Fazenda Bela Aliança

O ciclo do café no oeste paulista reserva riquezas inestimáveis. Assim como os castelos europeus dos tempos do feudalismo, nossas fazendas de café eram complexos sistemas autossuficientes, verdadeiras cidades rurais comandadas pelos pulsos firmes dos barões do café. A beleza de todo esses conjuntos ainda pode ser vista nos dias atuais em algumas propriedades preservadas, como é o caso da fazenda Bela Aliança, no município de Descalvado.

clique na foto para ampliar
clique na foto para ampliar

A fazenda Bela Aliança foi fundada em meados do século XIX por Francisco Antônio de Souza Queiroz Filho, filho do famoso cafeicultor e senador Barão de Souza Queiroz. Pouco tempo depois é adquirida por seu irmão, Nicolau de Souza Queiroz, que viria a tornar-se um dos maiores produtores de café da região.

clique na foto para ampliar
clique na foto para ampliar

O conjunto arquitetônico típico das grandes fazendas de café paulistas, com casarão principal erguido em taipa de mão e de pilão e muita madeira entalhada, com aproximadamente 1000 m² construídos, divididos em vários aposentos. Esta era uma fazenda da época da escravidão, em seu porão estava localizada a senzala, que mais tarde, com a abolição, seria desativada e transformada em depósito.

Uma grande varanda se estende no frontão da casa, que tinha visão privilegiada para os terreiros de café, e para uma paisagem exuberante, de onde o cafeicultor admirava sua produção e suas terras, com mais de 130 alqueires e que produzia mais de 12 mil arrobas de café.

Ainda no conjunto é possível contemplar a antiga tulha de café e algumas maquinas de marcenaria, demonstrando a autossuficiência que as fazendas possuíam. Hoje, como uma memória aos áureos tempos, esta preservada uma serra trançadeira, que desdobrava grandes toras de madeira para o uso em diversas áreas da fazenda.

Foto: Leandro Guidini / São Paulo Antiga

A Bela Aliança era servida pelos trilhos da Cia Paulista, através da Estação da Aurora, do ramal descalvadense. Tamanha era sua importância, este pequeno ramal ferroviário foi totalmente construído e custeado pelos cafeicultores da região, incluindo os donos da Bela Aliança.

Diferente de muitos outros lugares do nosso rico interior, a fazenda foi preservada pelos seus atuais donos, que ainda mantém com muito esmero quase todas as características originais da fazenda, mantendo em muito bom estado todo o conjunto arquitetônico, e principalmente preservando as matas ao redor, com muitas manchas originais de mata atlântica.

Vale a pena conhecer este tão belo lugar, e mais do que isso, saber que ainda existem locais como esses preservados em nosso estado, demonstrando a pujança do ciclo do café, e sua enorme importância para nossa história.

Veja mais fotos:

Foto: Leandro Guidini / São Paulo Antiga

Foto: Leandro Guidini / São Paulo Antiga

Foto: Leandro Guidini / São Paulo Antiga

Se você gosta do clima do interior paulista e tem curiosidade em conhecer uma típica fazenda do tempo do café, é possível ir até o município de Descalvado e visitar esta preciosidade da nossa história:

Serviço:
Fazenda Bela Aliança
Rodovia Dr. Paulo Lauro (SP 215), km 123
Descalvado SP

Informações e Reservas:
(16) 3371-9512 e/ou (16) 9211-7223
www.fazendabelaalianca.com.br

Compartilhe este texto em suas redes sociais:
Facebook
Twitter
WhatsApp
LinkedIn
Siga nossas redes sociais:
pesquise em nosso site:
Cadastre-se para receber nossa newsletter semanal e fique sabendo de nossas publicações, passeios, eventos etc:
ouça a nossa playlist:

29 respostas

  1. Lindo e glorioso artigo sobre as fazendas paulistas…Parabéns ao autor e aos atuais gestores da propriedade que souberam preservá-la!

    1. Também tive esta impressão! A novela que me lembrei foi “O Casarão”, de 1976, com Paulo Gracindo. Eu assistia com minha mãe! Mas vendo as fotos agora, vi que se tratava de outra propriedade, igualmente belíssima!

      1. Eu só não assisti essa novela por uma razão: 1976 foi o ano em que eu nasci rsrsrsrsrsrsrsrsrsrsrssrsrs.

        Mas é sempre bom ver o que quer que seja preservado em sua forma original, é como viajar para o período em que foi fabricado/construído/gravado.

    2. O Casarão foi gravada numa cidade cenográfica dentro dos estúdios Herbert Richers, no Rio de Janeiro. Mas já ouvi falar também que parte das cenas foi gravada num casarão antigo que havia onde hoje é o Hospital Planato, em Itaquera.

  2. Prezado Leandro,

    Obrigado pelo belo post. Bela Fazenda, sem dúvida.

    Sobre um assunto relacionado, abandonar nossas ferrovias foi mais um de nossos erros. Ainda dá pra repará-lo.

  3. Bom dia,
    Moro na Italia e sou descendente de um italiano que de acordo com alguns dados ele trabalhou nessa fazenda em 1888 a 1950. Foi um dos fundadores da cidade de Nova Aliança.
    Estou procurando dados para fazer sua historia, tem como voces verificarem se existe uma lista das pessoas que trabalharam nessa fazenda?
    O nome do meu descendente è Luigi Guglielmetti no Brasil Luis Guilhermitti.
    Desde ja agradeço,
    Gisele

  4. Uau,gostei da historia sobre essa fazenda ,principalmente porque essa família Sousa Queiroz teve propriedades aqui em Leme também.Até hoje existe um bairro chamado Bairro Souza Queiroz.Deixaram legados pra nossa cidade.Um abraço.luumleite21@gmail.com

  5. Alguém poderia me informar se está fazendo contém algum acervo ou informações de trabalhadores (lavradores) italianos do século 20 ?

  6. Meu bisavô assim que chegou da italia foi com sua família trabalhar nesta fazenda. No ano de 1892 gostaria de saber se existe algum registro destes imigrantes desta época para pesquisar. Obrigado

  7. Parabéns aos atuais proprietários que estão cuidando e preservando muito bem desse patrimônio histórico

  8. Boa tarde!
    Meu pai Domingos Simões nasceu nesta fazenda em 17 de setembro de 1914. Seus pais são Antonio Simões (Português) e Ana da Silveira Simões( Brasileira). Vocês teriam registros desta época?

  9. Mio Bisnono: Giuseppe Bacchet com sua esposa Santa Cossari e filha Roza, chegaram nesta Fazenda em 1.885, e ficaram até 1930, quando vieram para o Norte do Paraná.

    1. Sr. Belmiro bom dia! Lendo seu breve relato talvez o SR. possa contribuir com mais informações e se puder compartilhar a respeito desta fazenda e das vizinhas, tais como Fazenda Nova, Santa Maria, Ibiquara, Santo Guilherme e Ibicatú bem como os nomes dos Fazendeiros e ou algum personagem de que seu Bisnono tenha tido contato, e de como era feito o escoamento da produção de café através do ramal da aurora. detalhes mesmo como o saco ou recipiente utilizado bem como os carros de bois ou mulas ou algum outro meio de transporte realizado na época entre 1885/1915, todo detalhe importa para preservação da memoria e cultura histórica do nosso Estado. Muito obrigado!

  10. O casarão foi filmado na fazenda no municipio de bnanal divisa dos estados do RJ e SP, proximo a volta redonda.

  11. Por favor!
    Meu bisavô CARLO MORETTI (38 anos), que vinha acompanhado de sua esposa Savina Ferrário (32 anos) e seus dois filhos NATALE (meu bisavô então com 09 anos) e Serafina (07 anos).
    Informações na Certidão de Desembarque dão conta que a família seguiu para a cidade paulista de Descalvado, para trabalhar em lavouras de café. Alguma fazenda teria o acervo dos lavradores de cafe nessa época?

    Podem me ajudar com essa informação?

    Att,
    Nilton

  12. Também gostaria de conhecer.
    Minha família (avô e avó materna) também tem história de ter trabalhado na agricultura, no interior do estado, antes de se mudarem para a capital.
    Uma casa de novela que me chama muito a atenção, é a de Amparo, na qual foi filmada a novela Os Imigrantes, da TV Band, início da década de 1980, e que está sendo reprisada na TV Brasil, agora em 2023. Toda a novela foi rodada naquele município. Douglas, é possível publicar alguma matéria sobre os antigos imóveis de Amparo? Ainda quero ir visitá-los e conhecê-los pessoalmente, caso tenham sido preservados. Obrigado.

  13. Um adendo, Douglas: as casas que queria ver em matérias são a da fazenda, da novela, onde vivem o Sr. Décio e família e a vila de casas do Professor Amadeu. Já vi as matérias do site sobre as casas de Amparo, e adorei. Parabéns!

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *