A história da fábrica da DKW Vemag

“BRASILEIROS PRODUZINDO VEÍCULOS PARA O BRASIL”

Há algum tempo nasceu uma nova tendência de abandono: a do patrimônio industrial. E este é um tema muito importante e que deve ser estudado com mais profundidade.

É só ir aos chamados bairros operários que podemos observar diversas indústrias do passado fechadas como a usina Leite União no Pari, a empresa de borrachas Orion e Cotonifício Paulista, ambas no bairro do Belém além de algumas filiais das Indústrias Reunidas Francisco Matarazzo espalhadas por toda São Paulo.

Ainda podemos acrescentar as velhas fábricas que foram demolidas sucumbindo à especulação imobiliária, como a antiga sede do Açúcar União, na Mooca.

Linha de montagem da DKW/Vemag
Linha de montagem do Fissore na DKW/Vemag

O patrimônio industrial consiste em valor social, arquitetônico ou patrimonial. A representatividade histórica da indústria para a cidade e o desenvolvimento da sociedade através da sua localização, são pontos essenciais para pedido de tombamento do imóvel.

Um bom exemplo de patrimônio industrial abandonado é a antiga fábrica de automóveis DKW-Vemag. Com um olhar saudoso, os amantes dos motores dois tempos relembram a trajetória dos Candangos, Vemaguetes, Fissores e Belcar, esse último sendo a preferência entre os taxistas da época.

Planta da fábrica da DKW-Vemag (clique para ampliar)
clique para ampliar

A antiga fábrica foi construída em uma área de 1.091.500 metros quadrados no início da década de 40. Com uma arquitetura audaciosa foi um dos maiores impérios automobilísticos brasileiro até a década de 60.

Localizada no número 1036 da Rua Vemag, bairro de Vila Prudente, às margens do rio Tamanduateí.

Não fica muito distante do famoso Ipiranga, bairro que foi palco de um dos maiores acontecimentos de nossa história: O grito de Dom Pedro I proclamando a Independência do Brasil. Hoje quem grita e esforça-se para ter a história da Vemag preservada são os entusiastas zelosos, representados por vários proprietários de veículos e membros de clubes como o Três Cilindros.

HISTÓRICO

A Vemag iniciou suas atividades em 1945, sendo no início uma distribuidora dos automóveis Studebaker inclusive sendo esta sua razão social. Esta empresa automobilística montava e distribuia para todo Brasil veículos das marcas, Massey Harris, Studebaker, Ferguson, Kenworths e Scania Vabis.

Na foto a vista aérea da fábrica DKW-Vemag

Na década de 50, o Brasil estava passando por diversas transformações políticas tendo como presidente Juscelino Kubitschek com o seu famoso lema “cinqüenta anos em cinco”.

Isso se refletiu na indústria automobilística, pois seu governo criou o Grupo Executivo da Indústria Automobilística (GEIA) e a Vemag foi a primeira fábrica que se beneficiou dos incentivos fiscais para a implantação de empresas de automóveis

Linha de montagem da perua DKW/Vemag Universal
Linha de montagem da perua DKW/Vemag Universal

O lema da Vemag era: “BRASILEIROS PRODUZINDO VEÍCULOS PARA O BRASIL“. A frase entrou para a história da indústria automotiva nacional, pois em 19 de novembro de 1956 era apresentada ao povo brasileiro a camioneta (ou perua) DKW-Vemag Universal, uma cópia do modelo fabricado pela Auto-Union, na Alemanha.

O Universal foi o primeiro veículo genuinamente nacional pelos parâmetros do GEIA, que não incluiu pequena Romi-Isetta, pois para ser considerado um carro de passeio o carro teria que possuir o mínimo de duas portas e quatro lugares

Linha de produção da DKW-Vemag

Em 1958 foram lançados o Jipe DKW-Vemag, posteriormente chamado Candango, o carro de passeio, posteriormente chamado Belcar e uma nova versão da camioneta DKW-Vemag, posteriormente chamada Vemaguet.

Já no ano de 1964, a DKW Vemag faz uma grande inovação: lança um modelo diferenciado e avançado para sua época. O DKW-Vemag Fissore, usando a base mecânica do Belcar mas com carroceria desenhada e desenvolvida na Itália. Seu design inspirou os BMWs do início da década de 70.

Veja fotos da fábrica e linha de produção da Vemag (clique para ampliar):

O FIM

A Vemag teve um papel fundamental na história automobilística brasileira. A fábrica chegou a ter cerca de 3.500 funcionários em 1967, ano que teve suas atividades encerradas.

Na Alemanha em 1964, a Volkswagen comprou da Daimler-Benz metade de suas ações tornando-se um dos proprietários da Auto-Union, gerando uma grande preocupação para a Vemag quanto a renovação da licença para fabricar carros DKW.

Linha de veículo DKW-Vemag

A Vemag resolveu reagir fazendo contatos com a Peugeot, Citröen e até mesmo a Fiat, mas nenhuma teve resultado positivo. No ano seguinte a Volkswagen acabou comprando a outra metade das ações tornando-se única proprietária da Auto-Union.

Em novembro de 1966, Lélio de Toledo Piza, presidente da Vemag, declarou a imprensa oficialmente que a Vemag associava-se a Volkswagen do Brasil. Ninguém sabia ainda, mas a Vemag estava partindo para o seu fim.

A Volkswagen do Brasil em setembro de 1967 assume a Vemag e também o compromisso de que não encerraria a produção dos seus automóveis, porém, seguindo uma tendência mundial a empresa alemã retirou do mercado os famosos motores dois tempos.

Após o encerramento da produção de veículos DKW, a empresa alemã continuou com a produção de componentes para abastecimento do mercado de reposição.

Reprodução

A Volkswagen ainda instalou seu departamento de desenvolvimento no antigo parque industrial da Vemag onde foram desenvolvidos alguns de seus futuros veículos: Brasília, Passat e até mesmo a primeira geração do Gol. A Fábrica 2 Volkswagen, como passou a ser conhecida, ocupou as instalações da Rua Vemag até a década de 80.

A DECADÊNCIA DO LOCAL:

Sua instalação atual é o reflexo do descaso do patrimônio industrial brasileiro. A antiga fábrica que tanto brilhou no passado hoje agoniza em meio ao entulho e passa despercebida diante dos olhos da multidão que utiliza diariamente a estação de trem Tamanduateí ou que frequentam o  Shopping Central Plaza, este construído justamente em uma grande área do antigo complexo industrial da Vemag.

DKWs estacionados diante da ruína da fábrica

O que restou da fábrica foi o prédio principal onde residia o complexo administrativo e a linha de montagem. Suas portas e janelas foram emparedadas. Ruínas são uma realidade neste finado espaço automobilístico e futuras instalações da estação Tamanduateí do metrô.

A Vemag é uma herança patrimonial e é o reflexo do descaso público perante o abandono do imóvel.

O que resta é fazer uma viagem ao tempo. Em 2006, em comemoração aos 50 anos do lançamento do primeiro veiculo genuinamente brasileiro, a camioneta Universal DKW-Vemag, os vemagueiros reuniram-se em frente da antiga fábrica e relembraram a trajetória da indústria automobilística que nunca vai ser esquecida, mesmo correndo o risco de ser demolida a qualquer momento.

Ruínas e mato no que antes foi a fábrica da DKW-Vemag

No sentido ao contrário que acontece no Brasil, a antiga fábrica da Auto Union, atual Audi com sede na Alemanha, cidade de Ingolstad, possui um museu com toda a história da marca, inclusive constando em seu acervo um modelo de fabricação brasileira. Reflexo de um país que sabe preservar e respeitar a memória automobilística.

Veja abaixo fotos atuais da antiga DKW-Vemag (clique na foto para ampliar):

ANEXOS:

1 – Vídeo institucional da fábrica da DKW-Vemag produzido em 1964 pelo cineasta Jean Manzon

2 – Série Especial ˝Patrimônio Abandonado˝
A Rede RIT de Televisão realizou, no final de março, uma série de reportagens com o apoio da equipe do São Paulo Antiga, e uma delas foi justamente sobre a antiga fábrica da DKW. Assistam ao vídeo e confiram a participação da historiadora Glaucia Garcia de Carvalho

3 – Galeria especial: Propagandas publicitárias históricas da DKW-Vemag (clique para ampliar):

Agradecimentos: Daniel Granja e Wlademir Carvalho 

Biografia consultada:

  • A História da Resolução N.1 do G.E.I.A

Este artigo foi ampliado e revisado em 18 de fevereiro de 2019.

Compartilhe este texto em suas redes sociais:
Facebook
Twitter
WhatsApp
LinkedIn
Siga nossas redes sociais:
pesquise em nosso site:
Cadastre-se para receber nossa newsletter semanal e fique sabendo de nossas publicações, passeios, eventos etc:
ouça a nossa playlist:

Casa: rua Salete, 33

Antiga casa localizada na rua Salete, 33, no bairro de Santana. A construção está bastante deteriorada e seu teto já desabou parcialmente. Trata-se de um

Leia mais »

99 respostas

  1. é, como está, e sendo um prédio relativamente moderno sem muitos atrativos a não ser o histórico, a tendência é ir para o saco mesmo. Não sei o que se passa hoje, mas pelo visto a tendência é construir mais um pombal de luxo por aí. Mais gente para afundar de vez a infraestrutura precária de SP. Melhor seria fazer um parque e deixar as ruínas, mas sabe quando???

    1. Prezado Ralph,
      Não é bem assim. A fábrica foi um marco importante, porque foi responsável pelo primeiro carro fabricado no país, além de ter sido a única ‘genuinamente’ brasileira dessa fase inicial.
      A área que ‘restou’ da fábrica é relativamente pequena e poderia ser facilmente restaurada para se transformar num centro cultural, serviço muito carente naquela região.
      Abraço
      Ari Rocha
      (arquiteto/designer)

      1. Prezado Ary,
        Concordo.
        Veja, esta área poderia abrigar um museu contando á história dos primeiros passos do automobilismo no Brasil, inclusive com a participação do Sr Gurgel.
        É uma pena mesmo que uma país como nosso tenha restritata sua cultura e história, eu com orgulho digo, tive um veículo da Vemag!
        Abraços

        1. eu sou louco de vontade de pegar um vemag para reformar… aqui no rio grande do sul ainda se vê uns belcars rodando com o motor 2t original…

          1. ai no RS ainda tem uma oficina de DKW que funciona e tem o nome de uma renomada oficina que existiu aqui em SP
            o nome da oficina é Comercial Dekabras que eu tive o prazer de ter trabalhado nessa oficina
            procure ai no GOOGLE aque vc bai achar abrç

      2. Concordo caro Ari. O local poderia ser restaurado em seus detalhes originais e manter a cultura automobilística à época, onde proporcionaria a exposição dos carros pelos colecionadores e afins. Nosso país é pioneiro em culturas, mas ao mesmo tempo destrói seu passado por desinteresse comercial, o que vislumbram, apenas interesse comercial e não cultural. Lamentável.

        1. Em Curitiba Pr no Bairro da LIndóia, havia um mecânico, já falecido, que consertava só veículos DKW. era a especialidade dele, e a sua oficina vivia cheia de clientes isto em 1984.

  2. Acho muito importante o trabalho do SPa porque a memória só se perde em definitivo, quando não há registros. Não só essa matéria, mas muitas outras no site, são imagens da minha infância, adolescência e vida adulta, que a nossa falta de vocação para a história, vai transformando tudo em escombros. Nosso senso de progresso ainda tem arraigado o espírito da motoniveladora. Uma pena. Mais uma vez parabéns pelo trabalho.

  3. Eu lembro perfeitamente dessa famosa marca “DKW-Vemag”. Era um veículo tido como o mais econômico em termos de consumo de combustível. Cheguei a pensar em adquirir um desses veículos, mesmo porque era de um visual chamativo. Infelizmente a Volkswagen botou um final melancólico, ficando apenas a lembrança. Só consegui adquirir meu primeiro veículo em 1968. Advinha: Isto mesmo, um volkswagen ano 1966 (usado mesmo). Quanto ao imóvel em que funcionou a fábrica, o destino é incerto, Esperemo para ver!

  4. Complementando:
    Seria uma forma de Governo do Estado e Prefeitura praticarem, a política de inclusão que eles tanto ‘alardeiam’.

    1. Infelizmente meu caro Ari, a prefeitura e o governo do estado estão dando uma banana pra inclusão social. É a cruel realidade a respeito daqueles que nos governam… lamentavel mesmo!

  5. Parabéns pela matéria! Fiquei sabendo pelo blog do Flávio Gomes. Uma aula de história factual, com fotos de diversos matizes, googlemap, vocês estão de parabéns! Na Zona Norte, a construtora Goldfarb está PAPANDO tudo quanto é fábrica antiga, para construir seus pombais nem de tanto luxo assim, populares mesmo. Indaguei à construtora pela sustentabilidade ambiental dos projetos e, alguém teve resposta? Eu também não. Abraços! Ótimo 2010!!

  6. Muito boa matéria , clara , enxuta e direta com referências precisas . Legal !
    Sou suspeito pra falar , pois sou um apaixonado por DKW mas , qualquer coisa tipo centro cultural , museu , faculdade ou algo similar , já valeria a pena ! São Paulo tá muito inchada , precisa parar e ponderar ! Valeu !

  7. Vale lembrar que o nome da empresa holding do Grupo Matarazzo é S/A Inds. Reunidas Fábricas Matarazzo e não Francisco como costumeiramente costumam apresentar, e quanto ao abando do patrimônio industrial na cidade é uma constante decorrento do processo de desindustrialização da Região Metropolitana de São Paulo que acontece desde a década de 80 tendo sido alavancado na década de 90 e anos 2000.

  8. Muito triste esse abandono. Trabalhei na parte administrativa dessa suntuosa fábrica. Com apenas 16 anos era secretária da seção de contabilidade. Infelizmente, o que poucos sabem, a fábrica estava sempre no vermelho. Presenciei o lançamento do Fissore, carro genuinamente brasileiro, que teve vida curta. Foi um meio de se livrar dos pesados royalties dos demais carros da linha. Como tudo que ameaça o “bem-estar” dos grandes, o Fissore — de linhas arrojadas para a época — não prosseguiu.
    O hipermercado WallMart está próximo da Vemag e quando passo por lá, confesso que sinto uma grande tristeza.
    Como tudo no Brasil, não se dá valor ao que é brasileiro e à conservação de nossa memória. Que pena!

    1. vi um fissore a uns dias atrás, todo original por fora mas com motor e câmbio de 5 marchas do corcel no lugar dos originais… sempre gostei dos modelos dkw por causa do motor 2t…

  9. Parabéns mesmo pela relíquia relembrada, lembro-me perfeitamente dos veículos, até porque comprei um dkw, que pertenceu ao meu irmão mais velho e rodou dez anos na praça, era um modelo 1961, rodou 450.000 km sem precisar de retífica, só aquela manutenção básica, excelente máquina. Quanto ao descaso do patrimônio histório, o industrial é só mais um, pois entra e sai governantes e são farinha do mesmo saco, aconselho a lerem o livro revolução dos bichos, é igualzinho ao Brasil e esses pelegos ora do PSDB, PT, e o mais prostituto de todos o PMDM.
    Se fossem só um por cento do que foi a Vemag do Brasil em termos de funcionamento, seriamos a maior nação do mundo.
    Desculpem-me, mas tenho que desabafar.

  10. O ideal seria o local abrigar um Museu do Automóvel Brasileiro …

    Mas é mais fácil voltar a sair Vemaguete 0km de lá do que a área se transformar em museu de automóveis …

    Vai virar prédio de apartamentos com quartos de 2,70 por 2,30 para serem pagos em 120 prestações … Ah, e com garagens que mal cabem Fiat Unos ….

    Abraços

  11. Senhores!
    Ontem me deparei com este artigo no site, por mim já na coluna meus favoritos,há algum tempo.Parabens pela matéria e pelas fotos em arquivo e as atuais.Moro próximo, na Vila Prudente, há 23 anos.Vi eu e minha familia, a derrubada da antiga fabrica Vemag/Volkswagen e a construção do Shopping Central Plaza em pouco mais de 2 meses.Moro em um apartamento na rua Ibitirama, proximo a padaria Cepam(pra quem não sabe, é a fabrica dos panetones Village)e ele o apto. fica de fundos no condominio e eu vejo diurtunamente o shopping inteiro. Qando vamos ao shopping fazer compras ou mesmo no Vall Mart,e entro pela entrada da rua Guamiranga, meu filho, sempre me pergunta, sobre o predio abandonado das fotos. Papai que prédio feio é esse?E eu respondia aletóriamente…sei lá, é uma antiga fabrica em ruinas.Mal sabia vendo a reportagem do site que era a fabrica da antiga Vemag. Pois bem,essa area toda, foi comprada, creio eu, pela Volkswagen, lá pelos idos de 1968/69.Bem,quando foi construido o shopping, será que este, comprou a area toda ou so comprou a area que foi construido o shopping?Isso é uma coisa, para se verificar, com quem ficou aquela area com o shopping ou com a Volkswaguen.Queridos proprietários do site, investiguem essa probabilidade de quem pertence essa area e quem sabe exista interesse da parte deles em se construir alguma coisa de educativo na area, já tão degradada.Aquela idéia dos colegas em se fazer um centro cultural ou até mesmo um museu do automovel, seria muito bacana e valorizaria a area de entorno do shopping, com a futura estação do metro, no local.
    Abraços.

    1. a volkswagenwerk incorporou a vemag em ’66 quando começou a incorporar as operações mundiais da dkw, e tirou os modelos de linha em ’67 pq representavam uma ameaça para o k70 (1º modelo da marca a ter motor dianteiro refrigerado a água e tração dianteira), menos uma fábrica na espanha que hoje pertence à mercedes-benz e foi de onde saíram as vans mb180d (até tem algumas rodando no brasil, inclusive umas que foram importadas já adaptadas pela planchisteria bergadana para servir de ambulância)…

      1. Meu caro, eu não acreditoque o DKW tenha sido uma ameaça ao K70, em termos de concorrência, porque a Auto Union, fabricante dos DKW, formou, junto com a Horch e a Wanderer, a Audi. O primeiro modelo VW com motor refrigerado a água salvou a empresa de possível fa`^encia, eis que os antigos motores refrigerados a ar tinham baixa potência específica e, assim, forma considerados obsoletos na Europa e Estados Unidos, pois tinham consumo alto para uma baixa prestação. A VW foi um espólio de guerra que ninguém queria sssumir, tendo sido salva no pós-guerra pelo Prof. Heinz Nordhoff; porém, a atualização tecnológica de tal motor dependeria de pesquisa tecnológica que, somente a Porsche, conseguiu para os motores refrigerados a ar. Os Auto Union com motor de ciclo dois tempos (DKW)revelam-se ineficientes para motores de cilindragem mais alta, pois,acima de um certo tamanho, o consumo de combustível ~era muito alto sem o correspondente aumento de potência. A Audi enfrentava problemas administrativos e foi comprada pela VW e, naquele momento, o único projeto pronto para o fabrico imediato era o do K-70, que era projeto já arquivado na Audi, tendo sido o salvador da primeira, eis que, em termos administrativos, a VW era sólida, com presença marcante no mercado mundial, ao contrário da Audi, mas faltava a ela um projeto inovador… Quanto aos motores dois tempos, a Yamaha desistiu de fabricá-los acima dos 500 centímetros cúbicos, pois acima disso não tinham rendimento compensador…

        1. na austrália ainda tem uns entusiastas fazendo pesquisas com motores 2t, inclusive acima de 500cc…

          http://www.twostrokeshop.com/

          e para uso náutico, principalmente depois do desenvolvimento de sistemas de injeção direta para motores 2t (por sinal, outro desenvolvimento australiano) ainda são bastante utilizados…

  12. Meu pai teve Candangos e Vemaguets até o fim da produção. Hoje tenho um Candango 58 e só posso ficar triste com o fim melancólico da última referência que existia da fabricação dos DKW-Vemag. Triste do povo que não preserva sua própria história.

  13. Caros, não conhecia bem a história da vemag, agora sei o quanto essa empresa foi importante na história automobilística brasileira.. o texto é bem completo, sem exceção de informações. “admiro” bastante o descaso com o patrimônio histórico nacional, e digo tambem que infelizmente isso se repete em várias cidades brasileiras. eu moro em Guarujá, ao lado de uma cidade histórica que é santos, e basta dar uma volta pelo centro de santos para se deparar com várias construções que estão “estragando” com o tempo… acho que mais da metade delas em toda a cidade estão em mau estado de conservação e abandonadas. infelizmente é assim e não podemos fazer nada, ao menos que focemos ricos de dinheiro rsrsrsr

    um abraço a todos.

    1. GLAUCIA: Mas o que vão fazer naquela região??, prédios de apartamentos??, a menos que o dono do Central Plaza tenha comprado o que resta da fábrica para ampliar o Shopping, mas ultimamente escutei até boatos de que o Central Plaza ia fechar (o que, pelo que fiquei sabendo, não aconteceu)

  14. Adorei este site, é ao mesmo tempo triste e alegre apreciar este tipo de reportagem. Triste pelo abandono e perda de um patrimônio histórico que nunca mais poderá ser recuperado. Alegre pelas recordações e bons momentos que muitos destes lugares nos remetem. Parabéns pela iniciativa, o São Paulo Antiga já está na minha lista de favoritos, embora não more mais em São Paulo.

  15. Quanta hipocrisia. Tombar duas paredes caindo aos pedaços? Já era, minha gente! E convenhamos: tombamento só é bacana na propriedade alheia.

    1. Juca…
      Não é hipocrisia. Neste local existiu uma indústria automobilística que fincou sua história e poucas pessoas sabem a sua importância. Em Guarulho,s um grupo de professores entrou com um pedido de tombamento de uma parede que pertencia a primeira indústria de tijolo da cidade. O processo está para ser votado e tem grandes chances de ser tombado. Tombamento é essencial para a preservação não apenas do imóvel, mas também para a história do nosso país.

    2. Juca, você sabe qual é o monumento mundial mais importante para a religião judaica?
      Está em Jerusalém, e é um muro, isso mesmo, apenas um muro, hoje chamado de “Muro das Lamentações”.
      Estive na fábrica VEMAG, ou no que dela restou, em 19/11/2006, nos 50 anos da saída, por aqueles portões, da 1ª camionete DKW Universal brasileira.
      Fiz questão de pegar, nos escombros, um tijolo, que guardo, com muito orgulho, em minha estante, como uma lembrança tombada da “maternidade” de meu carro.
      Você possivelmente é um jovem que ainda não aprendeu a dar valor à essas coisas… não sabe o que vai perder, em seu futuro… é de dar pena…

  16. Muito bacana o post, e mais ainda os comentários, o que torna tudo ainda mais rico, saimos todos ganhando, podem ter certeza.

    Só tenho uma maneira um pouco diferente de pensar, ela difere na concepção de que a culpa de determinados abandonos ou de todo abandono é do governo, ou dos brasileiros, especificamente da nossa tremendamente acalcada falta de cultura para preservação da hostória.

    Eu discordo disso no seguinte ponto. A cultura e formada por nosso habitos que em conjunto dão forma ao que chamamos de cultura.

    Não acredito que de para salvar tudo, por mais importante que tenha sido uma fabrica, não é necessáriamente deixando um prédio de pé que que estaremos celebrando aspectos importantes da nossa cultura. Creio que existem maneiras mais eficientes de documentar a historia e de celebrar seus feitos do que manter todos os prédios antigos de pé.

    No meu entendimento, o ideal seria quando não fosse possivel e ou desejavel manter um imovel no estado original, que este fosse destruido e ou remodelado para servir para novos usos para a cidade e obviamente para as pessoas que formam uma cidade.

    Uma outra consideração que tenho é que se queremos preservar algo, seja mantendo, e conservando-o seja remodelando, reconstruindo, recriando, devemos nos unir e mostrar o caminho. Poderia-mos estudar modelos de corservação e ou remodelação existentes em outros lugares do mundo, que tenham uma particularidade próxima a nossa, que poderiam ser aplicados por aqui. Ou mesmo poderiamos criar novos modelos e colocalos a prova.

    Dizer que tudo esta abandonado, que nada é feito, que não se tem cultura e por ai vai, ao mesmo tempo que nada fazemos para mudar a situação, bem não vai mudar nada, nem aquele rasgo ali no sofá.

  17. Numa visita a S.Paulo e procurando o que fazer na cidade, encontrei esse site.
    Meu pai trabalhava na Auto Union em Düsseldorf e em 1958 mudou-se para SP com a família.
    Ainda me lembro, quando menino, que muitas vezes o pai voltava tarde porque tinha que resolver problemas urgentes principalmente no que tange as instalacoes das novas linhas de producao. O momento mais feliz era quando ele vinha com o novo modelo do ano; eu passava a noite brincando atras do volante. Tb as famosas mil milhas de Interlagos eram fascinantes os DKWs brancos número 10 e 11, que competiam com veículos muito mais possantes.

    Seria um exito ter um Museu do DKW em S.Paulo, talvez mesmo num recinto da antiga fábrica. Existe algum grupo interessado que eu pudesse contatar. Moro perto de Nürnberg onde existe o Clube DKW. http://www.dkw-club.org/de/dkw-die-geschichte-von-1902-bis-1968/dkw-suedamerika.

    Mario

      1. Marcio Lemes, bom dia!

        Vc trabalhou na puma neste periodo? Gostaria de saber se vc teve ou tem contato com o chefe de produção José Mauro Pereira, faz algum tempo que estou tentando localiza-lo.
        Grata

  18. Ótimo artigo. Levar novamente os carrinhos em frente a fábrica seria bom. Talvez um pouco de fumaça ajude as autoridades abrirem os olhos.

  19. Camaradas!
    O artigo é ótimo morei na Praça Orlandia (hoje Av. Dr. Francisco Mesquita) na época em que com as enchentes a molecada se divertia catando peixinhos.
    Assisti desde pequeno o império da DKW da Volks e hoje só assisto os impérios dos hipermercados e condominios de espigões, dá tristeza.

  20. Infelizmente este é mais um entre outros capítulos de nossa história que simplesmente desaparece do conhecimento de nossa população, e todos acabam tendo uma parcela de culpa, o governo e a população.
    O governo pelo descaso ou vantagem, e a população pelo comodismo de aceitar e não cobrar uma política para essa questão.`
    É muito triste passar diariamente ao lado desta fábrica desativada e ter várias pessoas ao meu lado que nem sequer sabe o que aquilo já representou numa brilhante época Paulista.

  21. OBRIGADO PEQUENOS NOTAVEIS, PEQUENOS NAO PELO TAMANHO E SIM PELA A TRISTEZA QUE SAO POUCOS COM ATITUDES COMO ESTAS DE VALORIZAR A NOSSA HISTORIA. SOU ADMIRADOR DE FATOS PESSOAS PREDIOS LOCAIS ANTIGUIDADES DA HISTORIA EM SI. CONHECO O LOCAL CITADO POR COINCIDENCIA CARREGUEI MEU CAMINHAO NA RUA CITADA E ME CHAMOU ATENCAO AQUELAS RUINAS ATE ENTAO NAO SABIA QUE SE TRATAVA DA VEMAG, AO SABER FIQUEI MAIS TRISTE POR SE TRATAR DE UM LOCAL DE UM LUGAR QUE FOI TAO IMPORTANTE PARA NOSSA HISTORIA. MAS INFELIZMENTE NOSSO PAIS E ASSIM COM PODER PARA POUCOS E ALGUNS QUE OLHAM SO PARA O SEU EMBIGO. POLITICOS DESPREPARADOS OU MELHOR MAU INTENCIONADOS. MAS MEUS CAROS A ESPERANCA E A ULTIMA QUE MORRE, E REDOBRA QUANDO SE DEPARAMOS COM PESSOAS COMO VCS. MUITO OBRIGADO GIGANTES BRASILEIROS. E QUE DEUS OS ABENCOE!

  22. Olá,
    Gostei muito da matéria, sempre que ia ao shopping Central Plaza, que fica ao lado da antiga fábrica, ficava imaginando o que teria sido nesse local.
    Sempre imaginei os funcionários saindo das instalações…

    Fico triste com muitas histórias que leio aqui, mostra que o povo não dá muito valor a sua história…

  23. Belissima materia !!! apesar da tristeza de saber que a memoria nacional praticamente não existe !!! Em 1966 adquiri um DKW 1959 e residia na MOOCA em São Paulo, bem proximo a fabrica da DKW . Na verdade aquele local chamava-se Vila Carioca. Acho que os dirigintes de Clubes e todos aqueles que têm interesse na historia automobilistica deveriam unir forças e “sugerir” ao governo de São Paulo a revitalização do espaço e transforma-lo num Museum do Automovel Brasileiro.

  24. VOLTEI AO PASSADO!!

    QUANDO CRIANÇA RESIDIA HA POUCO MAIS DE 500 METROS DA FABRICA(VILA CARIOCA), ERA COMUM MESMO DO LADO DE FORA ASSISTER OS TESTES. AO ASSISTIR NOVAMENTE A MATERIA RELEMBREI DA PISTA QUE FAZIA TESTE DE SUSPENÇÃO E AMORTECEDORES. NUM PISCAR DE OLHOS ME REPORTEI AO PASSADO, FOI SENSACIONAL.

  25. amigos, nao foi so a DKW nao mas tbm a willes doBrasil com seus gordine e dophine, carros pequenos com 4 portas e motor renot,muito economico, que seria otimo para epoca de hoje, com ruas engarrafadas e facilidade de estacionamento.um carro que fasia 14km por litro naquela epoca.

  26. A memoria do VEMAG esta em alta em março/2012 aconteceu em Poços de Caldas um encontro nacional de VEMAG’s reunindo mais de 50 modelos
    Em 27 de maio 2012 vai acontecer em Piracicaba – SP uma corrida de VEMAG’s
    O VEMAG continua vivo…

  27. Hoje ao receber esta mensagem de uma amiga sobre este valioso patrimonio de São Paulo,fiquei emocionada.
    Tenho uma linda foto onde meu pai,já falecido recebia das mãos de seu chefe Sr. Domingos um troféu por merecimento. Papai trabalhava no setor de pintura onde foi promovido a Lider de setor,neste mesmo evento.Sou paulista de São Caetano do Sul,hoje resido em Porto Alegre a saudade muitas vezes me leva para a infancia onde esta empresa oferecia aos funcionarios e familia lindas festas de Natal,onde alem de presentes recebiamos lanches diversão e papai levava para casa uma linda cesta de Natal. Agora chega já estou chorando pelo bom tempo e saudades de tudo que lembra São Paulo.
    Um grande abraço Maria Aparecida

  28. Srs.que acessam este site, vejo alguns testemunhos reais,alguns melancólicos ao verem no que se transformou aquele ‘império’ produtivo dos primeiros carros brasileiros, outros nem sabiam o que teria sido aquele espaço, hoje transformado num verdadeiro escombro. trabalhei lá de 1964 a 1967, com 14 a 17 anos de idade, office-boy, andava por tudo aquilo. hoje, quando embarco ou desembarco na estação do metrô Tamandauteí (antiga Parada Vemag), pois moro em Santo André, fico alguns minutos contemplando o que resta e me vem à memória em cada pedacinho daqueles escombros, o que era naquela época, que setor ali funcionava, as máquinas gigantescas, prensas, tornos, pistas de testes, o escritório central, papelaria, etc. e nada nada foi planejado para se guardar na memória pública, a não ser dos saudosistas como nós que aqui nos manifestamos. Mas isto é a cultura brasileira, que prefere acionar tratores em tudo o que de bom existiu e que serviria para as gerações futuras valorizarem os alicerces desta nação. trabalhei (como office-boy) no escritório da Ferramentaria. muita saudade da VEMAG, dos DKW´s que tanto sonhei em ter um deles um dia, mas com 18 anos de idade já não mais era produzido (1968) e mesmo um usado não tive oportunidade de comprar. quem sabe um dia ainda… abraços saudosos a todos.

  29. Gente,

    Sou fascinado pela história da DKW no Brasil. A fábrica era incrível, assim como os carros! É realmente uma pena que tenha sobrado tão pouco deste marco da nossa indústria.

    Abraços!!!

  30. Meu pai trabalhou na VEMAG E POSTERIORMENTE NA VOLKSWAGEN, DE 1964 ATÉ 1980 só na fábrica 2, NA ENGENHARIA, conheço diversas histórias sobre este lugar, como as enchentes do Rio Tamanduatei nos anos 70 que tomavam toda a fábrica e ele tinha que sair rápido se não ficava preso dentro da fábrica, diz que chegava a quase 2 metros de água, moravamos no Ipiranga na Rua Carintiana,36, por ser perto sempre vinha em casa pra almoçar. Ele ficou muito triste quanda a um tempo atrás foi lá para ver como estava e constatou que estava em ruinas. Graças a Deus ele está vivo e com muita saúde e quando dá me conta uma nova história dessa época que diz que foi a melhor de sua vida… E como desabafo meu pessoal, a Volkswagen sempre destruindo as tradições, sem pudor, como fez com a VEMAG e com a DODGE no ínicio dos anos 80.

  31. Eu tenho ações desta empresa aqui comigo, comprada por meus avós e pais.
    Fiquei feliz em ver que existem e muitas pessoas que são interessadas nesta empresa.

    1. Prezado Senhor João,

      Pertenço a um grupo que reúne mais de 600 proprietários de DKW no Brasil. Temos interesse especial em toda a documentação que se refira à Vemag. O Sr. cogitaria em negociar esses papéis, para que os memos pudessem ser conservados e difundidos aos demais participantes ?

  32. Nascido em 64 eu tive o privilégio de crescer dentro desses carros, mais especificamente em duas Peruas DKW’s , uma 63 azul claro e uma 67 do último modelo quatro faróis adquirida zero pelo meu pai, de cor café com leite que viria a ser pintada de vermelho na década de 70, ficou conosco até 78. Saudades das nossas viagens de férias ao interior paulista, onde íamos eu e mais 2 irmãos no porta-malas da valente peruinha. O ronco do tricilíndrico 2T está gravado a ferro e fogo na minha memória. Dá fábrica só restaram algumas paredes externas do prédio principal da rua Vemag, menos de 20% do grandioso complexo original. Saudades.

  33. trabalhei na Vemag de fev 1961 a jul 1964 e depois voltei a trabalhar la mesmo, agora como VW de maio 1971 a abril 1974, meu papai foi supervisor da funilaria durante 14 anos e meu começou la com 13 anos e se aponsentou na VW.
    temos uma vida de boas lembranças e um saudosismo imenso,
    fico chateado pela falta de respeito com a base de nosso historia automobilistica/ metalurgia

    1. salvador g mas, bom dia!
      Vc trabalhou na puma neste período? Gostaria de saber se vc teve ou tem contato com o chefe de produção José Mauro Pereira, faz algum tempo que estou tentando localiza-lo.
      Grata

      1. Angela, ola! infelismente nao tenho mais contato com o pessoal, mesmo assim não trabalhei na Puma, sempre trabalhei nas areas de ferramentaria.

  34. Bons tempos, especiais recordações, trabalhei na Vemag de 1960 a 1963, tinha 14 anos quando entrei, foram dias memoráveis,era uma alegria ver cada veículo saindo de suas linhas de montagens, mas… tudo passa, fica a memoria muito agradável.Pessoal maravilhoso.

  35. Quando nó deixaremos de lamentar e de fato faremos algo para preservar a historia do Brasil? Estive em São Paulo no início do ano e vi varias estações de trem antigas de bela arquitetura,que em outros países seriam preservadas mas em São Paulo estão apodrecendo se elas não servem mas à função original poderiam ser pequenos centros de história da cidade e do estado ajudando a preservar a identidade do Paulista que alias é o que mais se hoje em dia os jovens sem valores e sem identidade cultural.Acham que ser Paulista ou Paulistano é torcer pra um time de futebol.

  36. Olá ,,, lendo os comentários variados , não posso deixar de contar minha história:Morei em Registro-SP entre os anos 64 à 67. Recebi num negócio uma Vemaguete 63 azul claro com 11 000 Kms e usei 2 anos. Voltei para o sul e depois fui a São Paulo e comprei um DKW 62 muito inteirinho.Passado alguns anos aqui onde moro , comprei outra vemaguete 63. Como eu tinha uma oficina mecânica e meu sócio já tinha trabalhado em revendedora , reformamos ela , ficou muito linda.Hoje pesquiso muito atras de uma vemaguete 67 para que eu possa adquirir. Também sou apaixonado e saudosista dos DKWs. Quem tem uma em bom estado, pede muito caro, e eu hoje aos 70 anos não estou mais em condições de reformar uma , por diversos motivos.Mas assim mesmo se eu encontrar uma dentro de minhas posses, irei comprar somente para dar umas voltinhas, e contar histórias para meus netos. Deixo meu abraço à todos os adniradores desta marca que deixou saudades.

  37. Bem pessoal, por tudo o que já lí, quero parabenizar a todos que fizeram essa linda materia..Hoje, aos meus 61 anos, chego a conclusão de que tudo de errado que tem acontecido ao longo da nossa estoria foi a falta de vento, explico: As caravelas não iam parar no nosso litoral, mas faltou vento para prosseguirem (calmarias)aí foi o nosso fim.Porisso nossa historia não tem sido preservada, que pena. Sou o primeiro nordestino (Nasci e moro até hoje em Natal-RN) a deixar uma opinião aqui,mas Deus me tornou um previlegiado: dos meus nove aos meus dezessete anos foram em cima de Belcar.Meu pai inicialmente sob minha pressão comprou um 61 semi-novo, depois veio um 62 novo,64 (1001)novo, e por ultimo um 67 tambem novo. Hoje, agradeço ao meu maravilhoso Deus, estou perto de concluir a restauração de um 66, que adquiri a cinco anos, e estou fazendo êle igualzinho como saiu desta brilhante fabrica.Forte abraço a todos, Fernando Macêdo 84-8823-7512

  38. A ideia de se fazer um museu no lugar que sobrou da fábrica é ótima, mas isso não é fácil de acontecer.
    O que resta para nós apaixonados por essas Pequenas Maravilhas é curtir as fotos antigas, e os nossos
    DKW Vemag.
    O meu é um BELCAR 1967 Azul noturno.

  39. Ainda me lembro quando os adultos da época tinham um slogan: Prá comprar é DKW prá vender é de Kgar.

  40. Eu moro pertinho dessa fábrica da Vemag, aliás, sabia que a Vemag um dia foi naquela região, mas não sabia que era ali, aliás, a estação de trem antiga que tinha ali grudada a Vemag também foi demolida, quantas e quantas vezes passei por ali e entrava na antiga estação de trem para ir ao Sacomã, realmente é lamentável a situação desse prédio, praticamente só existem as paredes dele hoje, sendo que poderiam montar um museu do DKW ali, aliás, outro prédio histórico que foi demolido é a antiga fábrica da Volkswagen na Rua do Manifesto no Ipiranga, que antes de ser demolido era fábrica da Toledo (balanças), é o mesmo caso da Vemag, que hoje poderia abrigar um museu da VW, mas enfim, para nossas “otoridades”, essas construções e os carros antigos são um monte de coisa velha. 😛 😛 😛 😛

  41. É UMA PENA, QUE MAIS UM PRÉDIO COMO O DA ANTIGA SIMCA DEPOIS CHRYSLER,VENHAM A DESAPARECER !

  42. comecei em 1973 com 13 anos de idade a consertar DKW VEMAG hoje com 54 anos já cheguei a Ferrari Mercedes-Benz automóveis me dando assim muitas alegrias por ser um mecânico renomado e depois supervisor de Oficina e tudo começou a com a DKV.

  43. Meu pai teve um DKW. Este carro era conhecido, também, por “deixa ver”, devido a porta ser invertida, não sei se este é o termo certo. Naquela época, as mulheres não usavam calça comprida, então, quando desciam do carro, deixavam as pernas à mostra. Diziam, também, que a Volks comprou a Vemaguet para acabar com a concorrência. Era uma marca de excelente qualidade. Me lembro de uma viagem que fizemos ao Estado do Paraná, na década de 60, quando tivemos que passar uma estrada de terra que cortava uma serra num dia de chuva. Muitas carros ficaram pelo caminho, mas o DKW passou numa boa. E olhem que no carro estavam três adultos e quatro crianças. Saudade!!!

  44. Infelizmente o nosso PAÍS governado por um bando de cabeça-de-bagres só sabem destruir o que outros fizeram e junto seus sonhos.Alguém já ouviu falar de uma fábrica de carros nacional chamada IBAP ( indústria Brasileira de automóveis Presidente ) em s.b.campo sp no ano de 1963, produziu o carro DEMOCRATA,levado por um sentimento patriótico Nélson Fernandes colocou no logotipo da marca o contorno do mapa do BRASIL .Carro este que poucas ou nenhuma pessoas viram rodando por que antes de chegarem as ruas a indústria foi sumariamente perseguida até decretarem sua falência ! O povo é dono do poder,mas os políticos têm a posse das armas! http://pt.wikipedia.org/wiki/Ind%C3%BAstria_Brasileira_de_Autom%C3%B3veis_Presidente

  45. Meu pai José Palacio (falecido a 1 ano) fez parte dessa história. Responsável pela retífica de motores da Volks Vemag, Permaneceu lá até seu fechamento quando passou a trabalhar na Volks de São Bernardo. Eu e minhas irmãs passeamos muitas vezes pelos corredores da fábrica junto de meu pai. Muitas histórias como enchentes frequentes, onde os funcionários ficavam presos dentro da fábrica. Teve vez de meu pai chegar de manhã no escritório e ver mesa e papéis no meio da água, muito triste. Meu pai se aposentou na Volks e continuou trabalhando até 1992, com uma proposta boa se desligou da empresa. Seguiu seu trabalho na área automoyiva trabalhando no IQA na sua inauguração em 1995 até maio de 2014 quando veio a falecer. Foram total de 5o anos na área automobilística.

  46. Trabalhei na Engenharia VW área de laboratório de motores ou Dinamometros da Rua Vemag Ala IV de 1973 a 1982 …

    As enchentes eram frequentes e tinhamos que limpar e reparar os danos ,ano após ano,a ponto de nos acostumarmos , mas eu costumo dizer que a Fabrica II era como uma cidadezinha de interior onde todo muito se conhecia e não havia burocracia, numa época em que primava o papel conseguiamos o máximo de eficiência porque podíamos contar uns com os outros.Quanto a planta creio que a VWB perdeu a grande chance de criar um Museu do Automóvel a exemplo do que existe na Alemanha , porque afinal tratava-se de um imóvel Histórico,espero que não cometam o mesmo êrro com a planta de SBC…
    Não sou nenhum saudosista mas é bom as vêzes voltar ao passado e lembrar dos amigos especialmente os que ja se foram e acabamos de perder um grande amigo Joel que começou como pilôto de Provas em 1959 e aproveito para prestar aqui minha homenagem…

  47. Trabalhei nessa fábrica quando então já pertencia ao Grupo Volkswagen nos anos 80, na retífica de cabeçotes refrigerados a ar. Nessa época era chamada de VW Fábrica II..Lá Existia um Depósito de Peças e uma Retífica de Motores. Nessa época, nessa planta, a Volkswagen retificava motores e vendia para as concessionárias como motor retificado pela fábrica. Lembro que na época que eram retificados e montados por dia cerca de 350 Motores Refrigerados a Ar e 80 Motores Refrigerados a Água. Nessa época ainda tinha lá muito maquinário da extinta VEMAG. Lembro-me de salas desativadas que ostentavam fotos da antiga linha de montagem. Lembro também ter visto pequenos lotes de peças ( eixo comando, virabrequim e bloco do motor)… Uma pena desfazer assim de uma história tão importante… Uma pena…

  48. Um povo que desconhece e não honra seu passado, tende a não ter futuro. Assim é o Brasil, não preserva nada, valores, patrimônio, história. Acham mesmo que isso aqui tem futuro??? Claro que não.

  49. Eu gostaria que o DKV voltasse a ser fabricado. Isso geraria muitos empregos, ajudaria muitos jovens e tiraria o Brasil desta crise.
    Lazaro Vieira, Sãp Paulo

  50. Parabéns pelo empenho e dedicação de todos os envolvidos! Essa é uma história que faz parte do Brasil e não pode ser esquecida! O meu agradecimento a todos!

  51. Infelizmente esse não é o único caso. Lembro-me da fábrica da Engesa de veículos militares. É por tudo isso que hoje o Brasil é um país quebrado. Ainda o pouco que restou, os políticos roubaram.

  52. Trabalho no shopping ao lado.. sabia que aquelas ruínas eram da antiga fábrica Vemag, mas não tinha conhecimento de sua grandeza.
    Pesquisando, cheguei neste documentário e fico com um sentimento de indignação, ao saber que ali reinou um orgulho do Brasil.
    Cada vez que olhar pra ali agora, sei que esse sentimento virá a tona..

  53. Boa noite a todos meu nome Luiz A. Menegotto , trabalhei na Vemag quando menor na seção de peças , local permitido que menor pudesse trabalhar,. Fui contratado aos 13 anos de idade , fiquei por ali ate a VW , acabar com aquela magnifica empresa, sinto muitas saudades desses tempos dourados . Abraços a todos

  54. Meu pai chegou em 1958 ao Brasil, saindo da Auto Union de Düsseldorf para trabalhar na Vemag.
    Lembro ele feliz chegando em casa quando se havia cumprido a meta de produção do dia.

    Não se montava uma fábrica de automóveis em 2 anos em qualquer canto do mundo, sempre qd o custo de produção e os incentivos fiscais sejam suficientemente interessantes.

    Existeria a possibilidade de se levantar um museu do DKW nesse terreno?

    Alguém sabe quais seriam os requesitos?

    Mario May

    1. Mario, estamos fazendo uma pesquisa sobre o inicio da produção do Jipe DKW na Vemag, você teria fotos ou informações a esse respeito da época em que foi fabricado, de 1958 a 1963?

  55. A história nos faz recordar ou conhecer a tão grande riqueza abandonada e desvalorizada do poder político…

  56. Esta matéria me trouxe lembranças de minha infância: andei muito nesses veículos. Quando me mudei no inicio de 1973 do Rio para Campinas, havia muitos circulando na cidade (quase todos os táxis da antiga Rodoviária de Campinas eram DKW Vemag Sedan). Um antigo vizinho de Campinas tinha uma perua carmim muito bem conservada e costumava rodar a cidade com ela, até para levar os filhos a lugares mais afastados do bairro. Mas o que me chamava mais a atenção era a maioria desses veículos maltratada em Campinas, sendo o caso mais notável que tenho na memória é um sedan com faróis retangulares estreitos atrás e duplos na frente: quem dirigia esse rodava com o carro sempre sem a grade do motor, nenhum dos faróis frontais e apenas a lâmpada traseira direita funcionando (a esquerda estava quebrada). E, pra completar, como meu pai descrevia o motor de dois tempos: bropopopó (a icônica onomatopeia).

  57. Em Detroit nos EEUU existe um museu de tudo que foi criado e desenvolvido naquele país, desde um liquidificador a usina de geração de energia elétrica, passando por automóveis. Neste nosso Brasil, infelizmente não temos esta cultura. Com vinte e poucos anos trabalhei na VEMAG no setor de compras, na ocasião sem nenhuma estrutura de fornecedores de auto peças. Sem querer me alongar, acho muito interessante contar um “causo”. Não tinhamos volume para atrair fornecedores de peças em pequenas quantidades, como por exemplo os botões plasticos de afogador, lanternas e abertura de capô e porta molas. Perto da fabrica havia um fabricante de maquinas para prensar baquelite (termo plastico) que foi “convencido” a produzir estas peças ao testar os equipamentos antes de entregá-los a seus clientes. Ele atrasava a entrega das maquinas por uns dias e nos atendia muito bem. Saudades

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *