Prédio Antigo – Rua do Carmo 71 a 77

A rua do Carmo, na região da Sé, é daquelas que tem dois tipos de comportamento: um durante a semana e outro aos finais de semana, especialmente aos domingos.

Como as principais vias do centro, nos dias úteis tem uma grande agitação, com pessoas e carros o tempo todo, incluindo muitas pessoas procurando sindicatos, repartições públicas e também a igreja Nossa Senhora da Boa Morte, primeira em São Paulo a operar no sistema de 24 horas por dia. Já aos domingos a rua é quase um deserto.

Foi nesta rua que encontrei este pequeno prédio antigo:

Foto: Douglas Nascimento / São Paulo Antiga

Construído no início do século 20, trata-se de um pequeno edifício de dois andares com salão no andar térreo, que foi concebido para uso misto, ou seja, de residencial e comercial.

Está localizado nos número 71 (altos) e 77 (salão no térreo) da rua do Carmo, bem ao lado de outros imóvel interessante que já foi retratado aqui no São Paulo Antiga anteriormente, o casarão do número 81.

O edifício e seu vizinho: condições opostas (clique na foto para ampliar)
O edifício e seu vizinho: condições opostas (clique na foto para ampliar)

Com traços do estilo colonial na fachada, o imóvel apresenta-se em excelente estado de conservação, e com quase todos os detalhes originais preservados, exceto pelas portas do salão térreo – onde funciona uma igreja evangélica – tais portas originais foram substituídas por outras menores.

Uma curiosidade deste prédio é que os adornos da fachada, frontão e gradil tem ramos de café decorando.

Detalhes da fachada preservados (clique na foto para ampliar)
Detalhes da fachada preservados (clique na foto para ampliar)

Não foi possível determinar com exatidão o que funciona nos andares superiores, mas segundo um morador de casa próxima a ela todos os andares são ocupados pela igreja Maravilhas de Jesus.

A rua do Carmo tem muitas outras construções importantes além dessa, nem todas estão assim tão bem conservadas e há até um esqueleto de prédio abandonado desde a década de 1970. Se todas as construções vierem a ser preservadas como esta, farão desta rua uma das mais interessantes do centro paulistano.

Veja mais fotos deste prédio:

clique na foto para ampliar
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Foto: Douglas Nascimento / São Paulo Antiga

Conheça outros imóveis da rua do Carmo:

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22 respostas

  1. Outro dia fui ao Poupa-tempo e fiz algumas fotos, principalmente do outro sobrado. O esqueleto espremido ali. é mesmo um mistério. Sua ideia de rua preservada, quase como um acervo, seria sensacional em todos os sentidos, a começar pelo aspecto econômico que sempre pode ser estimulado pela atividade cultural, já tivemos um ótimo núcleo de atividades culturais no Bixiga. Creio que caminhamos nessa direção e agora estamos sendo lançados para o limbo devido ao governo de Fernando Haddad, cuja única prerrogativa é o estreitamento de vias e acúmulo de multas, mas quando tivermos uma prefeitura que ame São Paulo, o que sobrar há de florescer.

  2. Não imaginava que aquele esqueleto de prédio fosse tão antigo assim – desde de que me conheço por gente (e já se vão 40 anos) ele sempre me intrigou toda vez que o metrô entrava no túnel em direção à estação Sé. É um caso clássico de prédio (ou ruínas) abandonado no centro da cidade a quem a Prefeitura deveria contatar os proprietários, compra-los, reforma-los e vendê-los à população, sempre carente pro moradia.

    1. Esse esqueleto é inviável, nunca deveria ter sido erguido ali. Já o fato de nunca ter sido demolido é um grande mistério, mas a Sub prefeitura da Sé, provavelmente, sabe desvendá-lo.

  3. Pois é meu caro Douglas sempre que vou no sindnapi no numero 171 eu vejo esse predio abandonado e pensso ate quando vai ficar isto assim ate quando vamos ter um prefeito que olhe por São Paulo e mandem derrubar essas porcarias, lembro do treme treme perto do mercado municipal que o kassab derrubou….todo pixado e morava vandalos e vagabundos e prostitutas e cafetões la naquela imundice….mas ainda tem muitos a ser derrubados de uma só vez e conservar estas reliquias de antigudades igual temos ali proximo a estação da luz digo gasper libero…casas dos barões do cafe…(((na tabatinguera ainda esta la a casinha que morei acho que é numero 289 quando vc for filmar me avise que quero contar as historias de la okey(((a unica que ficou no meio daquilo tudo e esta espremida ficou só a metade da frente e tem uma doceria hoje))) abração..

    1. VITORINO: É beeeem verdade que no São Vito tinha prostitutas, cafetões e traficantes, mas também tinha muita gente de bem e trabalhadora lá dentro e pra falar a verdade, nem foi por isso que o prédio foi demolido, mas sim porque realmente viver lá dentro era inviável devido as condições precárias do próprio prédio cuja fiação elétrica tinha mais gato que num gatil e dos três elevadores só um funcionava e mesmo assim só até o 15º andar (o prédio tinha 25) Uma vez li uma reportagem na Revista da Folha de São Paulo sobre algumas pessoas que moravam naquele prédio e o negócio era de apertar o coração mesmo.

      A propósito… a Rua do Carmo é aquela que fica ao lado do Poupa Tempo??, pergunto pois ai nessa foto ela está asfaltada e a rua que eu conheço é daquelas pedrinhas típicas das calçadas de São Paulo e pelo menos esse prédio parece que está a salvo.

        1. ao Daniel muito obrigado pelas noticias importante,,,//ao Tiago parabens pela recomendação coisa muito boa pra meus conheci,entos eu gosto muito, obrigado ///ao Douglas grato por tudo/// bem os irmãos Caruso nasceram la em cima na sao joao na praça dos carangueijos antes da duque de caxias e fiquei sabendo o Herodoto que era dali do centro;- seria tabatinguera eu gostaria de saber de onde era o herodoto-abração a todos….vitorino….(((
          vou comprar o livro obrigado sabia que nasceu ali mas o livro eu nao sabia que tinha editado)))

  4. Como já disse em outras ocasiões aqui no São Paulo Antiga, a cidade de São Paulo está ao “Deus dará”.Sem rumo, sem noção, suja e abandonada.O descaso impera. Perdida.Precisamos resgatá-la desse limbo.Mas como? O que podemos fazer?

    1. pois é vi que o Herodoto era da baixada do glicerio///e fala do menegheti e sete dedos e seria que fala tambem do palma negra que colocava a mao com uma tinta preta ou carvao na sua casa na parede e a noite vinha roubar e ninguem via….bem ….tinha tambem um tal de dioguinho la das bandas de araraguara ou sao carlos que era justiceiro igual o lampião..///.eu ainda me lembro que o menegueti ganhou uma banca de jornal entre a ipiranga e sao joao…pra ver se indireitava mas só ficou dois mes pegaram pulando uma casa na vila mariana e nao teve geito voltou pra cadeia de novo e sei da historia que ele no presidiu ficava pulando bem alto passava acima do muro e disse pra o policia força publiuca na epoca eu nao pulo do lado de la pqvc e gente boa e meu amigo e eu nao quero te prejudicar assim soube dessas estorias que meu pai contava…sera que tem alguma coisa escrito em livro sobre isso???/se alguem souber me fale okey abração a todos vitorino….(((Douglas veja se ali perto da duque de caxias acho que conselheiro nebias a casa do Ademar de Barros sera que nao derrubaram se tiver tire umas fotos pra nos abração)))

    2. Uma curiosidade: O aventureiro britânico e tradutor do “Kama Sutra” e das “Mil e Uma Noites”, Sir Richard Francis Burton, morou no número 72 da Rua do Carmo, no ano de 1865. Apesar de não ter sido nessa casa, foi mais ou menos no mesmo local.

  5. Morei muito tempo ali, essa é só uma parte do casarão, a outra metade foi demolida para o metrô, ali eram guardadas grandes bobinas de papel do Diario Popular!

  6. Boa noite, Eu tenho um retrato de 1892 (aproximadamente) do meu bisavô com sua primeira esposa. Este retrato do século XIX foi tirado pelo fotografo Carlos Hoenen na Rua do Carmo nº 4 São Paulo. Seu estúdio fotográfico se localizava nesta mesma rua. Esse ramo de café na fachada desta casa se refere ao tempo dos Barões do Café certamente, que viveram nas regiões centrais da cidade quando ainda era uma área nobre.

  7. ESTUDEI NO GINÁSIO do Carmo de 1928a 1935 e que foi demolido, ficava nessa rua quase em frente da rua das flores. será que alguém tem alguma foto? Vou completar 100anos em novembro e me dizem que aparento bem menos, dirijo e sou independente de ajuda menos para ouvir. OBRG

  8. Acabei colocando o comentário no lugar errado. Mas aqui vai de novo:

    O explorador e aventureiro britânico, tradutor do “Kama Sutra” e das “Mil e Uma Noites”, Sir Richard Francis Burton, morou no número 72 da Rua do Carmo em 1865. Não foi nessa casa, mas mais ou menos nessa localização

    1. Na verdade foi um pouco distante desse local.
      O número 72 atual segue a numeração métrica que não existia antes dos anos 1930, quando a numeração era por lote. Além disso até os anos 1940 a rua do Carmo era mais longa, já que a Rua Roberto Simonsen era a outra metade da rua, que depois foi renomeada. Eu estimo que a casa era em outra parte.

      1. Obrigado pela resposta Douglas. Ontem mesmo pensei: “ é possível que os número tenham passado 150 anos inalterados?”. Era essa informação que me faltava. Por isso adoro esse site. Abçs

  9. Que sensacional, amei ver as imagens do prédio da rua do Carmo 71/77…. fui membro da igreja Maravilhas de Jesus, participei de muitas reuniões de obreiros, lembro do Pr Leonel Silva (in memorian) contando as histórias desde q adquiriu o prédio em meados dos anos 70, os eventos, estudos, confraternizações nos espaços deste prédio..

    Fica notório q propriedade habitada, já garante conservação, lamento as outras propriedades vizinhas q estão abandonadas e com sinais de vandalismo, observava isso desde qdo frequentava a Igreja Maravilhas de Jesus há 15 anos atrás

  10. Ola tudo bem ? To eu aki pesquisando casarão antigo em São Paulo no qual meu avô morou e eu perdi minha família e fiquei órfã e desde então não me lembro o nome da rua , só me lembro que era um casarão que tinha logo na calçada uma porta pequena que entrava direto p porão e ao lado dessa porta pequena tinha uma porta grande que entrava na parte superior do porão … e essa casa da rua do Carmo 107 me lembrou muito a casa do meu avô … nunca mais tive a chance de retornar ao local até Prq como disse fiquei órfã e já se passaram uns 40 anos

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