Prédio – Rua da Cantareira, 327

Se há uma área densa e interessante do centro de São Paulo esse lugar é o entorno do Mercadão. Temos ali toda a agitação do próprio mercado, a correria da rua 25 de Março e arredores, o trânsito caótico da avenida Mercúrio e toda o movimento frenético de pessoas indo e vindo, fazendo compras e passeando.

E esta região é ótima para observarmos antigas construções e que aos poucos vamos revelando aqui no São Paulo Antiga. Uma delas é este prédio localizado no número 327 da rua da Cantareira.

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Construído na década de 30 e contemporâneo ao Mercado Municipal da Cantareira (de 1933), este edifício era originalmente residencial. Atualmente, parece estar servindo apenas como depósito nos andares superiores e no térreo funciona um estacionamento.

Muito se fala na melhoria do centro, na recuperação de áreas com potencial turístico atualmente degradadas e o que vemos, no entanto, são belas construções como esta parcial ou totalmente ociosas.

Crédito: Douglas Nascimento / São Paulo Antiga

Em Buenos Aires ou em cidades da Europa uma edificação deste porte como esta estaria ocupada por hostel, serviços ou mesmo condomínios residenciais. Originalmente haviam pequenos apartamentos e com uma boa restauração poderiam virar grandes apartamentos, com 2 por andar e com garagem no térreo, atraindo moradores de maior poder aquisitivo ao centro.

Não adianta só atrair baixa renda para as nossas áreas centrais, esta é uma ideia equivocada e ineficaz. Para o centro reviver seus momentos de glória é preciso mesclar as camadas sociais que nele vivem e trabalham.

Este prédio poderia ser um começo de uma mudança.

Veja mais fotos do edifício:

Crédito: Douglas Nascimento / São Paulo Antiga

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16 respostas

  1. “Não adianta só atrair baixa renda para as nossas áreas centrais, esta é uma ideia equivocada e ineficaz.”

    comentários chamando o Douglas de fascista, gentrificador, tucano, neoliberal, elitista em 3, 2, 1…

  2. DOUGLAS, voce está de Parabéns com este site. Também viajo muito com suas matérias. Um moço tão novo que se interessa por histórias, monumentos, fatos, etc. Precisariamos alguém com essa determinação para nos representar em nossa Prefeitura. Mais uma vez Parabéns!!!

  3. “Imóveis ociosos, déficit de moradias, explosão de preços no mercado imobiliário, população de baixa renda morando cada vez mais longe. Qual a solução? Mandar os pobres para mais longe ainda.”

    E esse povo ainda diz que gosta de São Paulo.

    Elitismo: a gente vê por aqui.

    Se não fossem as ocupações dos movimentos de moradia, o centro já estaria morto. Mesmo assim, meia dúzia de ufanistas egoístas querem mesmo é elitizar ainda mais o centro.

    1. Eu defendo que os lugares tenham ocupações mistas. Ricos e pobres podem e devem morar em bairros iguais.
      Se fosse eu dono de um restaurante, por exemplo, gostaria de morar perto dele e também que meu funcionário morasse perto.
      Ele não gastaria com condução, teria mais tempo pra si e para a família e todos estariam felizes.

      1. Concordo. Mas por que este discurso só é aplicado a regiões populares de interesse imobiliário? Uma cidade justa não possui bairros exclusivamente ricos como Higienópolis, Morumbi, Jardins. O problema da diversidade não está na região da Cantareira (que JÁ É heterogênea e diversificada), mas nos guetos ricos do vetor sudoeste.

  4. O blogue alega que:

    “Não adianta só atrair baixa renda para as nossas áreas centrais, esta é uma ideia equivocada e ineficaz. Para o centro reviver seus momentos de glória é preciso mesclar as camadas sociais que nele vivem e trabalham.”

    Seguem os problemas elitistas desta afirmação:

    1. Passa-se a impressão de que o centro seja predominantemente popular ou que políticas públicas têm incentivado exclusivamente a baixa renda. NADA MAIS LONGE DA VERDADE: nunca o centro esteve tão pouco acessível à população de baixa renda, nunca antes esta população sofreu tanto com os altos preços e altos aluguéis. Na prática, o centro já está gentrificado: sobram poucas trincheiras populares, poucos espaços de resistência contra esse elitismo violento.

    2. “atrais baixa renda é ideia equivocada e ineficaz.” Passa-se a impressão de que, em algum momento, houve uma política efetiva e sistemática de popularização do centro. ERRADO: as poucas, interessantes e pontuais iniciativas (que ocorreram sobretudo na heroica gestão de Erundina e na problemática de Marta) foram rapidamente interrompidas e desprezadas pelas gestões malufistas, tucanas e kassabistas. Mesmo a atual gestão Haddad tem apresentado uma postura excessivamente elitista. Tão poucas iniciativas, interrompidas e sabotadas, simplesmente não possuem condições de passarem por uma avaliação para considerá-las “eficazes” ou “equivocadas”. Ao contrário: a política usual é a da sabotagem da habitação popular no centro.

    3. O blogue passa a impressão de que os tais “momentos de glória” do centro tenham sido positivos. ERRADO: a população sofria (como sofre hoje) em transporte público lotado, morando longe. Hoje, porém, a situação é ainda mais grave. Ao invés de glória, leia-se elitismo e segregação.

    4. O mito do mix social: de fato, quanto maior a diversidade, maior a qualidade do espaço urbano. Não vejo este discurso, porém, aplicado aos Jardins, ao Morumbi, a Higienópolis — espaços altamente segregados e exclusivos. Por que o centro deve ser “diversificado”, mas os bairros das elites podem ser exclusivos para os ricos? Na prática, o “mix social” é eufemismo para gentrificação e segregação social.

    1. Mas também não acho justo que uma pessoa(uma família), trabalhadora, humilde, e coisa e tal, com muita dificuldade, consiga comprar seu terreno, apartamento ou casa longe “de tudo”, justamente para baratear os custos, ou antes, para conseguir comprar mesmo (aonde o seu dinheiro puder comprar) e os imóveis ociosos do centro, com toda a infra-estrutura e facilidades de que sabemos, sejam destinadas às chamadas pessoas de baixa renda (ou renda nenhuma).
      Como exemplo, tomo eu mesmo, que consegui comprar um apartamento na planta no então(1.995) ainda mais distante “bairro dos Pimentas”, em Guarulhos. Eu e minha esposa também gostaríamos de morar no centro de São Paulo ou de Guarulhos, mas entendemos e nos submetemos a essa condição, a essa “distância” porque foi onde conseguimos comprar. E não há nada de mal nisso, é claro, pelo contrário!
      Mas já saimos de lá…
      É um exemplo, de muitos.

  5. Estive algum tempo atrás no Mercadão e o que presenciei,do lado de fora,foi várias pessoas(homens)aparentemente drogados(bêbados),precariamente vestidos,sem camisa,à toa,deitados/sentados,alguns até brigando entre si.
    Tive a oportunidade de subir até os telhados do prédio(pela empresa que trabalhava) e a cena de lá de cima foi,no mínimo,deprimente(além das que eu já mencionei): um homem,sem camisa,com uns pedaços de trapo à guisa de calça,fazendo o seu almoço numa lata de óleo,apoiada em alguns tijolos e um parco foguinho.Isso,por volta do meio-dia em plena avenida do Estado.
    Como revitalizar o Centro? Como revitalizar essa área?

  6. Belo prédio, lindo e ao mesmo tempo meio sisudo, impressão causada pelas portas de aço, talvez.

  7. É uma judiação o que estão fazendo com São Paulo.
    Os administradores que durante 30 anos atras estiveram no poder, nada fizeram para que fosse conservado prédios, praças e outros lugares tão belos de nossa cidade.
    Tudo está abandonado e deteriorado no centro da capital.
    Prédios antigos como a Antártica e outros nos bairros, Brás, Moóca, Belém, estão abandonados. Poderiam ser usados como shopping, ou outras serventias. Mas não! Estão ali sem serventia alguma. Talvez aguardando serem demolidos, para dar lugar a mais edifícios torres, para agravarem ainda mais a crise da água em nossa cidade.

    1. Os administradores não fizeram nada pois não foram cobrados de nada, a população paulistana virou as costas para suas ruas, seus bairros e para a cidade e se fechou dentro de si mesma numa concha, e nem mesmo a realidade incomoda da mendicância, do lixo nas ruas, do transito, da violência, das enchentes, da falta de áreas verdes, etc incomoda a população.

      Esperamos um milagre acontece pelas mãos de um herói que salve a cidade somente por vontade própria.

      Temos o desgoverno que elegemos e merecemos, só existe um “amor” por São Paulo no dia 25/01? É tudo da boca para fora.

  8. Uma pessoa que hipoteticamente nunca tenha estado no centro de São Paulo, ao ler os comentários do Sr. Gabriel certamente irá imaginá-lo como uma extensão de um bairro elitizado, repleto de moradias destinadas apenas à milionários, lojas de grifes, shoppings voltados ao mercado de luxo, cinemas caros, teatros refinados, restaurantes de alta-culinária, mansões, colégios particulares, enfim, tudo aquilo que como sabemos ele não é: temos um centro com muita sujeira, violência, apartamentos e mais apartamentos fechados, salas que outrora foram escritórios também fechadas, quase todos os antigos cinemas servindo de antro de pornografia ou também fechados, tráfico de drogas, praças imundas, prédios históricos deteriorando-se, etc. Quando o blogue defende o chamado “mix social” está coberto de razão, somente havendo a moradia de pessoas de classe média e classes populares podemos vagarosamente mudar este cenário, ou seja, aonde há pessoas de melhor poder aquisitivo passa-se a ter uma transformação ao redor, desde o comércio até a conservação de prédios históricos cuja manutenção é cara. A realidade comprova, tristemente, haver desde a década de 80 uma transformação do centro em espaço destinado apenas a moradias populares, basta ir até lá para constatar isso, não há um planejamento sério como há em qualquer capital do mundo. Cidades como N. York transformaram espaços degradados usando este método e conseguiram resultados impressionantes, em que tanto a classe média como a moradia popular convivem em um espaço belo, como deve ser o centro da maior cidade deste país.

  9. O que o Gabriel e outros pseudoesquerdoides (pseudoesquerdoide é pleonasmo) não entenderam do texto do Douglas, é que no centro da cidade há prédios desocupados para todos os gostos e bolsos, e que este somente será uma região atraente à população se contemplar todos os segmentos sociais, de baixa, alta e média rendas, mas além: é preciso dotar a região também de todo o mobiliário urbano necessário para a população, como escolas, bibliotecas, hospitais, praças e parques públicos, etc., além de mobilidade urbana. Uma medida interessante seria a futura Linha 6 Laranja do metrô vindo da Brasilândia/Cachoeirinha ao cruzar a Marginal Tietê seguir pelas Avenidas Hermano Marchetti, Marquês de São Vicente, Rudge, Rio Branco, Largo do Paissandu, atravessar o Vale do Anhangabaú e finalizar na Estação São Bento da linha 1 Azul. Com isso resolveria-se dois problemas de uma vez só: interligar uma região periférica, populosa e carente de transporte coletivo à outra central e decadente. Talvez aí esteja a solução para se iniciar um processo de revitalização do centro.

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