Trefilaria Artub

Se tem um bairro que podemos considerar eclético, é o bairro do Ipiranga.

Por ali há de tudo um pouco, como o Museu do Ipiranga, o Clube Atlético Ypiranga, fábricas, casarões, instituições religiosas centenárias, prédios modernos e, em um passado recente, até uma fábrica de material bélico.

Apesar disso, aos poucos o bairro vai perdendo sua característica diversa, com algumas fábricas que vão desaparecendo e dando lugar a novos edifícios.

clique na foto para ampliar

Localizado no número 310 da Rua Tabor, a Trefilaria Artub é mais uma das antigas e tradicionais fábricas do bairro do Ipiranga a fechar as portas ou a mudar de endereço.

Bastante conhecida na região, a fábrica permanecia em atividade no local até, pelo menos, no ano passado quando visitamos a área pela primeira vez.

No domingo 20 de julho de 2013, quando já nos preparávamos para publicar o imóvel, fomos informados pelo leitor Alexandre Linares que o local começou a ser demolido, junto com a bela residência vizinha que parecia pertencer aos mesmos donos. No local, surgirá algum novo empreendimento.

Placa na fachada do imóvel com a escrita antiga Rua “Thabor”

Haviam muitos anos que a fachada da velha trefilaria apresentava sinais abandono. Grafite e pichação ocupavam praticamente todos os espaços disponíveis na fachada do imóvel, transformando-o numa espécie de mural.

Apesar disso, sobreviviam na fachada algumas lembranças do passado, como a placa de rua com o nome Tabor na grafia antiga (veja foto anterior), uma placa escrito “Tubos” coberta de tinta no ponto mais alto da fachada e o antigo luminoso com o nome do estabelecimento, que trazia um charme nostálgico da São Paulo pré Lei Cidade Limpa.

Tudo isso está indo embora, levando junto um pouco da história operária do bairro do Ipiranga.

Não sabemos se a velha trefilaria irá reabrir em outro endereço ou se encerrou de vez suas atividades, mas temos certeza de que a fábrica estará para sempre no coração dos moradores do Ipiranga como um estabelecimento que por muito tempo colaborou com a prosperidade da região. Já deixa saudades.

Explicando: Trefilaria é uma fábrica onde se faz a trefilação, processo de fabricação de arame e barras finas de metal. O processo de trefilação consiste em puxar o metal através de uma matriz, por meio de uma força de tração a ele aplicada na saída da matriz.

Galeria de fotos – Trefilaria Artub (clique para ampliar):

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15 respostas

      1. Brincadeira! Estou lendo sobre mais um edifício antigo sendo demolido e aprendo sobre um monte em Israel onde ocorreu a Transfiguração de Jesus!
        E olha que eu morei muitos anos por ali e nunca me passou pela cabeça perguntar o que seria Tabor!
        Pensar que tem gente que acha que internet é ruim!
        Valeu, Cardoso! Valeu Reis! Aprendi uma coisa que eu não sabia hoje!

        Paulo – Jundiaí (SP)

  1. Vou tentar adivinhar o que será construído neste local…hum..tá difícil, mas vou arriscar, vai ser um mega power empreendimento com várias torres, cheias de espaço gourmet, etc, etc, etc,…

    1. Ou quem sabe um ultra- mega – power – plus, indispensável e maravilhoso ESTACIONAMENTO.

      Afinal de contas, para que serve o trabalho árduo, a história, o passado, a dedicação, a contribuição para o crescimento das cidades de nossos pais, avôs e bisavôs ? Para nada…

      Para que servem as cidades horizontais, com muro baixo, a arquitetura e beleza das fachadas,suas casas, jardins, árvores, história e inquestionável beleza ? Para nada….

      Manter a história em pé para que ? Afinal não traz retorno financeiro, é um empecilho…

      Triste, muito triste, mas é real.Infelizmente é uma epidemia em todo lugar. Na cidade onde morei derrubaram uma igreja estilo barroco, para que uma loja da região crescesse, vendesse seu material de construção e por motivos políticos também (principalmente).

      E para falar a verdade é assustador o ritmo das demolições, porque antes era um ou outro terrreno, mas já não era o bastante…as grandes construtoras estão demolindo quadras inteiras…em um só dia derrubam anos de história. Abraço!

  2. Nasci no 714 da Tabor, lembro muito bem da Artub (honestamente, acho que desde que nasci esse prédio nunca tinha sido pintado. O Luminoso é o mesmo, a placa no alto também, enfim). A Diferença é que eu me lembro dessa casa ocupada e relativamente bem conservada. A Tabor também tinha a Sílex, uma das mais famosas fábricas do bairro (onde meu avô trabalhou) na esquina com a Rua do Manifesto. Em frente a Artub, praticamente, existia o Cinema Ipiranga Palácio, que depois virou o Primo Rossi, agência da VW. Essa rua é um símbolo do abandono do Ipiranga tradicional: de importante, movimentada e repleta de comércio, virou um local ermo, abandonado, mal iluminado e deteriorado. Triste, ainda mais por ser a rua onde nasci.

  3. Muito triste. O bairro onde vivi por longo tempo da minha vida, 20 anos próximo ao Museu do Ipiranga e mais 10 na Vila Gumercindo, na região onde termina a Av. Dr. Gentil de Moura, que muda de nome para Rua Santa Cruz, vai perdendo sua memória. Acabo de ler sobre a destruição das construções históricas do Gato Preto, em Cajamar, também, e tudo isso me deixa bastante chateado. Infelizmente, manda o poder econômico, que a tudo destrói, não importando o valor que as construções tenham histórica e culturalmente.

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