Estação de Valinhos (Cia Paulista)

O rico passado ferroviário de São Paulo foi praticamente sepultado a partir da segunda metade do século 20, em prol do transporte rodoviário. Com o fim do transporte de passageiros, hoje restrito aos trens de subúrbios da CPTM e parcos trens turísticos, as antigas estações foram sendo paulatinamente desativadas e muitas deles acabaram por desaparecer. Em Valinhos, a antiga estação tenta, de alguma maneira, sobreviver.

Vista da entrada da estação (clique para ampliar).

A linha principal (tronco) da Cia Paulista de Estradas de Ferro teve seu primeiro trecho, entre Campinas e Jundiaí, inaugurado em 1872. E foi neste mesmo ano que a Estação da cidade de Valinhos foi inaugurada, sendo que no princípio era a terceira parada. Posteriormente, com a entrada de novas estações, esta contagem mudou, sendo que as estações ficavam dispostas assim: Jundiaí Paulista, Horto, Currupira, Louveira, Vinhedo, Valinhos, Samambaia e Campinas.

A estação “velha” de Valinhos em fotografia do ano de 1908 (Fonte: O Malho)

A velha estação de Valinhos (foto acima) durou pouco mais de duas décadas em atividade. Foi substituída por outra mais nova em aproximadamente 1913 e é esta estação que existe até os dias de hoje. Apesar da substituição, curiosamente a estação anterior não foi demolida e está por ali até os dias de hoje, com algumas alterações, servindo como residência.

Plataforma da Estação de Valinhos (clique na foto para ampliar).
Plataforma da Estação de Valinhos (clique na foto para ampliar).

Uma vez que substituiu a estação antiga, o prédio atual funcionou por décadas até que a estação fosse desativada em meados da década de 90. Na década de 60 o prédio já havia passado por uma pequena transformação, através de uma reforma que descaracterizou levemente a arquitetura original.

Depois de alguns anos fechado, o local foi reaberto tornando-se um imóvel municipal (mais detalhes no final deste artigo) e desde então vem sendo mantida preservada e bem cuidada. Trens de carga ainda passam pela estação regularmente.

Vista da estação e plataformas de embarque (clique na foto para ampliar).
Vista da estação e plataformas de embarque (clique na foto para ampliar).
Vista parcial do prédio da estação, setor de encomendas (clique para ampliar).
Vista parcial do prédio da estação, setor de encomendas e pacotes (clique para ampliar).

Felizmente o prédio ferroviário de Valinhos, que foi uma das estações mais importantes do interior, sobreviveu para contar história. Outras estações, até mesmo da própria Cia Paulista de Estradas de Ferro, não tiveram a mesma sorte e desapareceram. O local há algum tempo abriga um museu municipal.

Veja mais fotos da Estação de Valinhos (clique na foto para ampliar):

Museu Municipal Fotógrafo Haroldo Ângelo Pazinatto

Inaugurado em 1996, o museu que está instalado no antigo prédio da Estação de Valinhos leva o nome deste que é considerado o mais importante fotógrafo da cidade, Pazinatto, falecido em 2001.

Vista parcial do museu (clique na foto para ampliar).
Vista parcial do museu (clique na foto para ampliar).

Apesar de muito bem cuidado, o museu é um tanto quanto confuso. Tem de tudo um pouco, como balanças, cadeiras e instrumentos musicais, quanto câmeras fotográficas e máquinas de escrever. O que passa a sensação de que o museu não consegue definir um foco de suas atividades. Falta um foco mais específico.

Apesar disso, tudo está muito bem preservado. Segundo nos informaram, a grande riqueza do museu é o próprio acervo fotográfico deixado por Ângelo Pazinatto, com cerca de 50.000 imagens que, segundo o site oficial, estão em processo de organização. Além do próprio museu o local abriga, todo terceiro domingo do mês, um encontro municipal de carros antigos.

No museu há um exemplar de um raro Apple II brasileiro, o Unitron (clique para ampliar).
No museu há um exemplar de um raro Apple II brasileiro, o Unitron (clique para ampliar).

Valinhos deu um bom destino ao prédio da antiga estação. Enquanto outras cidades fazem de conta que as estações, geralmente abandonadas, não estão por ali, nesta cidade o imóvel retornou a população como algo importante e útil, através de um museu. Só ocupando estes antigos imóveis ferroviários é que podemos garantir que eles não venham a desaparecer.

Veja mais fotos da Museu Municipal (clique na foto para ampliar):

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6 respostas

  1. A Companhia Paulista de Estrada de Ferro, era um modelo semelhante as da Europa. Hoje está tudo acabado. Os governos foram acabando com os trens de passageiros, Deram prioridade ao transporte de ônibus, e o transporte individual (o carro). A estrada de ferro e os trens viraram sucatas. Isto é Brasil!

  2. Muito lindo adorei, Douglas passei esses dias por São Roque e vi a estação de mailasqui poxa é lastimável a degradação , uma linha ferrea antiga sorocabana , vc precisa fazer uma matéria por lá.

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