Casarão Demolido – Rua das Províncias 117

Todos os dias são demolidas casas antigas em São Paulo por um sem número de razões. Novos empreendimentos e estacionamentos são as causas mais corriqueiras.

Quando isso ocorre, é evidente que existem casos em que os imóveis demolidos não tinham histórico ou arquitetura relevante. Porém, muitas vezes são destruídas construções interessantíssimas, como esta da foto a seguir:

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Demolida no início de 2014, esta residência da Vila Marieta ficava localizada no número 117 da rua das Províncias, uma via bem conhecida da região pois liga a avenida São Miguel até a Subprefeitura da Penha.

O imóvel em questão era um belo casarão, construído entre as décadas de 40 e 50, que destacava-se como um dos mais belos imóveis do bairro. Tinha uma arquitetura que não é padrão da região, onde as casas em geral nesta época eram bem mais simples.

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Até ser demolida, mantinha suas características originais preservadas, com portões e muro baixos, além de um jardim na entrada da residência. Pela lateral esquerda se acessava os fundos do imóvel e a garagem de veículos.

No local do belo casarão foi construído um pequeno condomínio de sobradinhos – uma espécie de nova praga do mercado imobiliário – onde se constroem casas cada vez menores e simples, fora o gosto arquitetônico extremamente duvidoso (minha opinião, evidentemente).

Os sobrados que foram construídos no local estão à venda em um site de imóveis pelo valor de R$420.000,00 cada. Outra coisa curiosa é a velha tática de construtoras de mudar o nome do bairro para aumentar o preço do imóvel. Ao invés de usar o nome de Vila Marieta, que é o correto, os anúncios dizem Vila Matilde.

Este tipo de manobra para vender imóveis deveria ser proibida pelas autoridades. Está certo que a Vila Matilde está ali perto, mas ali não é. Entre as duas vilas existe outra entre elas, a Vila Esperança.

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É uma pena observar imóveis tão belos desaparecerem para dar lugar a novos empreendimentos como estes. Se ao menos tivéssemos mais criatividade arquitetônica em novos empreendimentos, talvez valesse a pena. Infelizmente não é o caso.

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23 respostas

  1. Esta coisa de trocar os nomes dos bairros par valorizar o imóvel é muito antiga, chega a ser divertido.

    Este estilo de residência foi bastante comum na cidade em certa época 1940/1950, desde o Pacaembu até bairros mais distantes.Qual seria o “estilo”? A origem? Alguma construtora tinha um projeto pronto? Tem sempre uma especie de torre, arredondada..

  2. Fique desanimado, moro perto desse sobrado, por ter uma vida corrida, nunca mais passei por lá, uma baita construção, imaginei que nunca seria destruído!!!!!!

  3. Realmente, um belíssimo imóvel, que mesmo não possuindo relevante contexto histórico, ainda assim valeria a pena ser preservado… De fato, os imóveis atuais tem fachadas e disposição interna dos cômodos “muito estranhas”…Lamentável.

  4. Concordo plenamente, uma coisa é antiguidade e este casarão assim o era e não deveria ter sido demolido; outra coisa é velharia, puxadinhos que insistem em fazer parte de nossa paisagem urbana tão degradada.

  5. sonho com o dia que uma nova geraçao de arquitetos e construtoras voltem a construir fachadas clássicas nos prédios nos estilos Neoclássico, art Dèco ou art Nouveau.

  6. Hoje, onde podemos encontrar residências(casas mesmo!), são nos condomínios fechados.Temos,eu e minha mulher, um casal amigo que mora num condomínio na região do Mogi das Cruzes, aqui na Grande São Paulo, em que belas construções se sobressaem.É um prazer quando vamos lá e nos deparamos com casas com jardins na frente e sem muros ou portões.É claro que, por ser um condomínio fechado, existe um certo padrão de construção.Mas o que prevalece mesmo é o bom gosto, com casas bem feitas, com começo, meio e fim.Eu gosto particularmente dos chalezinhos.E não tem como eu não me lembrar da nossa São Paulo Antiga.

  7. “O capitalismo avançado […] não é capaz de inserir o passado no presente e muito menos de resguardar sonhos para o futuro, […] ele esvazia o sentido das lembranças e aspirações”. – Ecléa Bosi, 2003, p. 187.

  8. eu fico desolado por tanto interesse material, as pessoas não tee sentimentos tudo virou dinheiro e um a desgraça acabar com tanta beleza antiga , eu amo coisas antigas e fico muito triste com coisas assim ,mais o ser humano é ambicioso e sem careter antigamente os valores eram outros é lamentavel.

  9. Talvez foi demolida pelos herdeiros.
    É muito difícil, alguém que lutou na vida para construir uma moradia tão bela, depois querer que ela vá para o chão abaixo.

  10. Engraçado que falam em economia de água, e luz, mas surgem cada vez mais prédios na cidade de São Paulo.
    Um prédio não tem sol suficiente para secar roupas. Principalmente no inverno. Daí então compram secadoras elétricas para secar artificialmente as roupas.
    Sabem quanto que é gasto de energia elétrica para manter tantas secadoras aqui na cidade de São Paulo?
    Tenho familiares que moram nesses apartamentos modernos. A liberdade é pouca do que se estivessem morando em uma casa.
    Além do mais, fora o IPTU, é pago o condomínio, que muitas vezes está mais caro que um aluguel.
    É parar e pensar!!!
    Haja hidroelétricas, e secadoras no inverno para secar as roupas em apartamentos.

  11. O nome do estilo dessa vivenda, é “colonial espanhol”, também conhecido por “missões”. Gostei da Santa Terezinha em azulejo, que havia na fachada… Que pena que não existe mais!

  12. Fiquei triste, achei uma grande judiação demolirem uma linda casa como esta ! Sinceramente é de cortar o coração, pois a estrutura da casa parecia estar muito boa e sua aparência ainda estava maravilhosa ! Passei muitas vezes em frente a essa casa, que pena !

  13. O interessante dessas épocas, em que as pessoas tinham direito de construir suas próprias casas (embora tenhamos muitas casas antigas feitas em bloco, por empreiteiros antigos) é a possibilidade da imaginação, a personalidade do dono, a criatividade exacerbada e o privilégio de viver em bairros onde o espírito do prazer contemplativo pode nascer numa ida ao mercadinho.

  14. Durante o tempo em que esteve de pé, esta casa singela foi testemunha ocular da história, que nos remete a tempos mais fraternos, e de como a cidade lentamente caminhou rumo à decadência. A cada dia São Paulo perde um pouco mais de sua história e identidade, e o paulistano e os que aqui vivem caminham para viverem numa cidade amorfa, estrangeiros em sua própria terra.

  15. Moro a poucos metros desse antigo imóvel. Fiquei perplexo quando o mesmo foi derrubado! verdadeiro absurdo desses tempos frios e neoliberal que vê qualquer coisa como negócio ou possibilidade de lucro. TRiste o fim desse belo imóvel.

  16. valquíria sechetin, conhecia a dona dessa casa, D.Raquel pois minha sogra foi uma das inquilinas dela por mais de dez anos.Com o falecimento da dona do imóvel e o mesmo entrando em inventário,minha sogra mudou de lá no final do ano de 2012. Uma pena mesmo passar por lá não ver mais a casa
    que frequentei por mais de uma década. Minha sogra também faleceu no início deste ano e agora só restou as lembranças e a saudade daquela época

  17. Minha avó morou em uma das casas que a dona alugava nos fundos desse casarão. Saudades

  18. Meus pais foram inquilinos da dona dessa casa. Moraram nos fundos antes de comprarem a casa que temos até hoje.

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