bem claro o meu ponto de vista sobre os nossos governante: “CULTURA NÃO ATRAI VOTOS”

  7. Nossa… que triste saber disso. Eu lembro que vi de perto o monumento em 2002 e o Rancho da Pamonha ainda funcionava. Eu pensava que era algum enfeite do tal comércio que era meio um “ponto de referência” pra quem pega a estrada.

    Espero que a Ecovias recupere esse pedacinho histórico.

  8. Realmente faz teeeeempo que não passo pela Imigrantes para descer ao litoral, pois fiquei sabendo só com esse post que o Rancho da Pamonha fechou as portas, o que é uma pena, pois eram deliciosas as pamonhas de lá, assim como todas as outras iguarias que eles faziam.

  9. Muito show. Uma pena ser tratado dessa forma. Infelizmente, em se continuando assim, rapidinho vai para o chão para dar lugar à uma obra progressista de Romero Brito.

  10. A casa de São Caetano do Sul, foi reformada quando meu pai Elio Polido era o dono ,foi ele que escolheu o painel, foi no fim da decada de 60 e era o orgulho dele.Falaceu em 1974,era conhecido em São Caetano como Elio do bandolim.

  11. Que tristeza! São quase duas da manhã e não consigo parar de ler suas reportagens. Parabéns pelo trabalho!

  12. Creio que os da faixa etária do “enta” lembram deste monumento…a parada no “Rancho da Paminha” era comum na subida da serra, e sempre se dava uma olhadinha neste mural. Até achei que fosse algo mais antigo.
    É uma pena seu estado de degradação. Aliás, também concordo que a responsabilidade devesse ser da ECOVIAS. Afinal, não pode custar muito restaurar e manter esse merco da inauguração da rodovia que está sob sua concessão. Uns 10 mil carros passando no pedágio mais caro do país resolveriam…coisa de 2 horas em qualquer feriado!

  13. Passei hoje por ele, continua abandonado.
    Lembro de ter parado no Rancho quando era criança, era muito movimentado.

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